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    Presidente do Juventude pede parada do Brasileiro: “Funcionários perderam tudo”

    Fábio Pizzamiglio afirmou que não tem condições logísticas nem técnicas para o futebol continuar; CBF se discutirá parada no dia 27 de maio

    Gustavo AbraãoMaurício NoriegaJairo Nascimentoda CNN , São Paulo

    O Presidente do Juventude, Fábio Pizzamiglio, afirmou que não há condições imediatas para retomada dos jogos de times gaúchos no Campeonato Brasileiro. Em entrevista à CNN Brasil, Pizzamiglio explicou que o clube tem “funcionários que perderam tudo” e que a cidade de Caxias do Sul, onde o clube da Série A está sediado, vive cenário preocupante.

    Nesta segunda-feira (13), o dirigente explicou que entende um possível “prejuízo financeiro” no caso de paralisação, mas que a sequência da competição é “falta de empatia” e que os clubes gaúchos estão em desvantagem com um “desequilíbrio técnico enorme, sem ritmo de jogo”.

    “Com relação à estrutura, o Juventude não tem muito o que reclamar perto da dupla Gre-Nal e da região metropolitana, mas tivemos funcionários que perderam tudo, funcionários que estavam sem contato com familiares. Alguns ficaram até dez dias sem saber se os familiares estavam bem ou não, realmente muito complicado. Tivemos fortes chuvas nos últimos dias, tivemos tremores de terra durante a madrugada, estrondos e deslizamentos de terra também, há registros de pontes caindo. O cenário na nossa região também é bem preocupante”, comentou.

    O centro de treinamento e o estádio do Juventude, Alfredo Jaconi, não foram atingindos pelas enchentes.

    Parar é “difícil” e causa “prejuízo financeiro”

    Sobre a paralisação ele comentou que entende a paralisação do Brasileirão como algo “difícil” e que pode causar “prejuízo financeiro”. Porém, para o cartola, “a parte humanitária e psicológico é primordial no momento”. O Juventude faz parte da Liga Forte União que, por enquanto, é favorável à paralisação da competição em geral. Porém, nem mesmo entre os 11 times há consenso das decisões do bloco.

    O presidente também comentou a falta de estrutra de deslocamento tanto para os times gaúchos quanto para os visitantes.

    “A nossa logística entre Porto Alegre e Caxias também está prejudicada. 90% das vezes o Juventude viaja por Porto Alegre, não sai de Caxias do Sul. Entre nós, a gente poderia se ajudar, porém a logística de outros clubes para cá fica totalmente impossibilitade. A previsão do aeroporto de Porto Alegre, por enquanto, é 30 de maio e, nesse período, não se sabe que vai fazer. O nosso aeroporto está fechado (em Caxiais do Sul), e o pouco que está sendo utilizado é pra receber ajuda humanitária. Seria um contrassenso usar a estrutura para o futebol acontecer”, afirmou.

    A declaração foi dada em entrevista aos jornalistas Maurício Noriega e Carol Nogueira, no CNN Novo Dia.

    Sem ritmo de jogo

    Fábio Pizzamiglio agradeceu a oferta de CTs e estádios de outros clubes, mas afirmou que “não tem a menor condição de tirar os atletas de perto de suas famílias. Temos atletas que estão com seus familiares em abrigos”. Ele explicou que há sondagens para a dupla Gre-Nal utilizar o Alfredo Jaconi, estádio do Juventude e que não foi atingido pelas enchentes, para mando de jogos.

    “Talvez falta de empatia, talvez não queiram dividir o problema e, depois, a falta de datas. Nós vamos ter um desequilíbrio técnico enorme. Quando o Juventude, Grêmio e Inter voltarem a jogar, nós vamos estar muito abaixo dos outros, sem ritmo de jogo. Pouco conseguimos treinar”, avaliou sobre a paralisação.

    Reunião da CBF sobre possível paralisação

    A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou a convocação de um Conselho Técnico Extraordinário para o dia 27 de maio. A reunião vai tratar do futuro da Série A do Campeonato Brasileiro e contará com representantes de todos os 20 clubes. De acordo com o comunicado da CBF, o principal tema do encontro será a situação dos clubes gaúchos e temas relativos à continuidade do Brasileirão.

    A possibilidade de paralisação do Campeonato Brasileiro, defendida pelos clubes da Liga Forte União, além de alguns atletas que também já se manifestaram, não foi abordada pela decisão da CBF. Por meio da diretoria, o Palmeiras disse ser contrário à paralisação. O Flamengo também não quer a paralisação.

    Os clubes gaúchos, afetados pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, tiveram os jogos adiados justamente até o dia 27 de maio, data da reunião. O Conselho técnico será realizado na sede da CBF, no Rio de Janeiro. O Governo Federal, através do Ministério do Esporte, também solicitou a paralisação do Campeonato Brasileiro.

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