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    Em Nova York, Beckenbauer jogou com Pelé e foi chamado de traidor na Alemanha

    Craque alemão morreu nesse domingo (7), aos 78 anos

    Luccas Oliveirada CNN

    Morto nesse domingo, aos 78 anos, o alemão Franz Beckenbauer está na lista dos craques pioneiros que desbravaram o soccer, o futebol dos Estados Unidos, na década de 1970 — quase 50 anos antes de Messi, Suárez e companhia.

    O zagueiro atuou pelo New York Cosmos por quatro temporadas. Chegou em 1977, quando tinha 31 anos e vivia grande momento técnico, e seguiu até 1980, antes de voltar para um adeus ao futebol alemão, no Hamburgo. Em 1983, retornou ao Cosmos para encerrar a carreira.

    Pelo clube norte-americano, Beckenbauer fez 132 jogos, marcando 23 gols. Ele foi campeão da North American Soccer League, precursora da atual MLS, três vezes.

    Parceiro de craques brasileiros

    Acima de tudo, no NY Cosmos, o craque alemão jogou ao lado de grandes ídolos do futebol brasileiro. Em especial, o maior de todos, Pelé, e o “capita” Carlos Alberto Torres.

    Por lá, também fez parceria com o paraguaio Romerito, que deixaria o Cosmos em 1984 para se tornar um ídolo histórico do Fluminense, por onde atuou até 1988 antes de seguir para o Barcelona.

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    Beckenbauer ainda estava no auge e foi chamado de traidor

    Diferentemente de Messi, que chegou ao futebol norte-americano já na reta final da carreira, Beckenbauer tinha apenas 31 anos quando foi contratado pelo Cosmos.

    Na época que assinou com o clube, tabloides alemães chegaram a chamar o ídolo de “traidor” e “mercenário”, já que ele deixava o país dois anos antes de uma Copa do Mundo (a de 1978, vencida pela Argentina).

    Segundo reportagem da ESPN dos EUA, certo dia de primavera em Nova York, Beckenbauer caminhava livremente pela Quinta Avenida, maravilhado pelo fato de não ser reconhecido nas ruas.

    Na Alemanha, eu não conseguia andar dois metros sem ser parado. Isto é o paraíso

    Beckenbauer, sobre morar em Nova York

    Por outro lado, o alemão teve dificuldades de entender a ligação entre futebol e o mundo de celebridades que o Cosmos da época representava. “Às vezes, no vestiário, eu sinto que estou em Hollywood”, chegou a dizer.

    Beckenbauer dança com Pelé

    Em outra cena memorável da passagem de Beckenbauer e Pelé por NY, narrada pela ESPN, o Cosmos estava literalmente em festa pela conquista do campeonato de 1977.

    Lá pelas tantas, Beckenbauer foi até Pelé e deu um tapinha no ombro do craque brasileiro. “Pelé, mais uma vez, quero dançar com você”. Pelé sorriu, cedeu, e os dois sambaram, tocando as pontas dos pés.

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