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    Fidel, Chávez e Cristina: Maradona era próximo a líderes de esquerda

    Craque argentino era próximo de várias lideranças de esquerda na América Latina

    Anna Satie, da CNN em São Paulo



     

    Diego Maradona morreu aos 60 anos neste 25 de novembro — mesma data do quarto aniversário da morte de Fidel Castro, líder da Revolução Cubana que o craque do futebol argentino tinha tatuado na perna esquerda.

    A gravação na pele era porque, contava Diego, ele devia a vida ao ex-presidente da ilha.

    Na autobiografia Eu sou El Diego, ele escreve: “isso de estar vivo, tenho de agradecer ao barbudo (Deus) e ao barbudo (Fidel)”.

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    Maradona exibe tatuagem com o rosto de Fidel Castro ao líder cubano
    Maradona exibe tatuagem com o rosto de Fidel Castro ao líder cubano
    Foto: Reprodução

    Os dois eram amigos e nutriam admiração mútua um pelo outro. Maradona dizia que Fidel era o “único comandante” e Fidel, que Maradona era o “Che do esporte”.

    O laço se estreitou em 2000, ano em que o argentino estava no auge de sua dependência química. Fidel pôs à disposição uma clínica de excelência inteira para a reabilitação dele. Segundo relatos, os dias em Cuba foram fundamentais para o início da recuperação de Maradona.

    Por anos depois, o ex-jogador diria que Fidel era seu segundo pai.

    A tatuagem de Diego Maradona com o rosto de Fidel Castro
    A tatuagem de Diego Maradona com o rosto de Fidel Castro
    Foto: Jumana El Heloueh/Reuters (15.set.2011)

    Essa não era a única amizade com figuras célebres da política latinoamericana de El Pibe, que não era canhoto apenas com os pés, mas na tendência revolucionária que sempre deixou clara.

    Por várias vezes, ele visitou Hugo Chávez, ex-presidente venezuelano. Em março deste ano, ele lamentou os sete anos da morte dele, em publicação no Instagram que dizia que ele estava “mais vivo que nunca”.

    Maradona também era simpático ao atual presidente do país, Nicolás Maduro. Em 2017, quando o ditador conclamou uma constituinte sem apoio do parlamento, o que suscitou sanções contra o país, o craque argentino reiterou seu apoio.

    “Somos chavistas até a morte. E quando Maduro ordenar, estou vestido de soldado para uma Venezuela livre, para lutar contra o imperialismo e aqueles que querem se apoderar de nossas bandeiras, que é o mais sagrado que temos”, escreveu ele no Facebook.

    No Brasil, Maradona era próximo do ex-presidente Lula. Durante o julgamento dele no TRF-4, o ex-jogador chegou a publicar nas redes sociais uma foto de si com uma camisa da seleção brasileira com o nome de Lula.

    Maradona posou com camisa da seleção brasileira com nome de Lula
    Maradona posou com camisa da seleção brasileira com nome de Lula
    Foto: Reprodução/Facebook

    Quando o petista foi solto da prisão em novembro de 2019, o argentino foi às redes sociais comemorar, dizendo que se fizera a justiça.

    Na sua pátria-mãe, Maradona era próximo de Nestor e Cristina Kirchner —de quem, aliás, disse que seria vice em uma candidatura à presidência em 2019.

    No fim, foi a própria Cristina quem saiu como vice do atual mandatário Alberto Fernández, a quem Maradona visitou pouco após a posse. O presidente, aliás, lamentou a morte de Maradona e decretou três dias de luto na Argentina.

    “Você nos levou ao lugar mais alto do mundo, nos fez imensamente felizes. Foi o maior de todos. Obrigado por ter existido, Diego. Sentiremos sua falta pelo resto de nossas vidas”, escreveu. 

     

     

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