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    De vestidos e shorts a hijabs, mulheres se vestem com o que gostam no badminton

    Até 2012, Federação Mundial de Badminton obrigava mulheres a usarem saias para 'tornar esporte mais feminino'; atualmente, elas podem escolher qual roupa vestir

    Soraya Aghaei Hajiagha, do Irã, compete de calças e hijab no torneio de badminton das Olimpíadas
    Soraya Aghaei Hajiagha, do Irã, compete de calças e hijab no torneio de badminton das Olimpíadas Foto: Andre Penner - 28.jul.2021/AP

    As atletas femininas têm lutado pelo direito de escolher o que vestir quando competem nas Olimpíadas, e nos Jogos de Tóquio, cada vez mais atletas e fãs estão se manifestando e agindo a esse respeito.

    Das mais de 30 mulheres que jogaram badminton nesta quarta-feira (28), incluindo a indiana PV Sindhu e a taiwanesa Tai Tzu Ying, cerca de dois terços usavam shorts, enquanto outras usavam short saia, vestidos e saias, e uma usava hijab.

    “Tenho sorte de poder usar o que quiser”, disse Sindhu, medalhista de prata das Olimpíadas do Rio, em 2016, que usou um de seus vestidos azuis quando derrotou Cheung Ngan Yi de Hong Kong por 21/9, 21/16.

    Soraya Aghaei Hajiagha do Irã, assim com sua treinadora, usou um vestido, leggings e um hijab em sua partida com He Bing Jiao, da China. Saias e short saias também foram uma escolha popular entre as jogadoras, incluindo a belga Lianne Tan e a japonesa Nozomi Okuhara.

    No domingo, a equipe alemã de ginástica feminina usou macacões de corpo inteiro nas classificatórias na esperança de promover a liberdade de escolha e incentivar as mulheres a vestir o que as faz sentir confortáveis.

    Na semana passada, porém, a seleção norueguesa de handebol de praia foi multada em € 1.500 por usar shorts em vez de biquínis e prejudicar “a apresentação ideal do esporte”, segundo a Federação Europeia de Handebol e a Federação Internacional de Handebol.

    As regras estabelecem que a parte de baixo do biquíni deve ter uma largura máxima de 10 centímetros e ter um “ajuste justo e corte em um ângulo para cima”.

    Cerca de uma década atrás, antes das Olimpíadas de Londres, de 2012, algumas autoridades da Federação Mundial de Badminton (BWF) foram criticadas por causa de uma regra semelhante que dizia que as mulheres deveriam usar saias para tornar o esporte mais “feminino” e “atraente” para fãs e patrocinadores. Essa regra foi abandonada antes dos Jogos naquele ano.

    Indiana Pusarla Sindhu opta por competir de vestido e com short no badminton
    Indiana Pusarla Sindhu opta por competir de vestido e com short no badminton
    Foto: Andre Penner – 28.jul.2021/AP

    “Em retrospecto, pegamos o caminho errado, mas aprendemos com isso e nossos fabricantes também”, disse Nora Perry, duas vezes campeã mundial e membro do conselho da BWF, cujos fornecedores incluem Adidas e Yonex.

    “A Yonex apoiou essa decisão porque há muitas garotas coreanas e chinesas que não querem usar saias.”

    Perry, que tem mais de 75 títulos internacionais em competições individuais, disse que quando jogou na década de 80, a moda era usar saias e vestidos com “babados por baixo”.

    “Foi bom que as vozes das mulheres foram ouvidas nisso”, disse a jogadora britânica Kirsty Gilmour. “Eu, pessoalmente, não me sinto confortável com uma saia, então gosto da escolha de shorts curtos, shorts longos. Já Tai Tzu Ying gosta de seus tops sem mangas. “

    “Temos sorte de não sentirmos pressão sobre como devemos nos vestir.”