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    Após decisão da Justiça, Robinho tem 15 dias para contestar pedido de execução de pena no Brasil

    Ex-jogador foi condenado na Itália a nove anos de prisão por estupro; ministro do STJ também negou pedido da defesa para envio de tradução do processo

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

    O ex-atacante Robinho tem 15 dias para apresentar à Justiça pedido de contestação da execução de pena no Brasil, requerido pelo governo da Itália — onde ele foi condenado a nove anos de prisão por estupro.

    A Constituição Brasileira não permite a extradição de cidadãos natos. Então, para que o ex-atleta cumpra a pena, o Ministério da Justiça italiano requisitou a homologação da pena no Brasil.

    A defesa de Robinho havia pedido que o governo estrangeiro fornecesse cópia integral do processo traduzida, alegando que isso seria indispensável para compreensão do processo e verificar se o cliente teve direito de defesa cerceado.

    Os representantes apontavam que o pedido do governo da Itália estaria “carente da devida instrução”, já que a ausência da cópia do processo e sua tradução tornariam “impossível o exercício do direito de ampla defesa”.

    Porém, isso foi negado pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que pontuou que, conforme apontado na sentença italiana, o ex-jogador foi devidamente representado por advogado, “não havendo razão para que se presuma ter havido irregularidade no procedimento estrangeiro”.

    Nessa mesma decisão, o ministro, que é relator do pedido de homologação de sentença no tribunal, deu o prazo de 15 dias para a contestação. Ele considerou que os representantes do ex-atleta manifestaram interesse em apresentar contestação.

    A entidade União Brasileira de Mulheres também foi admitida no processo, podendo apresentar memoriais e fazer sustentação oral no julgamento que acontecerá na Corte Especial.

    Por fim, Falcão afirmou que a homologação da sentença não é um novo julgamento do caso, buscando apenas analisar os requisitos formais para reconhecimento e execução da decisão no Brasil.

    A defesa de Robinho afirmou, em nota, que considera “imprescindíveis os documentos” e que irá recorrer da decisão do STJ.

    Relembre o caso

    O ex-atacante Robinho recebeu a pena de 9 anos de prisão em dezembro de 2020, no caso que investigava a violência sexual contra uma jovem de origem albanesa, em 2013.

    Em 19 de janeiro de 2022, Robinho teve a condenação confirmada pela mais alta instância da Justiça italiana. Quase um mês depois, em 16 de fevereiro, foi emitido um mandado de prisão internacional.

    A acusação utilizou áudio gravado a partir de uma escuta instalada em um carro, que flagrou uma conversa entre Robinho e seus amigos, o que possibilitou confirmar a versão da vítima sobre o estupro coletivo.

    Como a Constituição Brasileira não permite a extradição de brasileiros, ele não pôde ser preso e deportado para a Itália. A justiça italiana pediu, então, execução da pena do ex-atleta em território brasileiro.

    O caso corre agora no Superior Tribunal de Justiça (STJ), tendo relatoria do ministro Francisco Falcão. A homologação da sentença não é um novo julgamento do caso, buscando apenas analisar os requisitos formais para reconhecimento e execução da decisão no Brasil.

    Em entrevista exclusiva à CNN, o advogado da vítima disse que espera que Robinho cumpra a pena no Brasil. “Para nós é absolutamente indiferente que a pena seja cumprida na Itália ou no Brasil. O importante é que seja cumprida. Mas nós estamos completamente confiantes”, afirmou Jacopo Gnocchi.

    *com informações de Adriana De Luca, Bárbara Brambila, Manoela Carlucci e Lucas Mendes, da CNN

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