Chelsea é campeão mundial com vitória na prorrogação e frustra Palmeiras
Haavertz, em cobrança de pênalti, assegurou a inédita conquista para o título inglês
O Chelsea é campeão mundial! Neste sábado, o time inglês frustrou a tentativa do Palmeiras de conquistar o título do torneio organizado pela Fifa ao derrotá-lo por 2 a 1, em duelo definido na prorrogação, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
De pênalti, o alemão Haavertz marcou o gol decisivo. O belga Lukaku e Raphael Veiga também marcaram, no segundo tempo.
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O título consagrou a superioridade do Chelsea na etapa final e na prorrogação, quando dominou e controlou o jogo, que teve influência das decisões da arbitragem com o auxílio do VAR para decidi-lo. Afinal, foram dois pênaltis marcados, um para cada, com o apoio da tecnologia, que flagrou toque da bola nos braços de Thiago Silva e Luan.
O primeiro ajudou o Palmeiras a forçar a prorrogação e o segundo garantiu a taça inédita para o time londrino.
O Chelsea, aliás, chegou para a decisão do Mundial como último time europeu a não levar o título, o que aconteceu em 2012, quando perdeu para o Corinthians, no Japão. Agora, então, venceu pela primeira vez o torneio organizado pela Fifa, no nono título mundial consecutivo dos clubes do Velho Continente.
Último vencedor da Liga dos Campeões, o Chelsea agora retomará suas atenções para as demais competições em que está envolvido. No torneio continental, terá o Lille pela frente, nas oitavas de final. Já no Campeonato Inglês é o terceiro colocado, mas bem distante do líder Manchester City.
Ao Palmeiras, fica a frustração de deixar a taça escapar após uma final em que teve bom desempenho defensivo e até alguns bons momentos no primeiro tempo, quando conseguiu parar o Chelsea e teve algumas oportunidades perigosas em contra-ataques. Mas o título não veio, assim como em 2021 e em 1999.
No ano passado, o Palmeiras havia feito campanha decepcionante no Mundial, caindo nas semifinais para o mexicano Tigres nas semifinais, quando Luan também cometeu um pênalti decisivo, e na disputa do terceiro lugar para o egípcio Al Ahly. Já em 1999, perdeu a disputa do Mundial Interclubes para o Manchester United.
O clube também se considera campeão mundial de 1951, ano em que venceu a Copa Rio.
Primeiro tempo: Palmeiras se defende bem e equilibra jogo
Para a decisão do Mundial, Abel Ferreira repetiu a formação que havia derrotado o Al Ahly nas semifinais por 2 a 0. Já o Chelsea entrou em campo com um time modificado em relação ao triunfo por 1 a 0 sobre o Al Hilal, dos Emirados Árabes Unidos. De volta ao banco de reservas após se recuperar do coronavírus, o técnico alemão Thomas Tuchel escalou Mendy, Kanté, Hudson-Odoi e Mount nos lugares de Kepa, Jorginho, Ziyech e Marcos Alonso.
Apoiado pela sua barulhenta torcida em Abu Dhabi, o Palmeiras fez um primeiro tempo seguro e equilibrado com o Chelsea, tendo falhado apenas ao desperdiçar bons contra-ataques. Bem fechado, o time paulista teve ótima atuação defensiva, correndo poucos riscos diante de um adversário com mais posse de bola – 69% a 31% –, mas pouca criatividade, especialmente nos 30 minutos iniciais. A equipe londrina foi atrapalhada pela estratégia de Abel Ferreira que, além dos defensores, também contava com o auxílio constante de Gustavo Scarpa e Rony na marcação pelas laterais.
O Palmeiras, embora se preocupasse mais em se defender, conseguia chegar com mais perigo, sempre buscando roubar a bola e se lançar ao ataque em velocidade, tentando aproveitar os espaços. O time ameaçou aos 17 minutos, em cabeceio de Rony, e duas vezes com Dudu. Na primeira, aos 23, o chute colocado de direita, passou muito perto da meta de Mendy. Aos 26, ele puxou contra-ataque, tabelou com Zé Rafael e recebeu a bola em ótima condição para finalizar. Mas bateu mal, desperdiçando uma boa chance.
Na parte final do primeiro tempo, o Chelsea, que perdeu Mount, lesionado, buscou acelerar o ritmo e aumentou o seu volume. Mas sem conseguir envolver o Palmeiras, contou com uma finalização de longe para chegar com perigo. Já nos acréscimos, Thiago Silva avançou na intermediária e, sem marcação, chutou forte. Weverton desviou para fora.
Segundo tempo: Lukaku e Raphael Veiga marcam
Se havia assumido o controle do jogo no fim da primeira etapa, o Chelsea confirmou essa condição no começo da segunda, quando passou a encontrar mais espaços, já ameaçando no terceiro minuto, com um chute forte de longe de Rudiger, que passou perto da meta do Palmeiras.
E não demorou para abrir o placar em Abu Dhabi. Aos 9 minutos, Hudson-Odoi recebeu na esquerda e cruzou para Lukaku. Ele subiu mais alto e cabeceou para as redes. Praticamente na sequência, o Chelsea quase marcou pela segunda vez, em finalização de fora da área de Pulisic, após tabela com Lukaku.
Mas o Palmeiras reagiu, com o auxílio de Thiago Silva e do VAR. Afinal, com a revisão do vídeo, o árbitro australiano Chris Beath marcou pênalti para o Palmeiras após toque de mão do brasileiro em cruzamento destinado a Gustavo Gómez. Raphael Veiga, aos 18 minutos, deslocou Mendy e acertou o canto esquerdo da meta, igualando o placar em Abu Dhabi.
Foi como um presente para o Palmeiras, que vinha fazendo um segundo tempo ruim e recebeu uma injeção de ânimo. Porém, ao contrário da primeira etapa, o Chelsea conseguia ser mais efetivo no ataque, tanto que quase marcou aos 28, quando Pulisic, da meia-lua, após uma jogada com Kanté e Lukaku, finalizou rente à trave.
No entanto, a pressão foi arrefecendo e as trocas não melhoraram os times. No lado do Chelsea, Tuchel tirou Lukaku, que vinha sendo importante referência ofensiva, enquanto o Palmeiras reforçou a marcação, o que incluiu a saída de Raphael Veiga. E ainda que com o time londrino presente ao ataque, mas aparentando mais desgaste físico, a etapa final terminou sem muito trabalho para Weverton.
Prorrogação: Gol de pênalti de Haavertz dá título ao Chelsea
A igualdade levou o confronto para a prorrogação. E os primeiros 15 minutos foram um jogo de ataque contra defesa, com o Palmeiras se segurando à espera de um contra-ataque perigoso, que não apareceu. O Chelsea, por sua vez, rodava a bola, mas pouco finalizava, o que mantinha o placar igualado.
Na parte final da prorrogação, a presença do clube londrino no ataque aumentou e, dessa vez, rendeu resultados. O time deve duas chances para marcar, aos 5, em finalização de Timo Werner, e aos 7, quando Marcos Rocha fez um corte providencial, num lance em que a bola chegaria em Haavertz.
Aos 11 minutos, porém, o Palmeiras não resistiu. Depois de consulta ao VAR, o árbitro marcou pênalti de Luan, que cortou com o braço uma finalização de Azpilicueta. Haavertz mandou a bola no canto direito da meta de Weverton. Era o gol do título do Chelsea sobre o Palmeiras, que ainda teve Luan expulso nos instantes finais, quando cometeu falta para evitar outro gol de Haavertz.
Terceiro lugar egípcio
Também neste sábado, horas antes da decisão, o Al Ahly goleou o Al Hilal por 4 a 0 e assegurou o terceiro lugar do Mundial de Clubes. O destaque do jogo foi Yasser Ibrahim, autor de dois gols no primeiro tempo.