Com recorde de Bird e Taurasi, EUA atropelam Japão, mas as duas equipes festejam
O time japonês, surpresa absoluta na final do basquete, entrou em quadra para desfrutar do momento; americanas chegam a 55 jogos olímpicos sem perder
A final do basquete feminino olímpico foi peculiar. Em teoria, a final é o jogo que reúne duas das melhores seleções do planeta, capazes de medir forças com algum equilíbrio. Na prática, a seleção do Japão, que alcançou a final com uma campanha épica e surpreendente, não conseguiu competir: os Estados Unidos venceram por 90 a 75 e levaram a medalha de ouro sem precisar de muito esforço.
A diferença técnica é brutal, mas a final também escancarou um abismo físico e atlético. A jogadora mais alta do Japão, para se ter uma ideia, tem 1,85m. A altura da pivô japonesa é a mesma de Napheesa Collier, ala americana. Grinner, a pivô do Dream Team, tem 20 centímetros a mais. O contraste em quadra indicou cedo quem seria a campeã.
Já são 55 partidas olímpicas sem derrota. O time americano não perde um jogo desde Barcelona 1992.
Clima amistoso na final
Após um 23 a 14 no primeiro período, os Estados Unidos entraram em um ritmo mais de exibição do que de competição pesada. A descontração teve a “ajuda” do selecionado japonês, que, sem inconformismo, também parecia querer desfrutar do momento.
Dessa forma, um clima leve, amistoso, tomou conta do desenrolar da final, cujas câmeras, aos poucos, mudaram de foco e mostraram menos a bola e mais a dupla de imortais do basquete: Sue Bird e Diana Taurasi.
Com 39 e 40 anos respectivamente, Bird e Taurasi conseguiram, juntas, o quinto ouro olímpico consecutivo. Nunca o basquete teve algum(a) atleta com essa marca.
Taurasi jogou mais do que a sua média na campanha, e, em 29 minutos na quadra, fez sete pontos. Em 23 minutos, Bird fez os mesmos sete pontos. Ambas saíram da quadra direto para o Livro dos Recordes.
Não é de se estranhar que a cestinha do jogo tenha sido a pivô Griner, de 2,03m. A altura fez a diferença a seu favor, e a pontuação só não foi maior porque, no último período, as americanas deixaram as reservas em quadra por mais tempo.
Com o estouro do cronômetro, festa dupla e curiosa: as americanas se abraçaram de forma serena e tranquila, enquanto as japonesas mostravam euforia e tiravam uma animada foto com todo o elenco no centro da quadra. Uma campanha histórica das duas equipes, cada uma com seus parâmetros.