Vice-presidente do Flamengo diz que prova confirma racismo contra Gerson
O clube encomendou um laudo com especialistas do Instituto de Educação de Surdos, no Rio de Janeiro, para analisar imagens do jogo contra o Bahia
Pelo Twitter, o vice-presidente geral e jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, disse na terça-feira (22) que encomendou um laudo com especialistas do Instituto de Educação de Surdos, no Rio de Janeiro, para analisar imagens do jogo contra o Bahia.
“A prova revelou que teria havido a ofensa, vamos apresentar ao STJD e entregar à polícia”, explicou. Segundo Dunshee, além de Gerson, o laudo mostrou que o atacante Bruno Henrique também teria sido chamado de “negro” por Índio Ramirez no jogo contra o Bahia, no último domingo. A assessoria do atacante explicou que o atleta não escutou a suposta ofensa.
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A delegada Marcia Noeli, da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, pediu a súmula da partida. Ela afirmou que o ex-técnico do Bahia, Mano Menezes, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza e o jogador acusado serão ouvidos. A data da intimação não foi divulgada.
Segundo Gerson, Menezes minimizou a situação ao dizer que ele estava de “malandragem”. Em entrevista à CNN, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, disse que a demissão de Mano foi após a partida e motivada pelos maus resultados do técnico e que não teve ligação com o ocorrido.
Porém, Bellintani discordou da postura de Menezes na beira do campo e disse que o clube está tomando providenciais com apoio do Movimento Negro de Salvador. A diretoria do Bahia afastou Juan Ramírez, abriu uma investigação interna que ouviu o jogador e contou com uma cópia das imagens da partida. O clube poderá contratar uma assessoria própria para leitura labial e disse que, provavelmente, trará uma conclusão destas análises nesta quarta-feira (23).
Na terça, Gerson falou por cerca de uma hora na sede da Decradi, no centro do Rio, e depois divulgou um vídeo nas redes sociais dizendo que “não vim para falar por mim. Vim para falar pela minha filha que é negra. Meus sobrinhos que são negros, meu pai, minha mãe”. Ramírez responderá dois processos pelo ocorrido, um na esfera criminal e ou na justiça desportiva.