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    Em jogo com gol olímpico, lendas dos EUA garantem bronze no futebol feminino

    Com dois gols de Rapinoe e outros dois de Lloyd, Estados Unidos – tetracampeões olímpicos – batem Austrália e voltam ao pódio após decepção em 2016

    Megan Rapinoe, dos EUA (fora da imagem), abriu placar na disputa pelo bronze do futebol feminino com gol olímpico
    Megan Rapinoe, dos EUA (fora da imagem), abriu placar na disputa pelo bronze do futebol feminino com gol olímpico Foto: Andre Penner - 5.ago.2021/AP

    Leandro Iamin, colaboração para a CNN

    O bronze no torneio feminino de futebol das Olimpíadas 2020 é dos Estados Unidos. Na manhã desta quinta-feira (5), as norte-americanas, tetracampeãs olímpicas, venceram a Austrália por 4 a 3 em Ibaraki e voltaram ao pódio da competição após ficarem de fora no Rio de Janeiro em 2016.

    Criticadas ao longo da competição por não serem nem sombra do que costumavam ser, o desempenho das mulheres dos EUA foi ótimo na despedida da competição – performance que valeu o inédito bronze.

    E valeu, também, pela mística: aos 8 minutos, Megan Rapinoe marcou um gol… olímpico. Os gols marcados em cobranças de escanteio levam esse nome graças a um gol, em 1924, do uruguaio Onzari, contra a Argentina.

    Como o Uruguai era o campeão olímpico, o gol de escanteio – sem precedentes até então e, portanto, sem um nome – foi assim batizado. Rapinoe, quase um século depois, abriu dessa forma a história de um jogo de alto nível.

    Aos 17 do primeiro tempo, Sam Kerr empatou para as australianas, aproveitando erro de passe na defesa norte-americana. A zaga australiana devolveu o presente cinco minutos depois: Kennedy “espanou o taco” na hora de afastar a bola de sua área, e Rapinoe, de novo ela, marcou de primeira, sem deixar a bola tocar o chão. Mais um golaço dela.

    Perto do intervalo, Carli Lloyd, de 39 anos, fez, de perna esquerda, o terceiro gol de sua seleção. Viram os nomes? Rapinoe, Kerr, Lloyd. As autoras dos gols da primeira etapa fazem parte de qualquer lista de maiores jogadoras de futebol dos últimos anos, e, só por isso, o jogo já valeria a atenção.

    Mas ainda havia uma medalha em disputa, e a Austrália, nunca presente no pódio olímpico, voltou do intervalo com uma missão muito difícil: buscar, no mínimo, o empate.

    Sonhar estava permitido. Afinal, as australianas passaram pela Grã-Bretanha nas quartas de final com um 4 a 3 que, aos 44 do segundo tempo, estava 1 a 2. Kerr empatou no último minuto, naquela ocasião, e forçou a prorrogação.  

    Norte-americanas celebram bronze conquistado contra Austrália em Tóquio
    Tetracampeãs olímpicas, norte-americanas celebram bronze conquistado após vitória por 4 a 3 contra Austrália
    Foto: Kiichiro Sato – 5.ago.2021/AP

    Acontece que no sexto minuto da etapa final, nesta quinta (5), Lloyd fez mais um. 4 a 1. A goleada era uma sentença injusta com as “matildas”. O duelo era relativamente equilibrado, à parte a eficiência das atacantes dos EUA.

    Quando, aos 9 da segunda etapa, Caitlin Foord diminuiu a contagem para 4 a 2, a chance de um milagroso empate continuou movendo as pernas das australianas. Mas o jogo, após seis gols e outras tantas oportunidades claras, esfriou.

    Hora das substituições dos dois lados, que ajudaram a quebrar o ritmo do jogo, e da experiência dos Estados Unidos falar alto.

    Lloyd, em sua última jornada olímpica, deixou o gramado ovacionada dez minutos antes do fim. Parecia que a história estava contada, mas a Austrália fez questão de encerrar com emoção uma partida que merecia exatamente isso.

    Austrália fez boa campanha em Tóquio, mas acabou sem medalha no futebol feminino
    Austrália fez boa campanha em Tóquio, mas acabou sem medalha no futebol feminino
    Foto: Fernando Vergara – 5.ago.2021/AP

    Emily Gielnik, aos 46, fez de fora da área o terceiro gol das matildas, reacendeu a chama da partida e ensejou aquela pressão no final, com todo o time no ataque. Ninguém pode dizer que não é uma seleção que luta até o fim. Hoje, porém, não deu tempo e não teve gol de empate.

    Com quatro ouros e uma prata na sua história, o bronze americano, embora não fosse o ideal, foi muito festejado diante das circunstâncias do jogo e da campanha. As australianas, em contrapartida, seguem na espera, mas saem de cabeça erguida do torneio. Sam Kerr terá 30 anos em Paris 2024.

    Uma espetacular partida em Ibaraki. Em um torneio com vários placares elásticos, o show de gols na disputa do bronze refletiu de fato o que foi o jogo: intenso, ofensivo e generoso com atletas icônicas.

    Se na primeira fase o encontro entre as duas seleções acabou em um 0 a 0 cômodo para ambas, será difícil uma decisão de bronze tão eletrizante quanto esta.