Em ação por igualdade, jogadores da Inglaterra se ajoelharão antes da estreia na Copa
Capitão do time, o atacante Harry Kane afirmou que usará a braçadeira One Love no jogo contra o Irã, nesta segunda-feira (21)
Os jogadores da Inglaterra irão se ajoelhar antes da estreia da seleção na Copa do Mundo contra o Irã, nesta segunda-feira (21), às 10h (horário de Brasília). Durante a partida, o capitão Harry Kane também usará a braçadeira One Love, confirmou o técnico Gareth Southgate neste domingo (20).
A Inglaterra se ajoelha antes dos jogos desde 2020, inicialmente em solidariedade aos protestos pela morte de George Floyd nas mãos de um policial de Minneapolis, nos Estados Unidos, e depois em apoio à igualdade.
“Sentimos que este é o maior [palco] e achamos que é uma declaração forte que irá percorrer o mundo para os jovens, em particular, verem que a inclusão é muito importante”, afirmou o técnico.
Kane, juntamente com os capitães da Holanda, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Noruega, Suécia, Suíça e País de Gales, usarão a braçadeira One Love. O item representa o apoio à igualdade e, embora não vise apenas os direitos da comunidade LGBTQIA+, é significativa no Catar, onde a homossexualidade é ilegal.
A Fifa, órgão regulador do futebol mundial, não vê com bons olhos as declarações políticas e, de acordo com relatos, pode punir aqueles que usam a braçadeira One Love com multas ou medidas disciplinares. Kane, no entanto, disse que usaria o acessório mesmo assim.
O técnico Southgate se acostumou a lidar com questões sociais em seu período como técnico da Inglaterra, e a entrevista coletiva deste domingo novamente foi além do campo de jogo.
O ex-zagueiro foi questionado, em uma pergunta de um repórter iraniano que durou vários minutos, se ele apoiava os protestos contra o regime iraniano, causa apoiada por alguns jogadores do Irã.
“Não me sinto informado o suficiente para comentar sobre o que está acontecendo no Irã, e também não acho que seja minha função comentar sobre isso”, disse Southgate. “Acho que os jogadores iranianos e o técnico [Carlos Queiroz], eu os entendo, eles estão em uma posição difícil, mas acho que estão mais bem informados para falar sobre essas coisas.
“Se a equipe deles nos pedisse para apoiá-los de alguma forma, obviamente teríamos que ouvir e considerar isso, mas no momento isso não aconteceu.”
Apesar do engajamento político, o técnico disse que o grupo está focado no desempenho na competição. “Todos esperamos nos concentrar no futebol agora”, disse ele. “Nosso país também está passando por um período difícil, não igual a alguns dos outros países, mas estamos em uma recessão econômica e a vida tem sido difícil para muitos de nosso povo. “Então, queremos que eles aproveitem o futebol, façam uma jornada com o time e tragam um pouco de felicidade.”