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    Conheça a história da Bola de Ouro perdida por Maradona que reapareceu e vai a leilão

    Item cercado por mistérios deve ser vendido por milhões de dólares em Paris

    George Ramsayda CNN

    A Bola de Ouro vencida por Diego Maradona (1960-2020) em 1986, na Copa do Mundo do México daquele ano, que desapareceu por décadas em circunstâncias polêmicas, reapareceu agora para ser leiloada no mês que vem — e promete valer milhões de dólares.

    O troféu, entregue ao melhor jogador de cada Copa do Mundo, será vendido pela casa de leilão Aguttes, em Paris, em 6 de junho, e é considerada a última peça de memorabilia da gloriosa carreira de Maradona que renderá altas cifras.

    Em 2022, a camisa da Argentina usada por ele na campanha vitoriosa da Copa de 1986 foi vendida por US$ 9,3 milhões (R$ 47 milhões na cotação atual), quebrando o recorde de leilões de itens esportivos.

    Já a bola da “Mão de Deus”, gol de mão histórico marcado por Maradona nas quartas de final daquela Copa contra a Inglaterra, foi vendida por US$ 2,4 milhões (R$ 12,2 milhões) no fim de 2022.

    Esperamos milhões (de novo), mas não sabemos exatamente quanto, porque não há nenhum troféu como este no mundo… do ápice da carreira (de Maradona). É uma oportunidade de uma vida para o potencial comprador

    François Thierry, especialista em esportes na casa de leilões Aguttes

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    Sumiço envolto em mistérios

    A história da Bola de Ouro entregue a Maradona em Paris após o campeonato é cercada por mistério.

    De acordo com uma das versões, o troféu teria sido roubado pela máfia enquanto Maradona jogava pelo Napoli e, posteriormente, derretido para virar lingotes de ouro; outras teorias sugerem que Maradona perdeu o item num jogo de pôquer ou vendeu para saldar dívidas.

    Fizemos muitas pesquisas sobre isso. Perdemos o controle em 1986, há 38 anos. Há muitas histórias e lendas, algumas inconsistentes, como ser usado para virar ouro pela máfia. Temos ainda duas biografias de Maradona que não falam sobre o troféu ter sido roubado. Fizemos a checagem necessário com a base de dados Art Loss e com a Interpol. Procuramos a polícia, mas sem resultado, então fizemos tudo o que podíamos.

    François Thierry, especialista em esportes na casa de leilões Aguttes

    A Aguttes considera a teoria da máfia “rebuscada”, visto que o troféu, uma pequena bola de futebol em cima de um pedestal, é feito de uma mistura de ouro e cobre.

    Como a Bola de Ouro chegou ao leilão?

    A Bola de Ouro foi comprada em um leilão junto com diversos outros troféus, embora o comprador anônimo não tenha percebido na época que era o troféu de Maradona, explicou Thierry.

    Aguttes realizou uma série de checagens — examinando as informações de fabricação, a datação, as irregularidades, a pátina e a oxidação — para verificar a autenticidade do troféu.

    “Quando vimos que estava certo, foi uma descoberta incrível”, disse Thierry.

    Copa de 1986 mudou status de Maradona

    Maradona era inquestionavelmente um nome conhecido antes da Copa do Mundo de 1986, mas, depois de levar a Argentina ao título, tornou-se uma estrela global.

    A habilidade de tirar o fôlego que ele demonstrou em campo foi acompanhada por pontos baixos extremos: vício, abuso de substâncias, filhos ilegítimos e rixas por dinheiro, tudo isso arruinou o argentino em vários estágios de sua carreira.

    Um filho não reconhecido, diversas fotos com a máfia e farras de cocaína foram mostradas no documentário do cineasta britânico Asif Kapadia, vencedor do Oscar, sobre a passagem de Maradona no Napoli, onde o atacante recebeu o status divino por levar o clube a dois títulos italianos e à Copa da UEFA de 1989.

    Família tenta mover restos mortais de Maradona

    Sua morte de ataque cardíaco aos 60 anos foi lamentada por milhões na Argentina e em todo o mundo como a perda de um dos maiores jogadores de todos os tempos.

    Os restos mortais de Maradona jazem num cemitério privado nos arredores de Buenos Aires, mas os seus filhos apresentaram recentemente um pedido aos tribunais argentinos para que o corpo seja transferido para um local mais seguro, onde os fãs possam prestar as suas homenagens.

    (Colaboraram Matias Grez e Ben Morse, da CNN)

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