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    Muito além da ‘mão de Deus’: relembre os 548 gols de Maradona

    Craque argentino que morreu nesta quarta-feira (25) teve passagens de sucesso por Argentinos Jrs, Boca Juniors, Barcelona, Sevilla e Napoli

    Murillo Ferrari e Luana Franzão, da CNN, em São Paulo

    Ao longo de seus 20 anos de carreira, Maradona – que morreu nesta quarta-feira (25), vítima de uma parada cardiorrespiratória – marcou mais de 500 gols entre partidas oficiais e jogos amistosos.

    Apesar de ter balançado as redes tantas vezes com os pés e com a cabeça, é justamente um lance em que usou um recurso extra – e irregular –, a própria mão, que é lembrando, celebrado e discutido até hoje como um de seus gols mais famosos.

    Em 20 de junho de 1986, em partida contra a Inglaterra válida pelas quartas de finais da Copa do Mundo do México de 1986, o craque argentino deslocou o goleiro inglês Peter Shilton no que ele próprio apelidou de “La Mano de Dios” (A Mão de Deus, em tradução livre).

    Este gol é praticamente unanimidade entre os fãs de esporte, que o declaram como a façanha mais relevante da carreira de Diego

    Além desse momento icônico, o jogo vencido por 2 x 1 pelos argentinos também foi palco de outra obra de arte de Maradona.

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    Aos 6 minutos do 2º tempo, o craque recebeu a bola ainda de costas para o campo inglês. Com um drible, deixou o primeiro rival para trás. Depois, passou por mais dois na corrida e driblou também o goleiro Peter Shilton, antes de marcar o segundo gol argentino – tudo isso em menos de 10 segundos. 

    Em 2001, em uma votação realizada pela Fifa, esse gol foi eleito como o mais bonito do século.

    Este lance é um dos favoritos do jornalista Ivan Moré: “Esse gol está na memória de todos aqueles que assistiram àquela Copa, talvez uma das grandes marcas que carrego como apreciador e amante do futebol”.

    O jogo das quartas-de-final contra os ingleses, que culminou na vitória da Argentina no torneio, também foi marcado pela irreverência de Maradona. A competição ocorreu pouco tempo depois do fim da Guerra das Malvinas, que opôs Inglaterra e Argentina pelo domínio do território no sul do Atlântico.

    Mauro Beting, também jornalista esportivo, lembra da declaração dada pelo jogador após a partida, onde afirmou que “depois de os ingleses terem matado os argentinos como passarinhos, eu com a Mão de Deus, fazendo um gol, me senti tirando a carteira do bolso deles”.

    Carreira em clubes

    Além de brilhar pela seleção da Argentina e ter sido reponsável direto pelo segundo e último título mundial de seu país, Maradona fez carreira jogando por clubes como Argentinos Jrs, Boca Juniors, Barcelona, Sevilla e Napoli.

    Entre essas equipes, foi justamente pelo Argentinos Jrs, onde estreou no futebol, que ele balançou mais vezes as redes, com 164 gols. Depois, na lista, aparece o italiano Napoli, onde marcou 137 vezes.

    Maradona é considerado até hoje um dos maiores jogadores da história do time italiano, onde jogou de 1984 a 1991. Pelo Napoli, o craque participou da conquista de dois títulos do Campeonato Italiano (1986/1987 e 1989/1990), de uma Copa da Uefa (1988/1989), uma Copa da Itália (1986/1987) e uma Supercopa da Itália (1990).

    Diego foi amado pelos napolitanos, e Mauro Cezar Pereira, jornalista e comentarista de futebol no canal esportivo ESPN, lembra de uma partida importante da Copa do Mundo de 1990, em que o jogador disputou pela Seleção Argentina. 

    O time argentino, que tinha Maradona como craque, derrotou a Itália na semifinal, na disputa de pênaltis. A partida, por obra do destino, aconteceu em Nápoles. “Maradona ajudou a eliminar o país sede na Copa do Mundo que aconteceu na Itália, e os napolitanos ficaram do lado dele”, disse Pereira.

    Foto de Maradona em imagem de arquivo de 22 de junho de 1986
    Foto de Maradona em imagem de arquivo de 22 de junho de 1986
    Foto: Ted Blackbrow/Reuters

    Fã do jogador e apresentador do podcast Bola na Agulha, Guilherme Weffort destaca um gol impressionante do argentino pelo Nápoles, contra o também italiano Juventus. Depois de sete anos sem vencer o adversário, Maradona quebrou esse jejum com um gol de falta que até mesmo os físicos têm dificuldade em explicar. 

    O trajeto da bola chutada pela famosa perna esquerda de Maradona surpreendeu o goleiro do Juventus e rendeu a vitória aos napolitanos: “Todas as vezes que vejo esse gol eu não entendo como ele aconteceu”, diz Weffort.