CBF reconhece assédio e aumenta punição de Caboclo para 21 meses
Em um primeiro momento, presidente afastado foi enquadrado em ‘conduta inapropriada'
A Comissão de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu aumentar para 21 meses a punição sugerida para o presidente afastado da entidade, Rogério Caboclo, no processo que investiga um suposto assédio moral e sexual do dirigente contra uma funcionária.
Dessa forma, o cartola ficará afastado seis meses a mais do que na primeira decisão, quando a Comissão sugeriu uma pena de 15 meses por ‘conduta inapropriada’.
A decisão foi tomada, nesta segunda-feira (20), de forma unânime pelo colegiado da Comissão de Ética da CBF. A informação foi confirmada pela CNN com fontes ligadas à entidade que administra o futebol brasileiro. Já Rogério Caboclo nega todas as acusações de assédio.
Além do aumento de seis meses na punição de Caboclo, a Comissão de Ética também concluiu que a atitude do presidente afastado passa a ser enquadrada como “assédio, de qualquer natureza, inclusive moral ou sexual”. Na primeira decisão, o caso foi classificado como “conduta inapropriada”.
A nova punição concedida pela Comissão de Ética precisa agora ser avaliada pela Assembleia-Geral da CBF, composta por 27 dirigentes de federações estaduais do futebol brasileiro. A reunião que vai decidir a nova pena de Caboclo ainda não tem data marcada.
O presidente afastado é acusado de ter cometido assédio moral e sexual contra uma funcionária que trabalhava há mais de nove anos na entidade. As investigações usaram como base gravações feitas pela vítima, além de relatos de episódios em que ela teria sido assediada. Os advogados protocolaram a denúncia no início do mês de junho, dois dias depois ele foi afastado.
Além dessa funcionária, o presidente afastado foi denunciado por outras três pessoas dentro da CBF, sendo duas mulheres e um homem. Todas as vítimas acusam caboclo de assédio. Em um dos casos confirmados pela CNN, uma ex-funcionária da entidade admitiu ter sofrido diversas agressões físicas e psicológicas.
Ela ainda relatou que o presidente afastado tentou “por inúmeras vezes” beijar e agarrá-la à força.
Em nota, Rogério Caboclo diz existir uma parcialidade dos integrantes da Comissão de Ética da CBF, e afirma que as decisões dos juízes fazem parte de “mais um episódio da armação construída por adversários para retirar Caboclo da presidência”. De acordo com ele, “a mudança de opinião da comissão de ética da CBF não existe no mundo jurídico”