Novo técnico do Santos, Fernando Diniz tem tarefa árdua em reconstrução de time
Treinador chega a time endividado, que perdeu estrelas e corre risco de rebaixamento no Paulistão
Três meses depois da demissão do São Paulo, ainda durante o Campeonato Brasileiro, Fernando Diniz foi anunciado nesta sexta-feira (7) como novo comandante do Santos. O treinador assume na próxima terça-feira (11), quando o Santos tem jogo decisivo da Libertadores contra o Boca Juniors, na Vila Belmiro.
A tarefa de Diniz no Santos não será fácil. O time perdeu alguns dos pilares do elenco que surpreendentemente chegou à final da Libertadores 2020, como o zagueiro Lucas Veríssimo, negociado ao Benfica, o volante Diego Pituca, que foi jogar no Kashima Antlers (Japão) e o meia Soteldo, que se transferiu para o Toronto FC.
No domingo, ainda sem Diniz no banco de reservas, o time tem jogo decisivo contra o São Bento, na Vila Belmiro, pelo Paulistão. Se perder, será rebaixado pela primeira vez na história.
A reconstrução do time passa pela aposta em promessas como o zagueiro Kaiky, o meia-atacante Gabriel Pirani e o ponta-direita Ângelo. Foi o suficiente para que a equipe superasse uma difícil pré-Libertadores e atingisse a fase de grupos. Mas não o necessário para seguir adiante.
Na principal competição deste início de temporada, o Santos é apenas o terceiro colocado do Grupo C, liberado pelo Barcelona, do Equador, com 9 pontos, seguido do Boca, com 6. O time paulista conquistou a primeira vitória sobre o fraco The Strongest na última terça-feira, com goleada de 5 a 0.
Perdeu na estreia para o Barcelona, em casa, e depois para o Boca, na Argentina. No segundo turno do grupo terá que se superar para conquistar ao menos a segunda vaga da chave.
Não bastasse a situação difícil em campo, fora dele, o clube ficou sem poder contratar jogadores no início da temporada. Teve que renunciar a Soteldo, um de seus principais jogadores, para pagar dívida com o Huachipato, do Chile. Recebeu nova autorização da Fifa para trazer reforços, mas o caixa em ano de pandemia está baixo.
No balanço do clube, publicado na semana passada, o Santos aparece como o nono clube que mais arrecadou na última temporada, com faturamento de R$ 239,8 milhões. O problema é que esse montante representou uma queda de 40% nas receitas. Entre os times da Série A, foi quem mais perdeu.
Para completar, não pôde arrecadar receitas de bilheteria, com os estádios fechados, e teve queda significativa em um fator muito utilizado para fechar as contas: a venda de atletas para o futebol europeu, já que o mercado também se retraiu com a pandemia.
A tarefa de Diniz, assim, não será fácil. A ambição no momento é fazer uma participação digna na Libertadores, poucos acreditam na possibilidade de chegar novamente à final, e conquistar uma posição honrosa no Brasileirão. Com mais um ano de estádios fechados e faturamento limitado, não será pouca coisa.