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    Ex-jogador de Rugby, Campbell Johnstone se assume gay uma década depois da aposentadoria

    Ex-atleta jogou três vezes pela Seleção Neozelandesa de Rugby e representou times como Canterbury, Crusaders e Biarritz

    Ex-jogador de Rugby Campbell Johnstone
    Ex-jogador de Rugby Campbell Johnstone Photo by Ross Land/Getty Images

    George Ramsayda CNN

    Durante sua carreira no rugby, Campbell Johnstone construiu uma reputação de atleta com “o melhor ombro direito do jogo”, de acordo com um de seus ex-treinadores.

    Ele jogou três vezes pelo All Blacks – a Seleção Neozelandesa de Rugby – um sonho para milhares de jovens jogadores do país, e representou times tanto no país como no exterior. Apesar de todo o seu comprometimento e fisicalidade em campo, Johnstone também escondia uma parte de si mesmo.

    “Adorei jogar rugby. E então, um dia, esse outro lado de mim, minha sexualidade, estava surgindo e eu gostava de homens”, disse ele à CNN Sport.

    “Isso não se encaixava na imagem e não fazia parte do meu plano. Eu sempre empurrei isso para o fundo da minha cabeça e não o abordei – apenas continuei afastando e afastando, e mantendo o foco em meus objetivos”.

    No mês passado, Johnstone se tornou o primeiro atleta dos All Blacks a se assumir publicamente como gay, cerca de uma década depois de encerrar sua carreira no rugby.

    A resposta ao anúncio, diz ele, o pegou de surpresa. As estrelas do rugby da Nova Zelândia, Ruby Tui e Aaron Smith, entre outros, elogiaram Johnstone por sua bravura nas redes sociais, enquanto o ministro dos Esportes, Grant Robertson, que é abertamente gay, agradeceu-lhe por “desbravar esta trilha” e inspirar “as futuras gerações a serem abertas, feliz e confortável.”

    “Tantas pessoas enviaram mensagens de apoio. Centenas de pessoas enviaram mensagens contando suas histórias e suas lutas e como foi gratificante ou revigorante me ouvir falar e assumir. A esse respeito, tem sido realmente impressionante e muito positivo”, disse.

    Além de seus três testes para os All Blacks em 2005, Johnstone jogou 72 vezes pelo Canterbury e 38 vezes pelos Crusaders. Se mudou para a França em 2009 e fez mais de 100 partidas pelo Biarritz.

    Agora, o homem de 43 anos diz que está “em paz” em sua vida privada, mas ele ainda se lembra da angústia que enfrentou em seus dias de jogador, quando não acreditava que sua sexualidade estivesse alinhada com seu sonho de infância de jogar pelos All Blacks.

    “Foi como se eu estivesse preso entre a cruz e a espada”, diz Johnstone. “Aqui estava esse jogo e esse esporte que eu amava e gostava tanto, mas não conseguia ser eu mesmo. E eu senti que estava vivendo uma vida dupla, basicamente”.

    “Eu ia para casa e aí a ansiedade aumentava e eu saía de casa, ia treinar. Mas isso, curiosamente, foi o lado divertido, e me deu alívio, aliviou um pouco o estresse. Então eu voltava para casa e percebia que não estava sendo sincero com meus companheiros de equipe.”

    Há apenas uma pequena quantidade de homens abertamente gays na comunidade profissional de rugby. O ex-árbitro Nigel Owens se assumiu em 2007 e, dois anos depois, o ex-atleta de País de Gales Gareth Thomas se tornou o primeiro jogador de alto nível abertamente gay.

    Tanto Owens quanto Thomas falaram sobre ter pensamentos suicidas enquanto lutavam para aceitar sua sexualidade, enquanto o ex-jogador australiano Dan Palmer, que se assumiu gay em 2020, disse que “rotineiramente consumia entorpecentes” durante sua carreira de jogador.

    Apesar de todas as dificuldades, Johnstone está otimista sobre o futuro do rugby.

    “Desde que os treinadores e os jogadores tenham a mente aberta e forneçam uma cultura e uma estrutura muito atenciosa e solidária dentro da equipe, acho que vai progredir muito bem”, diz ele. “Acho que o rugby é uma cultura viva e está sempre progredindo e está progredindo nas direções certas.”

    Johnstone nunca considerou se assumir durante seus dias como jogador – principalmente porque ele sempre foi uma pessoa reservada e “não estava 100% confortável” com sua sexualidade na época. Agora, ele está falando publicamente na esperança de capacitar outros a fazerem o mesmo.

    “Eu estava feliz e muito forte na minha vida privada e tudo mais, então pensei: ‘Sim, ok, vamos abordar isso e tirar esse estigma’, porque sempre houve esse estigma em torno dos All Blacks”.

    “Se pudermos abrir essa porta e eu puder ser o primeiro, então esse estigma se foi e isso apenas torna mais fácil e menos estresse ou ansiedade para outras pessoas”.

    Depois de se aposentar do rugby, Johnstone assumiu funções de treinador na Espanha, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia.

    Ele recentemente visitou um de seus ex-clubes, o Crusaders, para compartilhar sua história e destacar a importância de criar um ambiente de apoio dentro de um time esportivo profissional – algo que ele acredita ter um impacto positivo quando se trata de desempenho em campo.

    “Isso, em poucas palavras, tornará sua equipe mais forte e eficaz, e você obterá melhores resultados, acredito”.

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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