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    Liga dos Campeões: PSG pode impor nova ordem ao futebol europeu se vencer Bayern

    Equipe francesa tenta vencer competição pela primeira vez e entrar na elite do futebol europeu; equipe alemã, invicta na Liga em 2020, joga pelo sexto título

    Matias Grez, da CNN

    Poucas pessoas terão mais dores de cabeça neste fim de semana do que os goleiros e zagueiros do Bayern de Munique e do Paris Saint-Germain.

    Como impedir as finalizações dos artilheiros do Bayern Robert Lewandowski – ou “LewanGOALski”, como o colega Thomas Mueller se referiu a ele no melhor estilo “tio do pavê” – e Serge Gnabry? Como segurar os geniais Neymar, Kylian Mbappé, Mauro Icardi e Ángel Di María?

    São questões para as quais nenhum time da Liga dos Campeões encontrou resposta até agora nesta temporada.

    O atacante polonês Lewandowski está vivendo uma das melhores temporadas individuais da história da competição e está a apenas dois gols do recorde de Cristiano Ronaldo, que é de 17 em uma única edição da Liga dos Campeões.

    Ao lado dele está Gnabry, que deixou de ser um coadjuvante do Arsenal para se tornar um dos melhores talentos ofensivos da Europa. Os dois formam agora a mais mortal dupla de atacantes em uma única temporada na história da Liga.

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    Os dois gols de Gnabry e outro de Lewandowski na vitória por 3 a 0 sobre o Lyon na semifinal elevaram o total combinado para 24 na competição desta temporada, superando o recorde anterior de 23 gols estabelecido pela dupla Cristiano Ronaldo e Gareth Bale no título do Real Madrid em 2013-14. 

    Apesar de todo o domínio doméstico do Bayern na Alemanha (o time já conquistou oito títulos consecutivos da Bundesliga), o time não ganha uma Liga dos Campeões desde 2013.

    O técnico Pep Guardiola, contratado logo após esse último título do Bayern, não conseguiu repetir seu sucesso à frente do Barcelona, caindo na fase semifinal em cada uma de suas três temporadas na Baviera.

    Os alemães ainda seriam desclassificados em outra semifinal, antes de chegar a esta final da Liga dos Campeões, eliminando o Lyon na quarta-feira (19). Quando o apito final soou nessa partida, foi possível ver como o momento marcou os jogadores, muitos deles sobreviventes desses últimos sete anos de decepção na Liga dos Campeões.

    “É algo especial que conquistamos de novo hoje”, comemorou o goleiro Manuel Neuer após a vitória na semifinal sobre o Lyon. “Deu pra ver que apostamos tudo nesse jogo. Agora estamos ansiosos pela final contra o PSG. Temos lutado e trabalhado por isso há tanto tempo e queremos vencer esta final.”

    Serge Gnabry comemora gol na vitória do Bayern sobre o Lyon
    Serge Gnabry comemora gol na vitória do Bayern sobre o Lyon
    Foto: Miguel A. Lopes -19.ago.2020/ Reuters

    ‘Para fazer história’

    O PSG, por sua vez, talvez seja neste momento o único clube que pode igualar (ou até mesmo superar) o talento ofensivo do Bayern de Munique.

    Desde que a Qatar Sports Investments comprou o clube parisiense em 2011, vencer a Liga dos Campeões se tornou uma obsessão. Mais de um US$ 1 bilhão foi gasto no elenco, com a ambição de levar o PSG a um lugar entre os clubes de elite do continente.

    Quem está em Paris certamente sentirá que já é assim, mesmo sem um troféu da Liga dos Campeões para coroar seus esforços. No entanto, esse sentimento ainda não é compartilhado pelo resto da elite do futebol europeu.

    O PSG vem ameaçando perturbar a ordem estabelecida há algum tempo, mas acabou desabando de forma espetacular nas ocasiões em que parecia estar prestes a chegar lá.

    Apesar de todos os milhões gastos e das superestrelas contratadas, o PSG não conseguiu evitar as derrotas impressionantes contra o Barcelona em 2017 e contra o Manchester United em 2019, que o deixaram longe do título.

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    A memória daquela incrível desclassificação contra o Barcelona (na qual o PSG perdeu a vantagem de 4-0 que havia estabelecido no jogo de ida) foi considerada tão dolorosa que muitos disseram que o time francês nunca se recuperaria.

    Mas eis que o PSG está agora a 90 minutos do troféu mais ambicionado por seu investidor do Catar.

    “Estamos aqui para fazer história, já demos um grande passo e só falta um”, disse ao site do PSG o brasileiro Marquinhos, que marcou dois gols cruciais nas quartas e semifinais.

    “Foi uma atuação incrível [contra o RB Leipzig], controlamos do início ao fim. Agora, temos que fazer de novo na final.”

    O zagueiro brasileiro se tornou o amuleto na virada de sorte do PSG desde aquela noite de pesadelo contra o Barcelona.

    Di María e Neymar comemoram gol do PSG contra o RB Leipzig
    Di María e Neymar comemoram gol do PSG contra o RB Leipzig
    Foto: David Ramos – 18.ago.2020/ Reuters

    O técnico Thomas Tuchel também merece crédito por armar essa equipe mentalmente frágil com a defesa mais sólida da Liga dos Campeões desta temporada.

    É verdade que tendo pela frente o Atalanta e RB Leipzig (equipes impressionantes e coesas, mas sem os craques Josip Ilicic e Timo Werner), o caminho do PSG para a final de domingo foi dos mais fáceis.

    Mas, contra o Atalanta e nas primeiras rodadas contra o Borussia Dortmund, o PSG teve de mostrar o tipo de determinação e força mental que faltou em suas campanhas europeias anteriores.

    A camaradagem (dentro e fora do campo) parece ter melhorado também; os rumores de um Neymar desesperado por um retorno ao Barcelona parecem uma memória distante, enquanto a química do brasileiro com o parceiro de ataque Mbappé é mais mortal do que nunca.

    A equipe do PSG como um todo parece estar mais equilibrada na Liga dos Campeões nesta temporada e as vitórias sobre Atalanta e Leipzig ajudaram a curar as cicatrizes mentais infligidas por Lionel Messi e companhia na derrota por 6-1 sofrida no Camp Nou.

    Infográfico Bayern de Munique x PSG - final da Liga dos Campeões
     
    Foto: CNN

    “O ambiente [na equipe] é ótimo”, disse Marquinhos. “Em campo, isso faz a diferença quando você perde a bola. Sempre há alguém que se sacrifica pelo outro. Todos defendem, ajudam, dão uma mão, todos lutam pelo mesmo objetivo”, afirmou.

    “Não é apenas nos bons momentos, porque também tivemos momentos difíceis em que tivemos de ficar juntos. Agora é um bom momento e temos que manter essa unidade. A defesa foi a nossa força este ano. Acho que um time tem que defender bem e ser sólido na defesa para conseguir bons resultados”, opinou o brasileiro.

    “Temos grandes jogadores no ataque, mas também temos uma zaga sólida e isso faz a diferença. Sabemos que vamos marcar, conhecemos as nossas qualidades no ataque, por isso, se conseguirmos manter a defesa, é crucial e temos de o fazer também na final”.

    Uma vitória sobre o Bayern de Munique, que disputa sua sexta taça na competição e, sem dúvida, seu lugar entre a elite estabelecida da Europa, pode finalmente fornecer a validação que o PSG e seus proprietários tanto procuram.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês)

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