Jogador da seleção da Armênia é convocado para guerra com Azerbaijão
Varazdat Haroyan deve deixar gramados enquanto serve como oficial
Varazdat Haroyan, jogador da seleção de futebol da Armênia, foi convocado pelo exército de seu país e deve deixar os gramados enquanto serve como oficial. O conflito entre Armênia e Azerbaijão no território montanhoso de Nagorno-Karabakh tem escalado nos últimos dias, fazendo com que homens com até 40 anos, como o zagueiro, fossem chamados pelas forças armadas.
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Com o chamamento do exército, a transferência de Haroyan para o Athlitiki Enosi Larissa (AEL), time da primeira divisão grega, não se concretizou. Em um comunicado publicado na terça-feira (29), o clube informou que foi contatado pelo agente do jogador, que lamentou a ocasião e afirmou que o zagueiro está impedido de viajar pela Europa e agradece a compreensão dos dirigentes gregos. “Esperamos que essa guerra acabe em breve e que tudo volte ao seu devido lugar”, finaliza.
Em seu Instagram, o capitão da Armênia informou na tarde desta quarta-feira (30) que está atualmente na Rússia, mas viajará em breve à Armênia. Ele possui diversas publicações de apoio ao seu país e às forças armadas. “Vou apoiar minha terra natal de todas as maneiras possíveis”, disse o jogador. “Hoje todo armênio deve ajudar seu país a superar esse momento difiícil que terminará muito em breve”, completou Haroyan.
O atleta atua desde os 18 anos pela seleção principal da Armênia, e hoje, com 28, já disputou 52 jogos e marcou dois gols. Ele também tem passagens pelas seleções de base do país.
O conflito
A região separatista de Nagorno-Karabakh é localizada dentro do território do Azerbaijão e reconhecida pelas leis internacionais como parte do país. Mas os armênios étnicos, que constituem a maioria da população (estimada em 150 mil habitantes), rejeitam o domínio azeri.
Eles administram os próprios assuntos com o apoio da Armênia, desde que as tropas do Azerbaijão foram expulsas do território na década de 1990. Ambos os lados assinaram um acordo de cessar-fogo em 1994.
As tensões entre os dois lados têm aumentado significativamente nos últimos meses, culminando nos confrontos recentes.
(Sob supervisão de André Rosa).