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    Atlético hegemônico e Cruzeiro em reconstrução fazem final em Mineirão dividido

    Com carga igual de ingressos para as torcidas, Galo busca o tricampeonato contra rival na primeira final desde 2019; jogo será às 16h30

    Leandro Silveiracolaboração para a CNN

    Em igualdade de condições no regulamento e nas arquibancadas, Atlético e Cruzeiro decidem o Campeonato Mineiro neste sábado (2), às 16h30, no Mineirão, em uma disputa enxergada sob perspectivas bem diferentes pelos clubes. Afinal, se o lado alvinegro busca confirmar uma hegemonia que trabalha para extrapolar ao cenário nacional, o time celeste espera que o Estadual seja o marco inicial de sua reconstrução.

    A decisão deste sábado entre rivais em momentos distintos será disputada em um palco conhecido, mas em um cenário bem diferente ao usual. Pela primeira vez desde 1990, o Campeonato Mineiro será definido em um jogo único. Sem qualquer critério de vantagem para qualquer lado, o vencedor deixará o Mineirão com a taça. E se a igualdade persistir ao fim dos dois tempos, o campeão será conhecido nos pênaltis.

    A quase inédita final única acontecerá com as arquibancadas do Mineirão tendo um colorido que vem se tornando raro. Em acordo costurado em função do regulamento do torneio, cada time teve direito a uma carga de 50% dos ingressos. A situação, comum no passado, só havia acontecido duas vezes desde a reinauguração do Mineirão em 2013.

    Isso se deu exatamente na reabertura do estádio e em um confronto da Copa da Primeira Liga de 2017. De resto, o mando de campo vinha prevalecendo na divisão das arquibancadas, com o time da casa ficando com 90% dos ingressos. Será, porém, diferente neste sábado, com um retorno ao saudosismo do Mineirão dividido entre duas torcidas, com o estádio recebendo mais de 50 mil pessoas. Para isso, cerca de 1.500 policiais vão atuar no esquema de segurança do clássico.

    Em um confronto com regulamento e divisão dos ingressos diferentes aos usuais, a superstição joga ao lado do Cruzeiro. O clube celeste foi quem venceu a última decisão em jogo único, há 32 anos, evitando um tricampeonato estadual atleticano. E ainda ganhou os dois clássicos disputados com as arquibancadas divididas do “novo” Mineirão.

    O momento, porém, é favorável ao Atlético. Atual bicampeão estadual, o time busca um tricampeonato que não vem desde 1980. E confia em uma superioridade confirmada ao longo da competição. O time liderou a primeira fase, com 28 pontos em 33 possíveis e apenas uma derrota, mesmo atuando na maioria dos jogos sem a força máxima. Depois, eliminou a Caldense, nas semifinais, com um placar agregado de 5 a 0.

    Rivais apostam em Hulk e Edu

    O Atlético também conta com o artilheiro do Estadual, Hulk, autor de oito gols. O atacante tentará, neste sábado, repetir o feito alcançado no ano passado, quando também foi o principal goleador de duas conquistas do clube em 2021, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro.

    Se Hulk será a principal esperança atleticana, ainda há algumas dúvidas sobre a formação, por causa de dois titulares que se recuperaram recentemente de lesões: Mariano e Zaracho. Ambos devem ser titulares, com Guga indo para o banco e Keno sendo o único ponta de origem escalado por Antonio Mohamed. Além disso, Réver pode conquistar uma vaga na zaga.

    O técnico argentino tentará conquistar o seu segundo título em um trabalho iniciado em janeiro –venceu a Supercopa do Brasil em fevereiro. E ampliar, assim, a grande fase do clube, que em 2021 conquistou os títulos brasileiro e da Copa do Brasil, além da hegemonia estadual, pois mira o tricampeonato mineiro consecutivo e disputa a 16ª decisão consecutiva da competição, já vencida 46 vezes.

    “Quando está valendo troféu, contra qualquer equipe é especial. Ano passado foi mágico para todos, com conquistas. Quanto mais conquistarmos, mais entraremos para a história do Atlético, que tem uma história muito bonita. Respeitando nosso adversário, vamos em busca do título”, afirmou o lateral-esquerdo Guilherme Arana, esperançoso em ampliar a fase vencedora do Galo.

    O Cruzeiro, por sua vez, enfrentou alguns percalços até se classificar para a decisão do Mineiro. O time foi apenas o terceiro colocado na primeira fase do Estadual, com 22 pontos em 33 possíveis, o que incluiu três derrotas, uma delas para o Atlético, por 2 a 1. Mas, nas semifinais, passou com segurança pelo Athletic, com um placar agregado de 4 a 1 ao fim dos dois jogos.

    Foram resultados obtidos por um clube em reconstrução e que está em processo de aquisição das suas ações por Ronaldo Nazário. Também reformulou o seu elenco para a temporada 2022, contratando um novo técnico, o uruguaio Paulo Pezzolano. E ele conseguiu montar um time forte fisicamente, com um artilheiro no ataque: Edu.

    Após ser o principal goleador da Série B de 2021 pelo Brusque, o centroavante tem mantido o ritmo no Cruzeiro, com seis gols marcados no Estadual. Ele certamente terá a companhia de Vitor Roque, de apenas 17 anos, no ataque neste sábado. E a dúvida é se Waguininho também atuará ao lado deles ou se Pedro Castro será escalado para reforçar o meio-campo.

    “A gente sabe do peso da partida. Trabalhamos de uma forma bem intensa para que a gente possa continuar no processo de evolução. Nosso time, temos de lembrar, foi formado há dois, três meses, então está em um processo de conhecimento e evolução. E a gente quer continuar mantendo isso”, disse o volante Rômulo, que vem sendo improvisado na lateral direita.

    A vaga na final já representa um passo além para o clube, pois o Cruzeiro havia sido eliminado antes da final no Mineiro nos dois últimos anos. Indo para a terceira Série B seguida, agora o time tem se mostrado mais competitivo, o que torna factível ao torcedor acalentar o sonho do acesso à elite nacional. Mas fazê-lo após ser campeão estadual pela 39ª vez, sendo a primeira desde 2019, seria ainda mais especial e saboroso.

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