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    CNN Esportes

    Técnico acusado de injúria racial por jogadora do Bahia é solto em Salvador

    Hugo Duarte foi liberado pela Justiça nesta quarta-feira (10) e terá de cumprir uma série de medidas cautelares

    Nuno Krauseda Itatiaia

    Acusado de ter cometido injúria racial contra a jogadora Suelen, do Bahia, o técnico português Hugo Duarte, do JC Amazonas, conseguiu liberdade nesta quarta-feira (10). A Itatiaia teve acesso à decisão, tomada pela juíza Marcela Moura França, que determinou algumas medidas cautelares. Confira:

    • Compromisso de comparecer a todos os atos processuais e manter seu endereço atualizado.
    • Comparecimento bimestral em Juízo, pelo período de 01 (um) ano, devendo ser expedida Carta Precatória para o juízo criminal competente da Comarca de Manaus/AM para que lá seja cumprida a
    • presente medida cautelar;
    • Proibição de aproximação a menos de 200 (duzentos) metros da vítima ou de manter contato com esta ou seus familiares por qualquer meio;
    • Recolhimento de fiança no valor de 30 (trinta) salários mínimos, de modo a vinculá-lo a futura ação penal;
    • Proibição de se ausentar da da comarca de residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, autorização judicial.

    O técnico nega o crime.

    Entenda o caso

    O homem estava preso desde a madrugada de terça (9). O episódio ocorreu após a partida entre as equipes, pelas quartas de final da Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino, no estádio de Pituaçu. As Mulheres de Aço empataram com a equipe do Amazonas em 0 a 0 e garantiram vaga na elite de 2025.

    Em publicação em sua conta no Instagram, Suelen relata que Hugo a chamou de “macaca”. O ato teria desencadeado uma confusão generalizada no campo, que foi flagrada pelas câmeras da TV Bahêa, no YouTube.

    “A naturalização que se foi proferida mais de uma vez pela expressão racista “macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista”, escreveu a atleta, nas redes sociais.

    A Polícia Militar da Bahia (PMBA) conduziu o acusado para a Central de Flagrantes da 1ª Delegacia para realização de boletim de ocorrência. Lá, ele foi detido, confirmou a Polícia Civil.

    O que diz a súmula

    A árbitra da partida, Jady Jesus Caldas (FEM/BA), relatou o caso na súmula. Confira:

    “Ao final da partida, houve um confronto generalizado dentro de campo sendo necessário a intervenção policial. Foi relatada à equipe de arbitragem e ao policiamento pela jogadora numero 77, Suelen dos Santos da Silva, do Esporte Clube Bahia, que o tecnico do jc futebol clube, sr. Hugo Miguel Duarte Macedo, teria deferido as seguintes palavras com dedo em riste para a mesma: “- sua macaca, sua macaca”, tentando agredi-la fisicamente também.

    Outros membros da comissão tecnica e jogadoras do esporte clube bahia confirmaram a versão da atleta e teria sido esse o motivo do início da confusão generalizada. Deixando claro que a equipe de arbitragem não conseguiu presenciar a ofensa.

    A equipe de arbitragem só saiu de campo após as duas equipes terem ido para o vestiario. O policiamento foi acionado pelo Esporte Clube Bahia, que conduziu o técnico e a jogadora acima citados e testemunhas para a delegacia”.

    Bahia se posiciona

    O Esporte Clube Bahia emitiu uma nota de repúdio sobre o ocorrido e destacou que o diretor de Operações e Relações Institucionais, Vitor Ferraz, acompanhou a atleta à delegacia ao lado de um advogado criminalista que assessora o Esquadrão. Outras jogadoras e funcionários se apresentaram como testemunha.

    Confira:

    “O que deveria ser uma noite apenas de comemoração pelo acesso das Mulheres de Aço à elite do futebol brasileiro acabou manchada por episódio lamentável no estádio de Pituaçu.

    Ao final da partida, a zagueira tricolor Suelen foi alvo de ofensa racial praticada pelo treinador da equipe adversária no gramado.

    Acionada, a Polícia Militar conduziu o acusado à Central de Flagrantes da 1ª Delegacia para realização de boletim de ocorrência.

    O Diretor de Operações e Relações Institucionais, Vitor Ferraz, acompanha a atleta juntamente com advogado criminalista que assessora o clube, além de outras jogadoras e funcionários que se apresentaram como testemunha.

    O Esporte Clube Bahia SAF manifesta toda solidariedade a Suelen ao tempo em que cobra resposta à altura da gravidade do assunto, reiterando compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação”.

    Posição do JC Futebol Clube

    O JC-AM também se posicionou por meio do Instagram. Confira:

    O JC Futebol Clube repudia qualquer ato de racismo ou injúria racial contra qualquer pessoa. Nesta segunda-feira o clube estava em jogo contra o Bahia esporte pelo campeonato brasileiro feminino, e nessa competição houve um ocorrido envolvendo o treinador do JC e uma atleta do clube Bahia onde ambos foram ouvidos.

    O Clube, juntamente com seu jurídico, estão averiguando todas informações necessárias dos acontecimentos ali presenciado para realizar os procedimentos cabíveis onde não haja informações infame ou caluniosas que prejudiquem quaisquer que sejam os envolvidos. No mais retificamos que este clube é contra qualquer tipo de preconceito.

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