Grosjean relembra acidente: ‘Estava em paz, iria morrer’
Piloto franco-suíço se acidentou gravemente no último domingo durante GP do Barein
O piloto franco-suíço da Fórmula 1, Romain Grosjean, relembrou nesta sexta-feira (4) o grave acidente que sofreu no último domingo (29), durante o GP do Barein.
Em entrevista ao portal especializado The Race, ele contou que houve um momento em que achou que não sobreviveria. “Houve esse momento menos agradável em que o meu corpo começou a relaxar. Estava em paz comigo mesmo, e iria morrer”.
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Na primeira volta do circuito, Grosjean teve uma batida a 221 km/h. O carro dele se partiu ao meio e o tanque de combustível explodiu e pegou fogo. Felizmente, Grosjean escapou quase ileso.
“Para mim, não pareceu 28 segundos. Pareceu mais 1 minuto e 30, se tivesse que estimar o tempo. Quando o carro parou, abri meus olhos e tirei o cinto de segurança imediatamente”, relembrou ele na entrevista.
“Então eu pulei e senti que algo tocava a minha cabeça, então sentei de volta no carro e meu primeiro pensamento foi: ‘Vou esperar. Estou de ponta cabeça contra a parede, então vou esperar até que alguém venha me ajudar‘”.
Essa ideia durou até ele perceber que o carro estava em chamas. “Então disse ‘Ok, bem, não tenho o tempo de esperar aqui. A próxima coisa que tentei foi subir mais um pouco para a direita, não deu certo. Fui de novo para a esquerda, não deu certo. Sentei de volta e pensei sobre Niki Lauda, o acidente dele [no Nuburgring em 1976] e pensei ‘não pode acabar assim, essa não pode ser a minha última corrida'”.
“Eu tentei novamente e estava preso. Então voltei e houve esse momento menos agradável em que meu corpo começou a relaxar. Estava em paz comigo mesmo e iria morrer”, narrou.
“Eu me perguntei: ‘Será que vai queimar meu sapato, meu pé ou minha mão? Vai doer? Onde vai começar?’ Para mim, isso pareceu dois, três, quatro segundos. Acho que foram milissegundos na realidade. E então eu pensei nos meus filhos e disse ‘não, eles não podem perder o pai hoje'”.
Ele conta que virou o capacete e conseguiu sair do carro, puxando forte o pé, que estava preso e escapou de dentro da bota. “Minhas duas mãos estavam pegando fogo naquela hora. Minhas luvas são vermelhas, então eu vejo que a esquerda, especialmente, está mudando de cor, começando a derreter e ficando preta, e sinto dor. Mas também sinto alívio por estar fora do carro”, relatou.
Ele conta que fez questão de caminhar para dentro da ambulância para mostrar que estava bem, com apenas as queimaduras nas mãos e um pé quebrado.
“Então, acho que essa é a história completa desses 28 segundos”, concluiu.
