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    Ferj avalia adiar jogos do Fluminense e Botafogo no Campeonato Carioca

    Os times não concordam com a volta dos jogos neste mês e pedem que torneio retorne só em julho

    Isabelle Saleme e Natália Oliveira, , da CNN no Rio de Janeiro

    A Ferj (Fderação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) vai analisar a possibilidade de adiar os jogos do Botafogo e Fluminense pelo Campeonato Carioca para o início de julho. Por hora, o calendário não muda e os dois times continuam com jogos marcados para o dia 22. No entanto, a promessa de nova reavaliação foi feita pelo diretor da Ferj, Leonardo Ferraz, depois de uma reunião com os clubes e representantes da prefeitura do Rio, no Palácio da Cidade.

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    O objetivo do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) em promover o encontro é que os times não sejam penalizados com um W.O., ou seja, a vitória automática por desistência do adversário, caso não entrem em campo. Agora cabe ao colegiado da federação decidir se aceita o pedido ou não. Segundo a Ferj, a maioria dos clubes tinha votado a favor do retorno em reunião anterior.

    Durante a entrevista coletiva, Crivella lembrou que as fases do plano de flexibilização são recomendações da prefeitura do Rio e que as empresas podem optar por reabrir quando liberadas ou não. E que no caso dos clubes de futebol, eles também não são obrigados a retomar as atividades, se não acharem oportuno.

    O prefeito confirmou que os jogos do Carioca serão retomados nesta quinta-feira (18), com a partida entre Flamengo e Bangu, no Maracanã. O chefe do executivo municipal explicou que a Vigilância Sanitária liberou a utilização do estágio, mesmo com o Hospital de Campanha do governo do estado montado no complexo esportivo.

    Botafogo e Fluminense não concordam com a volta dos jogos agora no mês de junho e pedem o retorno do Campeonato Carioca apenas em julho. Entre as alegações está a falta de tempo para treinamento. Ambos os times ainda não realizaram treinos presenciais e coletivos desde a paralisação do futebol, em 16 de março. Enquanto isso, os outros clubes voltaram a treinar com bola no dia 1º de junho. O Flamengo, antes mesmo da autorização do governo e da prefeitura, havia retomado treinamentos, em meados de maio.

    O Botafogo reafirmou, durante a coletiva que ocorreu após a reunião, a posição contrária ao retorno do Campeonato. Para o presidente do clube, Nelson Mufarrej, seriam necessários pelo menos 15 dias de treinamento para entrar em campo, mas o time aceitaria antecipar o retorno antes disso, no início do mês que vem.

    Mufarrej pediu que a decisão dos clubes que estão optando por não voltar nesse momento seja respeitada e que as equipes não sofram punições, como derrotas por W.O. Segundo ele, o Botafogo não está desrespeitando nada, está apenas zelando pela vida de seus profissionais, atletas e torcedores.

    O dirigente afirmou, ainda, que, caso a decisão do clube não seja respeitada pela Federação, a diretoria vai entrar na Justiça Desportiva para tentar adiar o jogo contra a Cabofriense, marcado para o dia 22.

    Já o Fluminense publicou uma nota no site do clube dizendo que enviou representante à reunião com a Prefeitura, em atenção à institucionalidade e em demonstração de total abertura ao diálogo. No entanto, o tricolor reforça que a presença de um dirigente do clube na reunião não significa anuência com a injustificável decisão do arbitral da Ferj de retorno imediato do campeonato, em meio a riscos ainda elevados de contaminação de atletas, funcionários e torcedores. De acordo com a nota, o tricolor das Laranjeiras segue aguardando o bom senso da Ferj na remarcação das datas e reafirma que ainda não é a hora de voltar aos campos.

    No mundo, os clubes de futebol só retornaram as atividades mais de dois meses depois do pico da epidemia. No Rio, especialistas afirmam que o maior risco de contágio foi entre maio e início de junho.

    O estado do Rio de Janeiro registrou nesta terça-feira (16) 2.397 novos casos e 239 mortes, levando o total a 7.967 vítimas fatais e 83.343 confirmações. A Prefeitura continua a afirmar que a curva de contágio está menor e que pode dar passos atrás no processo de flexibilização se os números saírem do controle.

    Se os jogos realmente acontecerem, o Carioca será o primeiro campeonato esportivo a ser retomado no país depois da pandemia.

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