Honda anuncia saída da F1 em 2021 para ‘focar em emissão zero de carbono’
Decisão foi tomada no final de setembro e a empresa não pretende retornar à Fórmula 1
A fabricante japonesa Honda anunciou nesta sexta-feira (2) que encerrará sua participação como fornecedora de motores para a Fórmula 1 no final da temporada de 2021 para se concentrar no desenvolvimento de tecnologias com emissão zero de carbono.
A decisão foi tomada no final de setembro e a empresa não pretende retornar à F1, disse o presidente-executivo Takahiro Hachigo em entrevista coletiva online.
“Isso não é resultado da pandemia de coronavírus, mas por causa de nossa meta de longo prazo de eliminação de carbono”, disse Hachigo.
Como outras montadoras, a Honda corre para desenvolver veículos com novas matrizes energéticas em uma mudança na indústria que Hachigo descreveu como “[algo que acontece] uma vez em um século”.
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Essa corrida está se acelerando em meio ao surto do novo coronavírus à medida que os fabricantes de automóveis revisam os planos de produção para conquistar participação de mercado com novos modelos, incluindo veículos de baixa ou com zero emissões de carbono.
A Honda, que voltou à F1 em 2015 em parceria com a equipe McLaren – inspirada pela criação das unidades de potência com foco em tecnologia híbrida e recuperação de energia –, disse que focará os recursos usados para construir motores de F1 em esforços para acelerar o desenvolvimento de tecnologias de emissão zero, como células de combustível e baterias.
A Honda está lançando seu primeiro carro alimentado apenas com baterias e produzido em massa neste mês – o Honda e – e anunciou planos para que dois terços da produção da empresa sejam de veículos com nova energia até 2030.
A rival japonesa Toyota disse na semana passada que espera que as vendas anuais de veículos elétricos cheguem a 5,5 milhões em 2025, cinco anos antes do inicialmente planejado.
Efeitos na F1
A decisão da Honda deixará a Fórmula 1 com apenas três fornecedores de motores: Mercedes, Ferrari e Renault.
Pelas regras atuais da categoria, a Renault seria obrigada a fornecer motores para a Red Bull e para a Alpha Tauri – equipes atendidas hoje pela Honda – por ser a construtora com menos clientes, caso elas não cheguem a um acordo com outra fornecedora.
Recentemente, a Red Bull e a Alpha Tauri se comprometeram a continuar na Fórmula 1, pelo menos, até 2025 com a assinatura do novo Pacto da Concórdia.
“Entendemos o quão difícil é para a Honda tomar essa decisão. Entendemos e respeitamos os motivos por trás disso”, afirmou o diretor da Red Bull, Christian Horner, em comunicado.
“Esperamos embarcar em uma nova era de inovação, desenvolvimento e sucesso. Como grupo, vamos avaliar e procurar a unidade de potência mais eficiente para 2022”, completou.
Desde seu retorno à categoria, os motores Honda conquistaram 5 vitórias na F1: quatro com a Red Bull e uma com a Alpha Tauri, neste ano, quando Pierre Gasly venceu o GP de Monza, na Itália.
“A Honda continuará a trabalhar com a Red Bull Racing e a Scuderia AlphaTauri para competir com seu máximo esforço e buscando mais vitórias até o final da temporada de 2021”, acrescentou a empresa japonesa em um comunicado.
(Com informações da Reuters)