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    Clube de futebol lança uniforme com QR Code para denunciar Copa do Catar

    Uniforme direciona usuários para página da web com relatos sobre "sportswashing" e abusos de direitos humanos envolvendo torneio de 2022

    Amy Woodyattda CNN

    É um uniforme de futebol com uma diferença – tem um QR Code que, quando escaneado, direciona os usuários a uma página da web para saber mais sobre as questões de “sportswashing” (termo em inglês criado para situações nas quais o esporte é usado para limpar a reputação de um grupo, pessoa ou país) e supostos abusos de direitos humanos que cercam a Copa do Mundo de 2022 no Catar.

    O kit, que incorpora o QR Code e as cores da bandeira do Catar, está sendo lançado pelo clube norueguês Tromsø IL.

    Em seu site, o Tromsø disse que o uniforme é “o primeiro kit da história com um QR Code”.

    A equipe vai usar o uniforme em casa no próximo domingo para seu último jogo da temporada contra o Viking FC, disse o diretor-gerente do Tromsø, Øyvind Alapnes, à CNN.

    “Sentimos que é nosso dever falar. Se não falarmos em voz alta por aqueles que não são ouvidos, quem o fará?”, acrescentou Alapnes.

    “Muitas pessoas no futebol são seduzidas pelo dinheiro e simplesmente fecham os olhos para ver de onde vem o dinheiro.”

    “Portanto, muitos não se arriscam a defender algo. Devemos ousar nos perguntar: está tudo bem que alguém morra para que ‘minha equipe’ tenha sucesso?”

    O uniforme com QR Code é uma colaboração com a organização de direitos humanos Anistia Internacional e Malcolm Bidali, um ex-trabalhador migrante detido no Catar por fazer um blog sobre as condições no país.

    “O Catar não deve ter sucesso na lavagem esportiva”, disse John Peder Egenæs, secretário-geral da Anistia Internacional na Noruega, em um comunicado.

    “Estádios novos com grandes holofotes e belos gols não devem nos deslumbrar para que não vejamos o que acontece nas sombras”, acrescentou Egenæs.

    Faltando menos de um ano para o início da Copa do Mundo de 2022, as questões em torno da forma como o país anfitrião, o Catar, lidou com as questões humanitárias, mostram poucos sinais de diminuir – incluindo aquelas relativas às leis anti-homossexualidade do estado e seu tratamento aos trabalhadores migrantes envolvidos na construção Estádios da Copa do Mundo.

    Malcolm Bidali, um ex-trabalhador migrante preso no Catar por fazer um blog sobre as condições no país, está envolvido na campanha. / Tromsø IL / Reprodução

    A FIFA e o Ministério de Desenvolvimento Administrativo, Trabalho e Assuntos Sociais do Catar não responderam imediatamente ao pedido de comentários feitos pela CNN.

    Em fevereiro, o Tromsø IL propôs um boicote à Copa do Mundo FIFA de 2022 à Federação Norueguesa de Futebol, enquanto várias seleções, incluindo Dinamarca, Alemanha e Noruega, já destacaram as questões de direitos humanos antes do torneio.

    A Dinamarca foi a última a fazê-lo depois de anunciar que dois patrocinadores de uniformes abrirão mão do espaço da marca no kit de treinamento dos jogadores em lugar de mensagens destacando questões de direitos humanos no Catar.

    O sindicato do futebol do país também disse que vai minimizar o número de viagens ao Catar para evitar a promoção de eventos em torno da Copa do Mundo.

    * Matéria traduzida. Leia a completa original em inglês aqui.

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