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    Mo Farah revela que foi traficado ilegalmente para o Reino Unido quando criança

    Em entrevista à BBC, tetracampeão olímpico disse que "correr o salvou de uma vida de servidão"

    Zahid Mahmoodda CNN

    Mo Farah, lenda da corrida de longa distância, contou em entrevista à BBC que foi traficado para o Reino Unido quando criança e forçado a trabalhar como empregado doméstico.

    A revelação foi compartilhada em um novo documentário da emissora britânica que vai ao ar nesta quarta-feira (13). Na produção, Farah também diz que seu nome verdadeiro é Hussein Abdi Kahin e que nasceu na Somalilândia, Estado não-reconhecido internacionalmente localizado na região pertencente à Somália.

    “Apesar do que eu disse no passado, meus pais nunca moraram no Reino Unido”, disse Farah à BBC.

    O tetracampeão olímpico diz que a família foi “despedaçada” depois que seu pai foi morto na guerra civil quando ele tinha apenas quatro anos. A Somalilândia declarou independência em 1991, quando se separou da Somália devastada pela guerra, mas nunca foi reconhecida como um Estado soberano.

    “Fui separado da minha mãe e trazido ilegalmente para o Reino Unido sob o nome de outra criança chamada Mohamed Farah”, disse ele em vídeo divulgado pela emissora britânica.

    Farah tinha oito ou nove anos quando foi levado para o Reino Unido por uma mulher que nunca conheceu antes, conta. Assim que chegou, ele diz que foi forçado a “fazer trabalhos domésticos e cuidar de crianças”.

    Vários anos depois, Farah finalmente foi autorizado a se matricular na escola, onde confidenciou a um professor de educação física sobre sua situação. O professora entrou em contato com os serviços sociais e Farah foi morar com uma família adotiva somali.

    “Ainda sentia falta da minha família real, mas a partir daquele momento tudo melhorou”, disse à BBC.

    Farah, que recebeu a cidadania britânica em 2000, diz que correr o salvou de uma vida de servidão.

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