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    Conafut: futebol sul-americano e intolerância abrem o último dia de evento

    Debates seguem nesta sexta-feira (14) na Neo Química Arena, em São Paulo

    Leonardo Martinsda CNN

    A Conafut abriu a sexta-feira (14), último dia de evento, abordando a parceria de fortalecimento do futebol da América do Sul, entre a Conmebol e a empresa de mídia FC Diez Media, e os preconceitos, exclusões e intolerâncias que ainda existem no mundo esportivo.

    Na palestra de abertura, Pedro Martini Visconti, vice-presidente e conselheiro da Diez Media, exaltou a parceria entre a empresa e a Conmebol, que já dura seis anos.

    Pedro abordou o crescimento e fortalecimento dos principais produtos da confederação continental, e destacou o potencial do futebol sul-americano em outros mercados.

    “Nosso objetivo era alcançar países que não imaginávamos que consumiriam nosso futebol. Até a Coreia do Norte demonstrou interesse”, destacou.

    Países que consomem os principais torneios da Conmebol

    • Libertadores: 194 países
    • Sul-Americana: 109 países

    Apesar do sucesso nos números das principais competições, Pedro reconhece que a mudança no jogo da final para sede única, em 2019, acabou se tornando polêmica. Ainda assim, o executivo apresenta dados que mostram o sucesso do movimento feito pela entidade.

    “Sei que é um tema polêmico, mas foi feito um estudo que mostra que antigamente, 70% do time mandante, no jogo de volta, ganhava. A final única tem um condão comercial, ela vai engajar com a sociedade, com a cidade específica, vai impulsionar o turismo. É isso que se espera”, comentou Pedro, completando:

    “Desde 2019, tirando os anos que ficamos impactados pela pandemia, o que a gente viu foi um super sucesso. A despeito de qualquer crítica, da distância, a final única veio para ficar. E ela importa muito para todo esse ecossistema (marketing, patrocínio, área digital e comercial)”.

    Como virar o jogo?

    No segundo debate do dia, a intolerância e o preconceito no futebol foram tema do bate-papo, que contou com Filipe Marquezin, criador da Unicorns Brasil e da liga voltada ao público LGBTQIA+, Renata Ruel, comentarista da ESPN, Mia Lopes, jornalista e CEO da Afro Brasil, e Igor Benevenuto, primeiro árbitro Fifa a se assumir homossexual.

    Uma das abordagens feitas foi em cima de duas ações envolvendo jogadores que estão com a Seleção Brasileira para a Copa América. Mia Lopes lembrou do caso de racismo envolvendo Vini Jr. na Espanha e elogiou a luta do atacante do Real Madrid além do âmbito esportivo.

    Não podemos deixar de falar o que o Vini Jr. está fazendo. A gente tem noção que um homem negro retinto está promovendo um debate de racismo em um pais europeu? Os episódios de racismos que brasileiros sofrem na Europa e na Espanha são inúmeros. E ele está fazendo uma transformação de dentro para fora. Espero que ele esteja fazendo terapia, é doloroso

    Mia Lopes

    A recente atitude de Yan Couto, em descolorir o cabelo, também foi tema do debate. O lateral revelou, na última quinta-feira (13), que tirou a tintura rosa a pedido da CBF. O fato gerou críticas por parte dos convidados.

    “A gente ainda tem o rosa relacionado ao gay. Se ele errar um passe vão dizer que foi ‘o cara de cabelo rosa’. Por mais que a CBF faça postzinho bonito no Instagram, internamente ela não aceita que jogadores pintem o cabelo de rosa, e tenho certeza que, por melhor que fosse, um jogador gay dificilmente seria convocado”, declarou Marquezin.

    “Você vê uma coisa tão simples e gosto pessoal, o que tem a ver o cabelo rosa? Não vai deixar de ser mais ou menos homem. Não vai fazer ele ser homossexual. O preconceito existe e é severo”, pontuou Benevenuto.

    Já para a especialista em arbitragem, é preciso jogar holofotes também para o cenário geral da exclusão. Renata Ruel alertou sobre a elitização que afasta uma parcela de torcedores do mundo do futebol.

    “O produto futebol dá acesso para a adversidade? Que produto a gente entrega? Que produto que a gente consome? Que produto a gente vende? A gente atende todas as classes? Temos um público LGBTQIA+ que é ignorado. Você deixa de lado muita gente, o público LGBTQIA+, os idosos, que amam o futebol, mas têm dificuldade em acessar plataformas, você deixa de lado a classe mais baixa por que não vai conseguir assinar diversos canais para assistir aos jogos. Tenho que assinar tudo isso para ver o que eu quero? Olha o preço do ingresso, o preço da camisa oficial de um time. Eu estou olhando para toda essa classe mesmo ou não?”

    Sobre a Conafut

    A sétima edição da Conferência Nacional de Futebol acontece na Neo Química Arena, Zona Leste de São Paulo, entre quinta (13) e sexta-feira (14). O evento reúne especialistas de diferentes áreas do futebol para debates e networking.

    O encontro acontece desde 2017 e debate os mais variados temas relevantes do mundo da bola em todas as suas dimensões. O público é formado por profissionais de clubes, federações, patrocinadores, agências, arenas, consultorias, órgãos públicos e outras entidades.

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