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    Da premonição à homenagem às vítimas da Covid: o ouro de Hebert Conceição

    Assistente técnico Amonio Silva sonhou com nocaute que deu a medalha de ouro a Hebert Conceição, que, por sua vez, homenageou as vítimas do Covid-19

    Fernando Gavini, do Olimpíada Todo Dia

    A decisão da medalha de ouro contra o ucraniano Oleksandr Khyzhniak, no boxe, nas Olimpíadas de 2020, estava praticamente perdida. Inferior nos dois primeiros rounds da luta, Hebert Conceição só venceria se conseguisse nocautear o adversário. Era a única alternativa. E ele conseguiu após acertar um cruzado de esquerda fortíssimo no queixo do rival, que desabou no tablado.

    O curioso é que a vitória por nocaute apareceu num sonho premonitório do assistente técnico Amonio Silva, que é o homem que aparece ao lado do campeão na foto que ilustra a reportagem.

    “Eu e o Leonardo (Macedo, outro assistente técnico da seleção) desde que foi definido que o Hebert ia lutar com o ucraniano ficamos assistindo muitos vídeos de lutas dele. Fomos dormir duas horas da manhã de tantos vídeos que assistimos. Todas as lutas que você imaginar, a gente assistiu! Quando eu deitei, eu não conseguia pensar em outra coisa. De tanto pensar nisso, eu acabei sonhando. Eu cochilava e acordava sonhando com o Hebert. 5h30 da manhã, eu sentei na cama e comecei a chorar. Eu tinha acabado de sonhar com o Hebert nocauteando o ucraniano e depois ainda teve uma briga entre os treinadores”, conta Amonio Silva, que é um dos quatro assistentes de Mateus Alves, que é o treinador principal.

    Menos mal que apenas a parte boa (para os brasileiros) do sonho aconteceu. Hebert Conceição nocauteou o adversário, mas não houve confusão e nem briga entre os membros das comissões técnicas. O brasileiro ganhou limpo com um golpe fatal e um nocaute difícil de acontecer no boxe olímpico. “O golpe veio de uma maneira muito muito linda e no momento que eu precisava. Eu só tenho que agradecer”, comemorou o pugilista baiano, que fez questão de lembrar os brasileiros que morreram vítimas da Covid-19.

    O treinador disse que sonhou com isso, né? Foi engraçado! Não imaginava que seria da maneira que foi a final olímpica. Ainda mais eu que não sou um cara nocauteador. Imaginei golpear ele com estilo, com elegância e encantar o público e as pessoas que estavam assistindo

    Hebert Conceição, após seu sonhado ouro olímpico
    Hebert Conceição acerta golpe durante a final olímpica do peso médio
    Hebert Conceição acerta golpe durante a final olímpica do peso médio
    Foto: Wander Roberto / COB

    Existem muitas pessoas que que me ajudaram nesse nesse processo e existem muitas, muitas pessoas também que mandaram energia positiva e eu estou carregando no meu peito a bandeira do Brasil, né? E eu estou representando toda uma nação e a nossa nação está passando por um momento muito difícil e eu fico muito feliz de poder estar premiando eles com a medalha de ouro porque em um momento tão caótico, qualquer sorriso é válido. Então eu fico feliz de proporcionar um momento de felicidade em meio a tanta tristeza que que a gente passa no nosso país”, declarou Hebert Conceição, o mais novo campeão olímpico do boxe.

    O sonho dele a partir de agora é que ele possa servir de inspiração para os jovens do Brasil. “Eu acho que essa medalha significa a manutenção da esperança de todo moleque sonhador, né? De todas as pessoas, seja homem, mulher, criança, enfim é que a gente pode fazer o que a gente quiser. Basta a gente trabalhar e respeitar o processo e fazer o que tem que ser feito, né? E eu fico feliz de poder de poder estar sendo uma inspiração para as próximas gerações. Eu acho que o nosso país merece pessoas boas porque o nosso futuro depende das próximas gerações e com boas influências a gente consegue mudar um pouco do patamar do nosso país no futuro e eu fico feliz de poder estar contribuindo com isso”, finalizou.