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    À CNN, ídolos de Fla e Galo, Nunes e Reinaldo, comentam duelo pela Copa do Brasil

    Ex-jogadores também relembraram finais do Brasileirão de 1980, em que o “Rei do Mineirão” anotou três tentos e o “Artilheiro das decisões" garantiu o título rubro-negro

    Bruno OliveiraDanilo Moliternoda CNN , em São Paulo

    Para muitos o maior ídolo da história do Atlético Mineiro, Reinaldo, o “Rei do Mineirão”, foi impedido em 1980 de coroar sua passagem pelo Galo com um título nacional.

    O responsável por frustrar o ícone atleticano foi o Flamengo — que será adversário do Galo na noite desta quarta-feira (22), às 21h30, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.

    Em 1980, Flamengo e Atlético disputavam a final do Campeonato Brasileiro. No jogo de ida da decisão, no Mineirão, Reinaldo marcou e garantiu a vitória dos mineiros por 1 a 0. O “Rei” acredita que nascia ali a “principal rivalidade do Atlético a nível nacional”.

    “Essa rivalidade vai sempre existir. O Flamengo tem uma das maiores torcidas do Brasil, que se impõe em todo o país. E a torcida do Atlético também é enorme, a maior de Minas, mais de 10 milhões de atleticanos. E também porque os dois clubes sempre fizeram grandes equipes. E agora vão se enfrentar de novo. É um clássico nacional”, diz o ex-jogador à CNN.

    Na partida de volta de 1980, os rubro-negros precisariam vencer por um gol de diferença para levar o título, já que tiveram a melhor campanha das semifinais do torneio. Brilhou, então, a estrela de Nunes, que marcou dois gols e garantiu o primeiro título brasileiro do Flamengo.

    Até os 37 minutos do segundo tempo da partida de volta, disputada em um Maracanã lotado por mais de 150 mil pagantes, o placar marcava 2 a 2 — o que dava o título ao Galo. Nunes, então, tratou de anotar seu segundo tento e fez explodir o estádio. O 3 a 2 deu o título ao Flamengo, que teve melhor campanha nas semifinais.

    “Eu tive a felicidade de fazer o gol do título e ser campeão brasileiro pela primeira vez. A sensação foi de uma grande vitória. Eu senti que eu tinha que assumir a responsabilidade: dei o drible no pé de apoio do Silvestre, em direção ao gol. Aquela jogada estava escrita. Tinha que ser eu mesmo para decidir essa jogada, decidir o título”, relembra o ex-jogador em entrevista à CNN.

    Após aquela decisão, atleticanos e rubro-negros se enfrentariam em diversos outros confrontos eliminatórios, por torneios nacionais e internacionais — inclusive pela Copa do Brasil.

    Reinaldo, que acredita em uma vitória do Galo por 2 a 0 no embate desta quarta-feira, diz que Hulk, Keno e Nacho Fernández são os jogadores atleticanos que podem — assim como ele em 1980 — desequilibrar o confronto em favor do Atlético.

    Já para o “Artilheiro das Decisões”, apesar do momento conturbado que vive atualmente a Gávea, o Flamengo pode derrotar o Atlético Mineiro e avançar na competição.

    “Se o Nunes estivesse jogando, seria 3 a 2, gols de Nunes. Não tenha dúvidas de que o Flamengo pode ganhar do Atlético dentro do Mineirão, tem plantel para isso. Só depende deles [jogadores]. Precisa ter personalidade, a obediência tática é muito importante, cada um ajudar o outro e estar sempre acreditando”, considera Nunes.

    Confira abaixo os principais trechos das entrevistas com os ex-jogadores:

    Clima da decisão de 1980

    Reinaldo
    “No primeiro jogo no Mineirão ganhamos de 1 a 0, eu fiz o gol. E nós fomos para a final no Rio, e o Flamengo precisava somente de uma vitória por um gol. Se fosse outro regulamento, com certeza a gente teria uma vantagem. E o Flamengo veio com tudo para cima [no segundo jogo], não só com a torcida, a garra, mas também com um juiz que atrapalhou a decisão. Mas foi um grande jogo, e as duas equipes formavam a base da Seleção Brasileira. Fiz os gols que provocaram um silêncio profundo no Maracanã, e foi uma sensação maravilhosa.”

    Nunes
    “Essa decisão de 1980 teve dois jogos super importantes. O primeiro foi lá no Mineirão, perdemos de 1 a 0 em uma infelicidade do Júnior. Mas ali não era a decisão, a decisão era no Maracanã. Então, o placar não assustou a gente. Eu tive a felicidade de fazer o gol do título e fazer o Flamengo campeão brasileiro pela primeira vez. A sensação foi de uma grande vitória. Eu senti que eu tinha que assumir a responsabilidade: dei o drible no pé de apoio do Silvestre, em direção ao gol. Aquela jogada estava escrita. Tinha que ser eu mesmo para decidir essa jogada, decidir o título.”

    Momento atual das equipes

    Reinaldo
    “Eu acho que o Atlético vai surfar nessa onda de decisões, de estar disputando e conquistando títulos durante um bom tempo. Isso não só pelo material, pelo time que tem, mas também pela organização. O planejamento aqui no Atlético é que a gente nessa década conquiste títulos — ou ao menos esteja disputando títulos. Não vou dizer que vai ganhar tudo, porque não existe esse time que vai ganhar tudo.”

    Nunes
    “Falta eles [jogadores do Flamengo] terem a consciência de que eles podem sair da situação em que eles se encontram. São grandes jogadores. Se não fossem, não estariam no Flamengo. Eles têm que ter essa consciência: ‘se eu estou no Flamengo, é porque eu tenho capacidade de estar vestindo a camisa do Flamengo. Para jogar esse jogo, precisa ter muita personalidade. O time do Flamengo é um time maravilhoso, só depende deles. Eles têm que mostrar isso dentro de campo.”

    Palpite para o jogo e jogadores que podem decidir

    Reinaldo
    “Eu trocaria o resultado do jogo passado [pelo Brasileirão], queria que ganhasse de 2 a 0 na Copa do Brasil. Na Copa do Brasil, já é uma boa vantagem o 2 a 0. Eu acho que o Atlético pode e deve repetir esse placar. Hulk, Hulk, Hulk. O Hulk realmente é decisivo, está exibindo um futebol maravilhoso aqui, contagiando toda a equipe. Eu acho que Hulk, Keno e Nacho são jogadores letais que podem, sim, matar o Flamengo nessa decisão.”

    Nunes
    “Se o Nunes estivesse jogando, seria 3 a 2, gols do Nunes. Vai ser um jogo bom. Não tenha dúvidas de que o Flamengo pode ganhar do Atlético dentro do Mineirão, tem plantel para isso. Só depende deles. Precisa ter personalidade, a obediência tática é muito importante, cada um ajudar o outro e estar sempre acreditando. Claro que vamos encontrar uma grande equipe, mas podemos, sim, ganhar.”

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