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    Entenda por que os árbitros não vão paralisar o Brasileirão

    Associação de árbitros, Anaf divulgou nota pedindo greve após acusação de Textor, mas elite de arbitragem faz parte de outro grupo

    Anderson Daronco, árbitro da CBF
    Anderson Daronco, árbitro da CBF Wagner Meier/Getty Images

    Marcel Rizzoda Itatiaia

    A Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) divulgou nota, nesta terça-feira (23), pedindo a paralisação do Campeonato Brasileiro. Só que não há movimentação entre os profissionais da arbitragem para parar. Não haverá greve neste momento, portanto.

    O dono da SAF do Botafogo, John Textor, questionou na segunda-feira (22), em depoimento à CPI da Manipulação, no Senado, o uso do VAR em um jogo Palmeiras x Vasco, na temporada passada. O cartola voltou a afirmar que há manipulação de resultados no futebol brasileiro.

    Para a direção da Anaf, colocar em xeque a arbitragem faz com que seja necessária a paralisação até que explicações sejam dadas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), considerada omissa pela associação.

    Só que a Anaf, fundada em 1997, não representa hoje a elite da arbitragem brasileira. No ano passado foi criada uma outra associação, a Abrafut (Associação de Árbitros de Futebol do Brasil), que tem como presidente o árbitro assistente Marcelo Van Gasse, que esteve nas Copas do Mundo de 2014 e 2018, e como vice Anderson Daronco. Foram fundadores do grupo profissionais como Bruno Arleu, Neuza Back e Wilton Pereira Sampaio, os dois últimos representantes do Brasil no Mundial do Catar, em 2022.

    A Anaf faz oposição aberta a Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. Já a Abrafut, apesar de já ter se posicionado contra John Textor, por exemplo, quando o dirigente questionou arbitragem em outras ocasiões, tem boa relação com a confederação brasileira, inclusive participando de reuniões com o chefe da comissão de arbitragem, Wilson Luiz Seneme.

    A chance de a Abrafut, onde está a elite dos árbitros, liderar uma paralisação dos profissionais é nula, pelo menos no contexto atual.

    Veja na íntegra a nota da Anaf

    OS ÁRBITROS PRECISAM SE UNIR E PARALISAR O CAMPEONATO BRASILEIRO; COMPETIÇÃO ESTÁ EM XEQUE APÓS ACUSAÇÕES DE TEXTOR QUE COLOCAM O VAR SOB SUSPEIÇÃO.

    Não há outro caminho: É PRECISO PARAR O BRASILEIRÃO 2024 antes que façam o VAR virar caso de polícia. Tenho recebido inúmeros telefonemas de árbitros insatisfeitos e já há um volumoso grupo que deseja, em protesto ao que está ocorrendo, interromper o campeonato brasileiro já nas próximas rodadas.

    Tudo isso ocorre graças a um show de horrores onde o protagonista principal é o ex-afastado presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que anda mais preocupado com o seu volumoso salário na entidade, do que, por exemplo, em pagar as ÁRBITRAS que estão trabalhando de graça para a CBF. Desde o ano passado, a arbitragem feminina atua sem receber em diversos torneios femininos nacionais. Isso mostra bem o retrocesso que sua gestão causa ao futebol e à arbitragem brasileira.

    Eu já disse algumas vezes que Wilson Seneme é despreparado para estar no cargo que assumiu sem nenhum projeto. Aliás, qual a formação acadêmica dele?

    Não precisa ser especialista no assunto para atestar que o ex-diretor de árbitros da Conmebol, demitido após pressão de alguns países, por bom senso, diante de tudo o que estamos vendo e vivendo, no mínimo deveria ser afastado. Ele não tem comando e fez a arbitragem brasileira chegar ao fundo do poço, sendo exposta no Senado Federal por um dirigente inconsequente que mesmo sem provas, insiste em dizer que o Brasil possui árbitros que manipulam resultados. Isso põe não só o VAR sob suspeição, como pode gerar sérios prejuízos à imagem da arbitragem.

    Pelo bem do futebol, o BRASILEIRÃO precisa ser paralisado! E uma boa parcela de árbitros está disposta a dar esse grito de liberdade por não aguentarem mais tamanha indiferença e pouco caso por parte do presidente da CBF que em respeito ao futebol deveria ter vergonha na cara e renunciar!

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