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    Bandeira de Pernambuco é confundida com símbolo LGBT e jornalista é reprimido no Catar

    Policiais chegaram a tomar a bandeira do estado, que contém um arco-íris; veja vídeos

    Estadão Conteúdo

    Nascido em Recife, o jornalista Victor Pereira, que está cobrindo a Copa do Mundo do Catar, denunciou nesta terça-feira (22) em suas redes sociais que teve uma bandeira de Pernambuco tomada pela polícia local. Segundo ele, os agentes teriam confundindo o material com o símbolo LGBTQIA+ em razão do arco-íris que faz parte da bandeira do estado.

    Em seu perfil no Twitter, Pereira postou uma série de vídeos onde explica a situação. Visivelmente nervoso, o jornalista tenta explicar a situação. “Eu fui atacado por alguns integrantes do Catar e também por policiais. Eles vieram pra cima achando que era uma bandeira LGBT+, quando, na verdade, é apenas uma bandeira de Pernambuco”, explicou. O jornalista ainda disse que, ao tentar filmar a situação, teve seu celular tomado.

    “Eu só consegui meu celular de volta porque eu deletei o vídeo que fiz. Isso é um absurdo. Nós temos autorização da Fifa para filmar absolutamente tudo aqui no estádio”, relatou. Pessoas que passavam pelas imediações do local notaram a confusão e filmaram a abordagem. Nas redes sociais, Pereira postou os vídeos filmados por transeuntes.

    Neles, vemos homens vestidos em tradicionais trajes cataris conversando com Pereira. Ambos parecem exaltados e discutem, trocando acusações e indagações. “Quem é você?”, pergunta o guarda. Pereira afirma ser jornalista, mas o homem parece ignorar a informação. Também é possível ver alguns policiais cataris próximos à confusão.

    Bandeira de Pernambuco contém um arco-íris
    Bandeira de Pernambuco contém um arco-íris / Governo de Pernambuco

    Em outro vídeo, é possível ver um dos funcionários do estádio com a bandeira de Pernambuco nas mãos. Na legenda, Pereira afirma que “chegaram a pegar a bandeira de Pernambuco, jogaram no chão e pisaram”, mas diz que outras pessoas intervieram e conseguiram amenizar a situação.

    Kelvin Maciel, correspondente da Band Nordeste que acompanhava Pereira no Catar, afirmou em suas redes sociais que a bandeira foi tomada por “um homem credenciado que não se identificou”.

    Esta não é a primeira vez que a repressão catari relacionada à causa LGBT+ ganha as manchetes. A Copa no Catar vem sendo muito criticada devido à postura do país, considerada intolerante por muitos. Como protesto, algumas seleções planejavam usar braçadeiras em apoio à comunidade LGBT+, mas a iniciativa foi vetada pela Fifa, que ameaçou punir aqueles que protestassem.

    Veja os vídeos:

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