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    Paralimpíadas: Com duas vitórias no atletismo, Brasil chega a 99 ouros na história

    Elizabeth Gomes e Claudiney Batista venceram provas no lançamento de disco; em Tóquio, país soma 12 ouros, 8 pratas e 15 bronzes e ocupa 6.ª posição no quadro de medalhas

    Murillo Ferrarida CNN* , São Paulo

    O Brasil conquistou duas medalhas de ouro e três de prata nesta segunda-feira (30) nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e se manteve na 6.ª posição no quadro de medalhas da competição.

    Agora, já são 12 ouros, 8 pratas e 15 bronzes conquistados nas Paralimpíadas. Além disso, com as duas vitórias no atletismo, nesta segunda, o Brasil chegou a 99 medalhas douradas – e a marca histórica das 100 vitórias paralímpicas não veio por 0s01 na final dos 100 m rasos T42.

    O dia do Brasil em Tóquio ainda contou com uma prata de Bruna Alexandre no tênis de mesa e de Alessandro Rodrigo no arremesso de peso, além de vitórias no goalball e no futebol de 5.

    Veja como foi a segunda-feira (30) do Time Brasil em Tóquio:

    • Elizabeth Gomes bate recorde mundial e leva ouro no lançamento de disco

    Na manhã desta segunda-feira (30) no lançamento de disco da Classe F53 Elizabeth Gomes entrou para a história dos Jogos Paralímpicos e conquistou, além da medalha de ouro, o novo recorde mundial da modalidade. Ela registrou a marca de 17,62 metros, superando os 16,89 metros que ela mesma havia marcado no Mundial de 2019.

    Como acontece em todas as provas de lançamento de disco disputadas por atletas com pouca mobilidade, o competidor fica preso a uma cadeira enquanto faz seis arremessos seguidos. Depois que acaba, vem o próximo e assim por diante. A brasileira foi a 9.ª e última a entrar na briga, já sabendo o que precisava fazer para conquistar a medalha de ouro.

    E teve disputa até a brasileira entrar na competição. Logo de cara, a ucraniana Zoia Ovsii cravou 14,37 m e bateu recorde paralímpico da Classe F51. A seguir, a iraniana Elnaz Darabian bateu o recorde asiático da F53 com 12,49 m. Outra ucraniana, Iana Lebiedieva, foi a sexta a competir e derrubou outra marca paralímpica, da F53: 15,48 m – a prova reuniu atletas das classes F51, F52 e F53.

    Elizabeth Gomes se emociona ao conquistar o ouro e bater o recorde mundial no lançamento de disco da Classe F53
    Elizabeth Gomes se emociona ao conquistar o ouro e bater o recorde mundial no lançamento de disco da Classe F53 / Joel Marklund – 30.ago.2021/OIS via AP

    Mas quando Beth Gomes foi para a área de lançamento, logo acabaram as chances das adversárias. Isso porque ela superou todas as competidoras e garantiu o ouro logo no primeiro lançamento, com a marca de 15,68m, recorde paralímpico na classe dela.

    Foi pouco para a brasileira e ela elevou a marca na segunda tentativa: 16,35 m. Queimou a terceira e a quarta e, na quinta, lançou o disco a impressionantes 17,33 m. Ali, já caiu no choro. Mas Beth ainda queria mais e na última tentativa mandou o disco a impressionantes 17,62 metros.

    A história de Elizabeth Gomes com os Jogos Paralímpicos começou há 13 anos em Pequim-2008. Lá, ela defendeu a seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas. Depois, trocou de esporte, tinha chance de disputar a Rio-2016, mas a prova dela não aconteceu.

    No ciclo para Tóquio, colecionou recordes mundiais e foi campeã do mundo em 2019. Faltava, no entanto, a medalha de ouro da Paralimpíada. Não falta mais.

    • Claudiney Batista repete Rio-2016 é conquista bicampeonato no lançamento do disco

    Claudiney Batista dos Santos repetiu o feito da Rio-2016 e conquistou o bicampeonato do lançamento do disco F56 nos Jogos de Tóquio. O mineiro de Bocauíva também quebrou o recorde paralímpico, que pertencia a ele mesmo, ao marcar 45,59 m – 1,21 m a frente do indiano Yogesh Kathuniya, que ficou com a medalha de prata. O cubano Leonardo Aldana, com 43,36 m, completou o pódio.

    “Sabemos da nossa capacidade, do nosso esforço, do sacrifício que é ficar longe da família e longe dos amigos, longe dos filhos, estou com uma bebezinha nova e tenho um filho mais velho também. Então, quando chega esse momento, quando você consegue dar o melhor de si e o final é uma medalha de ouro, o coroamento de todo o esforço, isso não tem preço!”, afirmou Claudiney Pereira, que chegou à prova como o grande favorito por ser o atual campeão, além de recordista mundial e paralímpico.

    Na classe F56, os atletas ficam presos a uma cadeira fixa e fazem os seis arremessos de uma vez. Claudiney Batista dos Santos foi o 7.º a competir. Antes dele entrar, a melhor marca era de Kathuniya, que lançou o disco a 44,38 m.

    Claudiney Batista dos Santos comemora o ouro e o recorde paralímpico no Lançamento de Disco F56
    Claudiney Batista dos Santos comemora o ouro e o recorde paralímpico no Lançamento de Disco F56 / Miriam Jeske – 30.ago.2021/CPB

    Mas logo na primeira tentativa, Claudiney assumiu a primeira colocação ao marcar 44,57 metros. Depois de fazer 43,77 m na segunda e queimar a terceira, o brasileiro voltou a melhorar ao alcançar 44,92 m no quarto lançamento. No quinto, ele ampliou a vantagem ao chegar a 45,25 m. Para completar, ele chegou a 45,59 m, quebrando o recorde paralímpico, que pertencia a ele mesmo, em 26 cm.

    Foi a terceira medalha paralímpica da carreira de Claudiney Batista dos Santos. Além das duas de ouro no lançamento de disco, ele ganhou uma prata no lançamento de dardo em Londres-2012

    • Prata nos 100m rasos T42 por 0s01

    O brasileiro Vinícius Rodrigues conquistou a medalha de prata dos 100 m rasos T42 depois de perder a batalha contra o russo Anton Prokhorov por apenas 0s01. O brasileiro, que tinha quebrado o recorde paralímpico nas eliminatórias ao marcar 12s11, melhorou o tempo na final ao cravar 12s05, mas foi superado pelo adversário que ficou com 12s04.

    “Dá raiva, né. Não vi a corrida, foi um tempo de 12s05, melhor que a semi. Miserável desse russo”, disse Vinícius Rodrigues, brincando, mas nem tanto.

    “Tive uma saída boa, a técnica em si, mas parecia que tinha 70 m. Um pouco injusto da minha profissão, é como se fosse um trabalho de sniper, né? Não pode errar. Curti muito minha saída, antes era em pé. Meus três recordes foram em pé e a gente foi treinando, junto com o professor Fábio, a minha saída de bloco. Saí bem mais confiante, acho que faltou um pouco mais de agressividade para chegar nos 40 m junto. Estava treinando para um 12s0, 11s90”, explicou.

    Vinícius Rodrigues (D) ficou com a prata nos 100m rasos T42 apenas 0s01 atrás do russo Anton Prokhorov
    Vinícius Rodrigues (D) ficou com a prata nos 100m rasos T42 apenas 0s01 atrás do russo Anton Prokhorov / Eugene Hoshik – 30.ago.2021/AP

    O russo Anton Prokhorov, que é da classe T42, bateu o recorde mundial da sua categoria, mas Vinícius Rodrigues continua sendo o dono da melhor marca do mundo da T63, 11s95, obtida em abril de 2019 no CT Paralímpico de São Paulo. As duas classes foram unidas para as disputas em Tóquio.

    Vinícius Rodrigues entrou para o atletismo paralímpico em 2014 depois que sofreu um acidente de moto quando tinha 19 anos em Maringá, no Paraná. Por causa do ocorrido, precisou amputar a perna esquerda acima do joelho.

    No terceiro dia de internação, recebeu a visita da velocista medalhista paralímpica Terezinha Guilhermina que o incentivou a iniciar no esporte. Inspirado por ela, começou na modalidade e agora, como sua inspiradora fez três vezes na carreira, ele também aspira subir no lugar mais alto do pódio paralímpico.

    • Mais duas medalhas de prata para o país

    Também merece destaque os desempenhos de Alessandro Rodrigo, no lançamento de disco F11, e de Bruna Alexandre, no tênis de mesa, que também conquistaram medalhas de prata nesta segunda-feira, em Tóquio.

    Alessandro Rodrigo da Silva
    Alessandro Rodrigo, no lançamento de disco F11, conquistou a prata com a marca de 13,85 m / Eugene Hoshiko – 30.ago.2021/AP

    Campeão paralímpico do lançamento de disco na Rio-2016, Rodrigo conquistou a prata na manhã desta segunda com a marca de 13,85 m, atrás apenas do iraniano Mahdi Olad, que venceu a competição com 14,40 m.

    Na primeira rodada, Alessandro Rodrigo terminou na liderança após atingir 13,85m, sua melhor marca na temporada, logo de cara. Com 13,53 m, Mahdi Olad era o segundo colocado. Mas depois da tentativa inicial, o brasileiro não conseguiu mais melhorar seu resultado e foi ultrapassado pelo iraniano, que fez 14,12 m no segundo arremesso e depois 14,40 m no quarto.

    Na penúltima rodada, Alessandro Rodrigo conseguiu 13,87 m, mas Mahdi Olad melhorou novamente, alcançando 14,43 m. No último arremesso, o brasileiro chegou a 13,89 m, mas não chegou perto de alcançar o iraniano, que faturou a medalha de ouro.

    Bruna Alexandre ficou com a prata da classe 10 do tênis de mesa nas Paralimpíadas
    Bruna Alexandre ficou com a prata da classe 10 do tênis de mesa nas Paralimpíadas / Miriam Jeske – 26.ago.2021/CPB

    Já na final do tênis de mesa, Bruna Alexandre perdeu para Qian Yang, da Austrália, e ficou com a prata da classe 10. A partida começou favorável à brasileira, mas a australiana tomou conta e ficou com o ouro.

    “Fiz o meu melhor aqui em Tóquio, saio feliz. O pódio era o meu objetivo. Saio sem arrependimentos e com a certeza de que posso melhorar”, disse a mais medalhista de prata do tênis de mesa brasileiro.

    Bruna Alexandre disputou sua terceira edição de Jogos Paralímpicos. Em Londres-2012, a mesatenista terminou no quinto lugar. Na Rio-2016, o pódio veio com um bronze, que até então era o melhor resultado do tênis de mesa brasileiro.

    • Vitórias no goalball e no futebol de 5.

    A seleção de futebol de 5 deu mais um passo em direção ao pentacampeonato paralímpico. O time masculino se classificou às semifinais do torneio em Tóquio com uma vitória de goleada sobre o Japão por 4 a 0 na madrugada desta segunda-feira.

    Já no goalball, a seleção feminina do Brasil avançou às quartas de final nas Paralimpíadas após golear o Egito por 11 a 1. A seleção vai encarar a China, que terminou na liderança da outra chave.

    • Natação fecha o dia sem medalhas

    Destaque do país nos primeiros dias dos Jogos, a natação fechou esta segunda-feira (30) sem medalhas – o Brasil disputou cinco finais.

    Dono de 27 medalhas paralímpicas, sendo três de bronze em Tóquio, Daniel Dias fez sua penúltima prova na história dos Jogos. O paulista, de 33 anos, terminou na quinta colocação nos 50m costas, com 35s99. O pódio foi todo chinês, com Tao Zheng (31s42 e novo recorde mundial), Jingsong Ruan (32s97) e Lichan Wang (33s38).

    Daniel Dias já anunciou que vai se despedir das piscinas e se aposentar após Tóquio. Na capital japonesa, o brasileiro ainda vai disputar mais uma prova: os 50m livre. A sua bateria pelas eliminatórias está marcada para 22h34 (horário de Brasília) desta terça-feira (31).

    (*Com informações de Fernando Gavini e João Fraga, do Olimpíada Todo Dia)

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