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    Em meio à crise e escândalos, Barcelona escolhe novo presidente

    Futuro mandatário será selecionado por votos de mais de 111 mil membros do clube

    Matias Grez, CNN

    Poucas pessoas vão invejar o homem eleito para ser o novo presidente do Barcelona. A eleição, marcada para o próximo domingo (7), ocorrerá poucos dias após a prisão de quatro dirigentes do time e será a mais importante da história do clube.

    A escolha também acontece em um momento de crise que parece se agravar a cada dia. As dívidas históricas, relatadas pelo jornal espanhol El Mundo em mais de US$ 1 bilhão, forçam o Barcelona a vender algumas das figuras mais relevantes do time durante a janela de transferência.

    A reconstrução do elenco dizimado, que perdeu de 4×1 para o Paris Saint-Germain e provou estar bem abaixo do padrão de rivas europeus, é uma das muitas dores de cabeça que o novo presidente terá de enfrentar.

    No topo da lista, no entanto, está o futuro talismã do clube: Lionel Messi. O argentino tornou público seu desejo de deixar o Barcelona no verão passado e parece cada vez mais improvável que ele assine um novo contrato, o que significa que o maior jogador da história do clube pode sair de graça no final da atual temporada.

    “Muitos, muitos, muitos milhões de dívidas para o Barcelona, a pior situação financeira da história”, disse o jornalista da Rádio Catalunya Ernest Macià à CNN. “Em campo podemos discutir isso, mas parece evidente que quando chegar a Champions League, o Barcelona cometerá novamente um suicídio público diante de milhões de pessoas, recebendo tanto gols e dificultando até mesmo para jogadores
    coo Messi, que amam o clube e provavelmente gostaria de permanecer em circunstâncias diferentes”, afirmou.

    Macià também contou que não acredita que Messi jogará pelo Barcelona no próximo ano, mas lembrou que “existem muitas variáveis diferentes intervindo nessa equação. Então, vamos ver o que acontece no final, porque as eleições vão ocorrer neste fim de semana e está é outra variável nesta equação”.

    Em fevereiro, o Barcelona divulgou um comunicado no qual negava “categoricamente” a responsabilidade pela publicação do contrato de US$ 672 milhões de Messi no El Mundo.

    O contrato tornaria o argentino o atleta mais bem pago da história do esporte e o clube disse que entraria com uma ação judicial contra o jornal “por qualquer dano que possa ser causado em decorrência da publicação”.

    O vazamento só serviu para aumentar as tensões entre Messia e a hierarquia do Barcelona, que já havia chegado ao ponto de ruptura depois que ele fez uma pequena tentativa velada contra a diretoria durante uma despedida ao ex-companheiro de equipe Luis Suarez.

    Os problemas financeiros do Barcelona foram exacerbados pela mudança do clube de promover jogadores de sua famosa academia La Masia – que desenvolveu jogadores como Messi, Pep Guardiola, Andrés Iniesta e Xavi – para a primeira equipe, optando, em vez disso, por gastar vastas taxas de transferência e salários com estrelas já estabelecidas.

    O Barcelona gastou mais de US $ 1 bilhão em taxas de transferência desde a temporada 2013/14 e muitos acreditam que essa mudança de filosofia corroeu o mantra “Mais do que um Clube”, que ainda está pintado nos assentos de seu histórico estádio Camp Nou.

    Eleições históricas

    Mesmo com Messi, o futuro do Barcelona parece sombrio; sem ele, no entanto, as coisas começam a ficar terríveis.

    É exatamente nessa premissa que um dos candidatos presidenciais está apostando suas fichas. Joan Laporta, um dos três homens a concorrer ao cargo, é o atual favorito para vencer a eleição e foi anteriormente presidente de 2003 a 2010, presidindo uma das épocas de maior sucesso na história do clube.

    Durante a presidência dele, o Barcelona conquistou 13 troféus importantes, incluindo quatro títulos da La Liga e duas Ligas dos Campeões, e ele espera que a nostalgia e a boa vontade sejam cruciais para garantir mais um mandato.

    “Joan Laporta é, digamos, mais próxima de Leo Messi e dos jogadores porque eles viveram juntos os melhores momentos de suas histórias e de suas vidas”, diz Macià.

    “Pelas pesquisas agora, Joan Laporta está em primeiro lugar. Tem havido debates e tudo pode acontecer porque muita gente votou pelo correio e resta saber que influência terão esses votos, pela primeira vez na história.”

     
    Os outros candidatos são Victor Font e Toni Freixa, que podem “dividir os votos”, diz Macia, o que acabaria por beneficiar Laporta.

    Fundamentalmente, Font recebeu o apoio do ex-capitão do Barcelona, Carles Puyol, e baseou parte de sua campanha presidencial na ideia de Xavi, lenda do clube, retornar para se tornar o novo técnico principal.

    Freixa, por outro lado, deu seu apoio ao atual técnico Ronald Koeman para continuar o trabalho que lhe foi confiado no verão passado, mas também traçou um plano de longo prazo que levaria Xavi inicialmente a assumir o time B do Barcelona.

    A eleição será decidida por votos de mais de 111 mil membros do clube – ou ‘socis’ em catalão – a maioria dos quais torcedores do Barcelona.

    Devido à pandemia do coronavírus, 22.811 membros pediram para votar pelo correio, enquanto os 87.479 restantes votarão pessoalmente em uma das seis estações localizadas nas cidades de Barcelona, Girona, Lleida, Tarragona, Tortosa e Andorra.

    Macià acredita que os resultados deste domingo são os mais importantes na história do clube.
    Certamente é difícil pensar de outra forma.

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês)

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