No palco do penta, Brasil e Espanha disputam ouro no futebol masculino
Equipes só ganharam o torneio em Olimpíadas quando foram os anfitriões dos Jogos; final acontece às 8h30 de sábado (7), em Yokohama
A seleção brasileira esperou 62 anos para ser campeã olímpica, contando a partir de sua primeira participação nos Jogos, em 1952. Agora, pode demorar apenas um ciclo olímpico – um ano mais longo que o normal – para conseguir a segunda medalha de ouro.
Neste sábado (7), às 8h30, em Yokohama, o Brasil enfrenta a Espanha nas Olimpíadas de 2020 sem o peso que caracterizou campanhas pregressas, nas quais a falta da medalha dourada pressionava os atletas e fabricava fantasmas e vilões.
A Espanha, medalhista de prata em 1920 (perdeu para a Bélgica, nos Jogos realizados na Antuérpia) e em 2000 (derrotada por Camarões, que também eliminou o Brasil de Ronaldinho Gaúcho e Alex), foi campeã olímpica em uma ocasião tão especial quanto o Brasil: quando jogou em casa.
Foi em 1992, nos Jogos de Barcelona. Aquela Espanha tinha Luis Enrique (atual técnico da seleção principal), Pep Guardiola (que atuou “em casa”), Ferrer, Kiko e o goleiro Cañizares entre os destaques.
A Espanha que enfrenta o Brasil neste sábado (7) tem ainda mais destaques e nomes consolidados em grandes clubes do país e da Europa do que aconteceu em 1992. É o caso de Asensio, uma das estrelas do Real Madrid e habitual convocado do time principal, e Pedri, de 18 anos, já uma realidade no elenco do Barcelona e possivelmente o atleta de melhor desempenho ao longo da campanha olímpica.
Outros nomes, como de Oyarzabal (ídolo da Real Sociedad, campeã da Copa do Rei com gol dele na final contra o maior rival), Dani Olmo (atacante do RB Leipzig) e Dani Ceballos, também do Real Madrid, dão peso a um elenco que, na prática, ainda não jogou à altura de suas individualidades. A classificação sobre o Japão, na semifinal, só veio na prorrogação depois de uma má atuação, sempre ao seu estilo: bastante posse de bola e paciência, nem sempre com objetividade.
Ao contrário de outras seleções europeias, como França e Alemanha, a Espanha conseguiu reunir material humano próximo do ideal, com a colaboração dos times do país.
Mais do que isso, nada menos que seis convocados estavam na Eurocopa com o time principal e nem desfizeram as malas após aquela campanha. É uma seleção experimentada e qualificada o suficiente para se tornar o maior desafio ao escrete brasileiro neste torneio.
No Brasil, uma dúvida
Matheus Cunha ainda não está confirmado, nem descartado, para a decisão de sábado. O atleta sentiu a coxa nas quartas de final, e voltou a treinar em campo nesta quinta (6), sem forçar o ritmo.
Caso não tenha condições de começar jogando, Paulinho deve ocupar sua vaga, aberto pela esquerda com Claudinho centralizado, como foi na semifinal. Reinier e Malcom são as outras opções.
Dois reencontros fazem parte da preparação brasileira para a partida. Uma delas é com o cenário: Yokohama é onde o Brasil ganhou a final da Copa do Mundo de 2002, e agora pode voltar a ser campeão lá; e Dani Alves, que fez tão vencedora história em solo espanhol, defendendo o Sevilla e o Barcelona. O lateral do São Paulo enxerga nos adversários uma espécie de segunda nacionalidade.
Em relação ao desempenho, o Brasil não tem notícias muito melhores que os espanhóis. Ao longo da campanha o nível de atuação, empolgante e envolvente contra a Alemanha na estreia, se deteriorou, e o empate sem gols com o México na semifinal não pode ser considerado animador. A vitória nas quartas, por 1 a 0 sobre o Egito, tampouco encheu o torcedor de otimismo.
É a terceira final consecutiva que o time masculino do Brasil consegue nas Olimpíadas. Após perder do México em Londres-2012 e vencer a Alemanha no Maracanã, o Brasil que vai desequilibrar a balança para algum dos lados deve ir a campo com Santos; Dani Alves, Nino, Diego Carlos e Arana; Douglas Luiz, Bruno Guimarães; Antony, Claudinho e Paulinho (ou Matheus Cunha); e Richarlison.