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    Entenda como serão feitos os testes antidoping na Olimpíada de Tóquio

    Testes antidoping ajudam a garantir a igualdade entre os atletas e também previnem prejuízos à saúde dos competidores

    Gregory Prudenciano, da CNN, em São Paulo

    Apertar o cerco contra o doping é uma das principais preocupações do Comitê Olímpico Internacional (COI), que faz agora os últimos ajustes e protocolos para a Olimpíada de Tóquio, marcada para começar em 23 de julho. Nos jogos do Japão, devem ser aplicadas as regras estabelecidas pela Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês).

    O uso de substâncias ou métodos indevidos por atletas tem se tornado, com o passar do tempo, cada vez mais sofisticado e engenhoso, segundo o COI, e por isso os testes podem ser feitos nos competidores a qualquer momento.

    Os testes antidoping são importantes para ajudar a garantir que nenhum atleta leve vantagem indevida durante as competições, e também previne que os competidores usem drogas prejudiciais ao próprio corpo.

    Em dezembro de 2020, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) impôs à Rússia uma sanção: o país ficará de fora da Olimpíada de Tóquio, dos Jogos de Inverno de Pequim e também da Copa do Mundo de futebol, esses dois últimos marcados para 2022.

    Com a decisão, essas competições não terão atletas russos usando a bandeira do país, se identificando com o nome da nação ou mesmo cantando o hino da Rússia. Os atletas poderão competir, no entanto, mas sob a bandeira do COI.

    Em 2019, autoridades russas alteraram um banco de dados de um laboratório de testes antes de entregar os documentos à WADA, que havia identificado anos de prática de doping em atletas russos, apontando para uma prática institucionalizada no país.

    A seguir, veja como serão feitos os testes antidoping na Olimpíada de Tóquio:

    Dois tipos de testes

    Há, basicamente, dois tipos de testes durante os jogos: os testes durante uma competição e os testes fora de uma competição. O primeiro tipo diz respeito aos testes que são aplicados desde o último minuto do dia anterior a uma prova até o final dela. O teste fora da competição pode acontecer em qualquer lugar, a qualquer momento que não no período da prova.

    Na Olimpíada de Tóquio, a Agência Internacional de Testes será a responsável por fazer os testes nos atletas.

     

    Quem faz os testes?

    Uma das figuras centrais do processo de testagem é o Oficial de Controle de Doping (DCO, na sigla em inglês), que é o responsável por fazer as coletas dos exames de urina. Há também o Oficial de Coleta de Sangue (BCO, em inglês), que, como o nome diz, fica encarregado de fazer a coleta de sangue dos atletas.

    Como é feita a seleção dos atletas que serão testados?

    A seleção dos atletas que farão os testes é bastante variada: eles podem ser escolhidos de maneira aleatória, também podem ser alvos a partir dos resultados nas provas (no caso dos testes durante uma competição) ou por qualquer suspeita dos oficiais.

    Os atletas podem ser abordados pelos DCOs a qualquer momento. Cabe aos DCOs comprovar sua função aos competidores por meio de uma credencial exclusiva. A partir daí, os oficiais explicam aos atletas seus direitos e responsabilidades durante o processo de controle antidoping. Na sequência, os atletas precisam preencher um formulário.

    Como é feita a coleta do material?

    Após a abordagem, os atletas são imediatamente levados a um Centro de Controle de Doping, onde os testes serão feitos. Os competidores precisam confirmar sua identificação em um catálogo que fica em posse dos DCOs. Se quiserem, os atletas podem ser acompanhados por um representante legal.

    A coleta de urina deve ser feita em um ou dois potes, que pode ser ou não acompanhada de uma coleta de sangue. Também pode ser feita somente a coleta de sangue. Para evitar fraudes, todo o processo é acompanhado presencialmente pelo oficial, que será necessariamente do mesmo gênero que o atleta.

    Porém, a coleta só poderá ser manipulada pelo atleta que estiver sendo testado, a não ser que ele solicite ajuda do oficial.

    Por fim, o competidor deve assinar o formulário inicialmente preenchido.

    Amostras de urina e de sangue são testadas por laboratórios credenciados à WADA
    Amostras de urina e de sangue são testadas por laboratórios credenciados à Agência Mundial Antidoping
    Foto: Urbazon/Getty Images

    O que acontece com as amostras?

    Tanto as amostras quanto uma cópia do formulário preenchido e assinado pelo atleta serão enviados para um laboratório credenciado à WADA. Em ambos os casos, a identidade do competidor não pode ser revelada. Outras cópias do formulário também são enviadas para outras instituições antidoping. O atleta também fica com uma cópia do documento.

    Como são geralmente coletadas duas amostras de urina, somente uma delas é analisada, enquanto a outra é armazenada em segurança. Se essa primeira amostra apresentar algum indício de doping, então o laboratório fará outro teste na segunda amostra.

    O resultado dos testes será enviado tanto a uma organização antidoping quanto à WADA. No caso de serem encontradas substâncias indevidas nas amostras, os atletas podem pedir uma nova análise da segunda amostra usada para confirmar o resultado da primeira. Eles também devem comparecer a uma audiência com autoridades esportivas e podem recorrer de uma eventual punição.

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