Jornalista do Kosovo perde credenciais da Euro 2024 após gesto nacionalista
Arlind Sadiku é acusado de provocar os sérvios após gesto que lembra a águia da bandeira da Albânia
A Uefa cancelou as credenciais da Eurocopa de 2024 do jornalista Arlind Sadiku, de Kosovo. O profissional teria feito gesto nacionalista para os torcedores da Sérvia durante o jogo contra a Inglaterra, no sábado (15), em Gelsenkirchen.
O porta-voz da Federação de Futebol da Sérvia, Milan Vukovic, pediu a remoção de Sadiku, dizendo que ele provocou os torcedores sérvios quando se virou para eles, durante uma transmissão ao vivo, e fez uma águia de duas cabeças com as mãos.
O gesto imita a águia que existe na bandeira nacional da Albânia, o que pode inflamar as tensões entre os nacionalistas sérvios e os albaneses étnicos, que constituem a grande maioria da população do Kosovo.
Após a guerra do Kosovo, no final da década de 1990, o país declarou independência da Sérvia em 2008. Os sérvios não reconhecem Kosovo como um Estado independente.
“A Uefa confirma que um jornalista teve a sua acreditação cancelada devido a má conduta no jogo da Euro 2024 entre a Sérvia e a Inglaterra”, afirmou a entidade europeia em um comunicado.
Jornalista se defende
Sadiku disse que seu credenciamento para a Euro 2024 foi retirado quando ele compareceu à coletiva de imprensa da Albânia na terça-feira (18). Ele reconheceu que o gesto não era profissional para um jornalista, mas argumentou que não é “ofensivo para ninguém”.
“As pessoas não sabem como eu estava me sentindo naquele momento porque tenho um trauma da guerra”, disse ele à Reuters, acrescentando que recebeu ameaças de morte nas redes sociais.
A Uefa também abriu processos disciplinares contra a Sérvia por “transmitir uma mensagem provocativa imprópria para um evento desportivo” durante o jogo de domingo.
Fotos da torcida presente na partida mostraram uma bandeira da bandeira sérvia que incluía Kosovo, sua antiga república, dentro de suas fronteiras.
A federação de futebol do Kosovo também apresentou uma queixa à Uefa sobre faixas que, segundo ela, continham “mensagens políticas, chauvinistas e racistas”.
