Ancelotti agradece convite da CBF, mas comemora: “Acabou como eu queria”
Técnico renovou contrato com o Real Madrid; Seleção Brasileira segue com Fernando Diniz como treinador interino
Carlo Ancelotti disse nesta terça-feira (2) em entrevista coletiva em Madri, na Espanha, que de fato conversou com o presidente afastado da CBF, Ednaldo Rodrigues. A oferta era assumir a Seleção Brasileira em junho de 2024, quando acabaria seu contrato com o Real Madrid.
O italiano ressaltou que sua prioridade sempre foi renovar o acordo com o clube espanhol, o que foi sacramentado pouco antes do Natal passado. Ancelotti ficará no Real agora pelo menos até meados de 2026.
“Na verdade, como todos sabem, estive em contato com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Gostaria de agradecer ao Ednaldo Rodrigues pelo carinho e interesse que demonstrou, fiquei muito orgulhoso”, disse Ancelotti.
“Que isto fique claro para todos. Quero agradecer-lhe pelo seu amor, mas no final tudo acabou como eu queria, ou seja, ficar aqui.”, completou o italiano.
Ednaldo Rodrigues está afastado desde 7 de dezembro por decisão judicial, que mandou também ser convocada nova eleição para a presidência da CBF até 25 de janeiro. Desde junho, entretanto, o dirigente dizia nos bastidores da confederação estar fechado com Carlo Ancelotti para ser o treinador do Brasil.
Ele chegou a citar o fato uma vez abertamente. Foi em julho, na apresentação do técnico interino Fernando Diniz, que assinou contrato somente até meados de 2024. Ele se manteve dividindo seu trabalho com o Fluminense, justamente porque a CBF contava com a chegada de Ancelotti.
Ao site da CBF, Ednaldo falou que Diniz tinha ideia de jogo semelhante a Ancelotti, que assumiria a Seleção para a Copa América de 2024, que será disputada em junho e julho nos Estados Unidos.
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Ancelotti começou sua carreira de técnico na Reggiana, na segunda divisão italiana, em 1995. Ficou apenas uma temporada no clube e, em 1996, se transferiu ao Parma, da primeira divisão • Claudio Villa/Getty Images
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Em 1999, foi contratado pela Juventus, seu primeiro grande clube na carreira. A experiência, porém, durou apenas duas temporadas • Claudio Villa/Getty Images
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Foi no Milan, clube pelo qual já havia tido sucesso como jogador, que Ancelotti deu o salto na carreira de treinador. Com os "rossoneri", onde trabalhou de 2001 a 2009, conquistou dois títulos da Champions League (2002/2003 e 2006/2007), uma Serie A italiana (2003/2004), uma Copa Itália (2002/2003), uma Supercopa italiana (2004) e duas Supercopas europeias (2003 e 2007), além de um Mundial de Clubes (2007) • Alex Livesey/Getty Images
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Após oito temporadas no Milan, Ancelotti foi demitido do clube e desembarcou na Premier League, para treinar o Chelsea. No comando dos Blues, foi campeão da Premier League e da FA Cup em sua primeira temporada, a 2009/2010. No início da temporada seguinte, foi campeão também da Supercopa inglesa. Apesar dos títulos, a passagem pelo Chelsea só durou dois anos • Shaun Botterill/Getty Images
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Depois de passar pela Premier League, o italiano chegou à França. Com a promessa de um trabalho a longo prazo no Paris Saint-Germain, terminou comandando os parisienses por apenas dois anos. Com o clube, foi campeão francês na temporada 2012/2013 • Xavier Laine/Getty Images
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Após conquistar títulos na Itália, na Inglaterra e na França, o técnico chegou em 2013 ao Real Madrid, onde também empilhou troféus. Em sua primeira passagem, que durou apenas duas temporadas, levou o clube à sua décima conquista de Champions League, além de uma Copa do Rei, o Mundial de Clubes e a Supercopa europeia. Em sua segunda passagem, iniciada em 2021, adicionou novas conquistas: duas Champions League, dois Campeonatos Espanhóis, uma Copa do Rei, um Mundial de Clubes, uma Supercopa da Europa e uma Supercopa espanhola • Alex Livesey/Getty Images
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Demitido do Real Madrid pelo então presidente Florentino Pérez em 2015, Ancelotti foi anunciado pelo Bayern de Munique para a sucessão de Pep Guardiola no clube bávaro. Na Alemanha, foi campeão da Bundesliga, tornando-se o primeiro técnico a conquistar as cinco principais ligas europeias. Pelo Bayern, também faturou duas Supercopas alemãs • TF-Images/Getty Images
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Entre o Bayern e o retorno ao Real Madrid, Carlo Ancelotti entrou em um período de seca de troféus. Contratado em 2018, ficou somente um ano e meio no comando da equipe napolitana • SSC NAPOLI/Getty Images
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Após passagem discreta pelo Napoli, Ancelotti retornou à Premier League em 2019, desta vez para assumir o Everton, onde também não conquistou títulos. Em 2021, deixou o clube para voltar ao Real Madrid, onde está atualmente • on Super - Pool/Getty Images
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A negociação
De fato a conversa, pelo menos com os agentes de Ancelotti, esteve em certo momento avançada a ponto de se discutir salário, tempo de contrato e até possível moradia no Rio. Em junho de 2023, o italiano não vivia uma relação estável com o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, e uma renovação era incerta.
Os meses passaram, a política da CBF virou uma bagunça, o time empacou com Fernando Diniz, com apenas duas vitórias em seis jogos nas Eliminatórias, e um incômodo sexto lugar, mas principalmente Ancelotti e Perez começaram a se entender. Mesmo se Ednaldo Rodrigues não tivesse sido afastado pela Justiça, Ancelotti renovaria seu acordo com o Real Madrid.
Diniz tem contrato até junho de 2024, mas não é garantido que esteja no banco de reservas nem em março, quando o Brasil enfrentará Espanha e Inglaterra em amistosos na Europa. Vai depender de quem assumir a CBF.
Hoje, são dois pré-candidatos: Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), e o advogado Flávio Zveiter, ex-presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
A aliados ambos evitam falar nomes, já que nem candidatos ainda são (a eleição ainda não está marcada). Mas no discurso em busca de apoio dizem que não aceitarão que Diniz, ou qualquer outro nome, se divida entre a Seleção e clube. Terá que ser treinador exclusivo da CBF.