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    Inspirada por Serena Williams, zagueira dos EUA quer influenciar próxima geração

    Filha de etíopes, Naomi Girma se firmou como titular da defesa norte-americana que disputa a Copa do Mundo

    Matt Fosterda CNN

    Se a seleção dos Estados Unidos fez uma fase de grupos abaixo do esperado na Copa do Mundo Feminina, um ponto positivo para a atual campeã mundial foi o desempenho da zagueira Naomi Girma.

    A jogadora de 23 anos disputou todos os minutos da campanha até agora e foi fundamental para que o time tenha sofrido apenas um gol em três partidas, ganhando o prêmio de melhor da seleção americana no empate sem gols contra Portugal na terça-feira (1º), que confirmou a vaga dos Estados Unidos nas oitavas de final.

    Apesar de jovem, a lista de elogios de Girma já é impressionante, tendo conquistado o prêmio de estreante do ano da liga nacional em 2022, bem como a eleição de melhor defensora da temporada por suas façanhas com o San Diego Wave.

    Representatividade

    Girma fez malabarismos com sua carreira no futebol enquanto estudava em Stanford, onde se formou em administração e engenharia. Ela também foi capitã do time da universidade.

    Em entrevista à CNN antes do torneio, Girma observou a influência que as mulheres negras em esportes tradicionalmente menos diversos tiveram em seu crescimento e explicou sua ambição de fazer o mesmo para a próxima geração.

    “Me lembro de ver Simone Manuel, Simone Biles e Serena Williams dominarem seus esportes, e serem mulheres negras em esportes que normalmente não tinham muitas mulheres negras competindo sempre foi super inspirador para mim”, disse a atleta nascida em San Jose.

    “Sou muito grata por estar na posição em que as meninas podem olhar para mim e se sentir representadas, sentir que podem se ver neste espaço onde talvez não pudessem se ver antes.”

    Há um recorde de sete mulheres negras e duas mexicanas-americanas na lista de jogadoras da seleção dos EUA na Copa do Mundo de 2023, e Girma diz que isso demonstra o trabalho árduo que foi feito para tornar o futebol mais aceito.

    “Acho que agora ter esse time tão diverso jogando no maior palco do mundo é uma grande afirmação, e mostra o progresso que foi feito – e também o progresso que precisa ser feito”, disse a estrela de 23 anos.

    A zagueira norte-americana Naomi Girma em ação contra Portugal
    A zagueira norte-americana Naomi Girma em ação contra Portugal / Ulrik Pedersen/DeFodi Images via Getty Images

    Jornada ao estrelato

    Filha de Girma Aweke e Seble Demissie, que emigraram da Etiópia para os EUA na adolescência, o primeiro time de Girma foi o Maleda Soccer Club, fundado por seu pai para ajudar a reunir imigrantes do país do leste africano.

    “Foi uma forma de muitos da geração dos meus pais e também da minha e do meu irmão, que éramos todos americanos de primeira geração, nos reunirmos e formarmos uma comunidade”, disse Girma.

    Se jogar no Maleda era para se divertir, Girma diz que o apoio da comunidade foi fundamental para seu desenvolvimento como jogadora de futebol.

    “Meu sistema de apoio tem sido tudo para me trazer até aqui”, disse ela. “Acho que não estaria aqui sem essa comunidade ao meu redor. Meus pais trabalhavam em empregos de tempo integral. Então, era muito difícil me levar para o treino e eu tinha vizinhos e colegas de equipe que eram de escolas diferentes, vinham me buscar na minha escola, levavam a gente para treinar”, conta.

    “Acho que apenas outras pessoas dando uma mão e querendo me ajudar foi enorme.”

    Sonhos no Mundial

    A notícia sobre a ausência da capitã americana Becky Sauerbrunn da Copa do Mundo, devido a uma lesão no pé, combinada com os problemas de lesão de longa data de Abby Dahlkemper, impulsionou Girma para o primeiro plano da defesa neste Mundial.

    “Muita coisa aconteceu no ano passado”, disse ela. “Fiquei muito empolgada, um pouco descrente e muito feliz por receber a ligação. Apenas jogar pelos Estados Unidos é uma grande honra, e poder competir junto com este incrível grupo de mulheres”, disse ela.

    “No final, trazer o troféu para casa seria a melhor sensação da vida.”


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