Sem público e marcada por protestos, estreia da F1 em 2020 tem Bottas vencedor
Finlandês conquista 8º triunfo de sua carreira no retorno da categoria, em corrida sem público, e marcada pelo grande número de abandonos
O piloto finlandês Valtteri Bottas, da Mercedes, venceu a primeira corrida de Fórmula 1 disputada em 2020 – 8º triunfo de sua carreira –, na Áustria, neste domingo (5).
A etapa foi marcada por uma disputa inusitada pelo terceiro lugar, decidida na última curva, e pela grande quantidade de abandonos – apenas 11 dos 20 pilotos cruzaram a linha de chegada.
Apesar de terminar a corrida na segunda posição, o hexacampeão Lewis Hamilton perdeu duas posições após uma punição de 5 segundos por um acidente com Alex Albon, da Red Bull. Em razão dessa punição, o monegasco Charles Leclerc, da Ferrari, ficou com em segundo lugar, seguido pelo inglês Lando Norris, da McLaren.
Norris estava pouco mais de 5 segundos atrás de Hamilton, mas conseguiu cravar a volta mais rápida da corrida em seu último giro e, dessa forma, herdou o terceiro posto. Foi seu melhor resultado na categoria, desde sua estreia em 2019.
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Devido à pandemia de Covid-19, a corrida do circuito Red Bull Ring, foi realizada sem público pela primeira vez nos 70 anos da categoria.
“Consegui fazer as coisas darem certo, controlei a corrida e consegui um bom começo de temporada”, disse Bottas, depois da corrida. O finlandês, que liderou todas as 71 voltas da corrida, conseguiu superar também três relargadas após entradas do safety car na pista.
Carlos Sainz, da Mclaren, foi o quinto colocado, seguido por Sergio Perez, da Racing Point, e Pierre Gasly da AlphaTauri.
Esteban Ocon, cuja última corrida na categoria havia sido em 2018, chegou na 8ª posição com sua Renault, seguido por Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo, e Sebastian Vettel, da Ferrari. O canadense Nicholas Latifi, único estreante na F1 em 2020, foi o último a completar a corrida, com sua Williams na 11ª posição.
Daniil Kvyat (AlphaTauri), Alex Albon (Red Bull), Kimi Räikkönen (Alfa Romeo), George Russell (Williams), Romain Grosjean (Hass), Kevin Magnussen (Hass), Lance Stroll (Racing Point), Daniel Ricciardo (Renault) e Max Verstappen (Red Bull) abandonaram a corrida.
A próxima etapa da F1 será no próximo fim de semana, na mesma pista, para o GP da Estíria (região onde fica o circuito Red Bull Ring).
Protesto antes da corrida
Hamilton e a maior parte dos pilotos da Fórmula 1 se ajoelharam no grid de largada antes do início da corrida. Imagens de TV mostraram que 6 pilotos ficaram de pé, incluindo Max Verstappen, da Red Bull, e Charles Leclerc, da Ferrari, e que os outros 14 adotaram a postura de protesto.
Único piloto negro na categoria e defensor da campanha contra o racismo e por maior diversidade, Lewis Hamilton usava uma camiseta preta com a frase “Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam) na frente e ‘End Racism’ (Fim do Racismo) nas costas.
O gesto de ajoelhar antes do hino foi popularizado pelo quarterback do San Francisco 49ers Colin Kaepernick em 2016 e ganhou força após a morte de George Floyd, um negro assassinado por um policial de Minneapolis, no EUA, em maio.
A Fórmula 1 publicou no Twitter um vídeo dos pilotos: “Acabar com o racismo. Uma causa. Um compromisso. Como indivíduos, escolhemos nossa própria maneira de apoiar a causa. Como grupo de pilotos e uma família F1 mais ampla, estamos unidos neste objetivo”.
(Com informações da Reuters)