CBF anuncia Ednaldo Rodrigues Gomes como presidente interino no lugar de Caboclo
Caboclo foi denunciado por assédio moral e sexual; em nota, ele diz que "Ednaldo Rodrigues não é presidente da CBF nem de fato nem de direito"
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem um novo presidente em exercício. Trata-se de Ednaldo Rodrigues, escolhido nesta quarta-feira (25) pelo Conselho de Administração da entidade para substituir Antônio Carlos Nunes, conhecido como ´Coronel Nunes´. A informação foi confirmada pela CBF.
A reunião que decidiu a nomeação do novo presidente teve a presença dos oito Vice-Presidentes, que aprovaram o nome do novo mandatário. Ednaldo Rodrigues exercia a função de presidente da Federação Bahiana de Futebol.
“Como o Estatuto Social da CBF não prevê a forma de substituição do Presidente em caso de afastamento temporário, todos os Vice-Presidentes da entidade – únicos possíveis substitutos – dispuseram formalmente de seu direito de substituição temporária em favor do Vice-Presidente Ednaldo Rodrigues Gomes, que assume interinamente a presidência”, diz um trecho da nota emitida pela CBF.
A decisão de nomear Ednaldo Rodrigues como novo mandatário da instituição acontece um dia depois da Comissão de Ética da CBF recomendar a suspensão por 15 meses do presidente afastado da entidade, Rogério Caboclo.
A punição é referente a uma denúncia de assédio moral e sexual contra uma funcionária da entidade, que o acusa com base em gravações cedidas pela própria vítima. Caboclo está afastado desde o início de junho. Portanto, como já foram cumpridos três meses de afastamento, ele teria mais 12 meses fora do cargo pela frente.
Caboclo é acusado também em outros dois casos de assédio. Um deles foi denunciado por mais uma funcionária da entidade e outro aberto depois da denúncia de um diretor da CBF. No que se refere à funcionária, a CNN apurou que ela acusa Caboclo de tentar assediá-la em pelo menos três oportunidades durante um voo internacional em 2020. O outro processo, que envolve o diretor, é por assédio moral.
Para realmente determinar o afastamento de Caboclo, a recomendação feita pela Comissão de Ética precisa agora ser balizada pela Assembleia Geral da CBF, que é composta por 27 dirigentes de federações estaduais do futebol brasileiro. Para que a punição seja aplicada definitivamente, 3/4 dos membros da Assembleia precisam ratificar a decisão da Comissão. A Assembleia, que aconteceria nesta quarta-feira (25), foi adiada.
Sobre o possível afastamento, Rogério Caboclo afirmou que a decisão é “injusta e ilegal”, atribuindo a punição a uma suposta articulação de oponentes políticos dentro da entidade e garantiu que vai recorrer da punição nas ‘instâncias adequadas’. entretanto, ele afirmou que recebeu com tranquilidade a decisão da Comissão de Ética do Futebol, que rejeitou a acusação de assédio.
Nota do presidente da CBF, Rogério Caboclo
Ednaldo Rodrigues não é presidente da CBF nem de fato nem de direito. A indicação para o ocupante interino do cargo cabe exclusivamente ao presidente afastado, de acordo com o estatuto da entidade.
Rogério Caboclo é inocente da acusação que lhe foi imputada e não renunciará por nenhuma hipótese e não cederá a nenhuma apelação ou desvirtuação estatutária, tendo em vista sua eleição por 96,4% dos votos e por 100% das federações.
Sobre a carta assinada por presidentes de federações que estavam hospedados no Windsor Marapendi, no Rio de Janeiro, que frequentemente é usado pelos capangas de Marco Polo Del Nero como curral eleitoral, sabe-se que até os mais fervorosos defensores do presidente Rogério Caboclo justificaram ter assinado a carta como resultado de uma “coação irresistível”.
Eles foram praticamente obrigados a endossar o documento que, em tese, já teria uma maioria de apoiadores para, assim, não ficarem de fora e sofrerem retaliações.
Todos esses presidentes dizem que o documento de nada vale até o julgamento final que será realizado em assembleia geral, em data ainda a ser definida.
Trata-se de mais um golpe eleitoreiro de Del Nero e seus de vices para tentar ilegitimamente apossar-se da presidência.
Diante da decisão de ontem, que afastou a acusação de assédio contra Caboclo, e o reconduzirá a presidência seja pela assembleia, seja por recurso a ser interposto ou seja pelo cumprimento da pena (com seu retorno em 12 meses), nenhuma eleição poderá ser determinada.
Nota da CBF
A Confederação Brasileira de Futebol informa que, nesta data, o Vice-Presidente Ednaldo Rodrigues Gomes assume interinamente a Presidência da entidade.
Em reunião do Conselho de Administração da CBF realizada na manhã desta quarta-feira, 25 de agosto, com a presença dos oito Vice-Presidentes na sede da entidade, todos formalmente abriram mão de seu direito disponível de ocupar interinamente a Presidência da entidade em razão do afastamento temporário do Sr. Rogério Langanke Caboclo.
Como o Estatuto Social da CBF não prevê a forma de substituição do Presidente em caso de afastamento temporário, como o que presentemente ocorre, visto que tal substituição não está contemplada nas hipóteses do art. 61 (ausência, licença ou impedimento), nem tampouco na hipótese do art. 62 (vacância) e considerando que, uma vez afastado, o Presidente fica privado da prática de qualquer ato administrativo, todos os Vice-Presidentes da entidade – únicos possíveis substitutos – dispuseram formalmente de seu direito de substituição temporária em favor do Vice-Presidente Ednaldo Rodrigues Gomes, que assume interinamente a presidência.
Estiveram presentes os Vice-Presidentes Antônio Aquino, Antônio Carlos Nunes de Lima, Castellar Modesto Neto, Ednaldo Rodrigues, Fernando Sarney, Francisco Novelletto, Gustavo Dantas Feijó e Marcus Vicente.