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    Entenda cada polêmica que marcou um dos títulos mais acirrados da Fórmula 1

    Verstappen foi declarado campeão no domingo (12), mas só depois de uma longa discussão entre Mercedes, Red Bull e autoridades da prova

    Amy WoodyattBen Churchda CNN

    No domingo (12), o holandês Max Verstappen conquistou seu primeiro Campeonato Mundial de Fórmula 1 ao derrotar o britânico Lewis Hamilton em um polêmico final de temporada no Grande Prêmio de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

    Verstappen foi declarado campeão, mas só depois que ambas as equipes passaram horas na cabine do administrador da prova, e de a Mercedes de Hamilton ter apresentado dois protestos contra o resultado. As reclamações foram rejeitadas pelas autoridades.

    A Mercedes apresentou, ainda no domingo, a intenção de apelar da decisão, e reiniciar a corrida na última volta. Nesta segunda, porém, a equipe de Hamilton disse que não há nada planejado “neste momento” sobre uma intenção de apelar para tentar cancelar o resultado.

    O que aconteceu durante a corrida?

    Hamilton e Verstappen chegaram para a prova final no Circuito Yas Marina, em Abu Dhabi, empatados.

    Verstappen teve a vantagem de largar na frente ao se qualificar na pole position depois de uma volta mágica no sábado.

    Mas a vantagem do holandês durou pouco. Hamilton, que começou em segundo, ultrapassou Verstappen antes da primeira curva e dominou a corrida.

    Houve polêmica no início, como tem ocorrido ao longo da temporada, com a Red Bull alegando que Hamilton deveria ter devolvido o primeiro lugar a Verstappen depois que o homem da Mercedes saiu da pista após contato com seu rival durante a ultrapassagem.

    Os comissários, no entanto, decidiram não investigar o incidente e permitiram que Hamilton seguisse em primeiro.

    A Red Bull recorreu ao plano B, com o companheiro de equipe de Verstappen, Sergio Pérez, habilmente segurando Hamilton depois que o piloto da Mercedes saiu dos boxes em segundo lugar.

    O britânico finalmente encontrou uma maneira de ultrapassar o segundo piloto da Red Bull. A essa altura, porém, Verstappen já estava em seus calcanhares.

    No desenrolar da corrida, Hamilton conseguiu construir uma vantagem importante sobre o principal adversário, e pilotava para a vitória antes do caos da volta final.

    Batida de Latifi e a reviravolta

    O drama se intensificou quando o piloto da Williams Racing Nicholas Latifi colidiu com as barreiras a quatro voltas do fim. O safety car foi chamado à pista.

    Enquanto a equipe da Mercedes decidiu que não levaria Hamilton aos boxes, a Red Bull optou por chamar Verstappen para uma troca de pneus. O holandês da Red Bull voltou à pista com cinco carros entre ele e Hamilton.

    A polêmica chegou ao auge quando o diretor da corrida Michael Masi disse que os retardatários entre Hamilton e Verstappen não teriam permissão para deixar o holandês passar.

    Porém, Masi mudou de ideia momentos depois, e Verstappen teve caminho livre, o que colocou o piloto da Red Bull logo atrás de Hamilton, com pneus novos, a apenas uma volta para o final.

    O safety car saiu da pista e a corrida reiniciou na última volta, com Verstappen agora autorizado a largar quase lado a lado com Hamilton, apesar do britânico ter estabelecido uma boa liderança antes do acidente.

    O holandês, com pneus novos, teve ritmo para ultrapassar seu rival na curva cinco e vencer uma das corridas de F1 mais dramáticas de todos os tempos.

    Uma vitória polêmica

    A vitória de Verstappen impediu que Hamilton ultrapassasse o recorde de títulos que ele ainda divide com a lenda do automobilismo Michael Schumacher: cada um detém sete títulos de Fórmula 1.

    Embora Hamilton tenha dado  parabéns a Verstappen, o chefe da equipe da Mercedes, Toto Wolff, ficou visivelmente furioso após a vitória do holandês.

    O chefe da equipe da Red Bull, Christian Horner, chamou os recursos apresentados às autoridades da prova pela Mercedes de “um pouco desesperados”.

    As redes sociais foram inundadas com reações furiosas ao resultado da corrida, com George Russell, um piloto da Mercedes no próximo ano, dizendo: “Max é um piloto absolutamente fantástico, que teve uma temporada incrível e eu não tenho nada além de um enorme respeito por ele, mas o que acabou de acontecer é absolutamente inaceitável. Não posso acreditar no que acabamos de ver”.

    O ex-campeão de F1 Damon Hill questionou como a corrida foi conduzida, escrevendo: “Esta é uma nova maneira de conduzir o esporte, onde o diretor da Corrida pode tomar essas decisões. Tem sido um pouco demais”, disse.

    Enquanto isso, o capitão da seleção inglesa de futebol da Inglaterra, Harry Kane, além de outras celebridades, questionaram o resultado nas redes sociais.

    No entanto, o jogador holandês do Liverpool, Virgil van Dijk, parabenizou Verstappen, chamando o piloto de “chefe”.

    Verstappen, de 24 anos, ficou emocionado e ligeiramente atordoado após a corrida. Ele se manifestou dizendo: “É uma loucura. Não sei o que dizer. Estou muito feliz pela equipe e por todos esses caras. Adoro trabalhar com eles”.

    “Hoje, finalmente, tive um pouco de sorte. (Os membros da) minha equipe sabem que eu os amo e quero fazer isso com eles pelos próximos 10 ou 15 anos!”, concluiu emocionado o novo campeão mundial.

    Amanda Davies e Matt Foster, da CNN, contribuíram com a reportagem.