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    Um em cada três criadores de conteúdo tem a influência como única fonte de renda

    Esse número dobrou em relação a 2021, segundo dados de uma pesquisa obtida com exclusividade pelo Popverso CNN, que mapeou quem são os influenciadores brasileiros

    Manuela RavioliRaquel Silvada CNN , em São Paulo

    A produção de conteúdo é uma profissão que tem crescido exponencialmente no Brasil nos últimos anos. A influência – informalmente falando – é também responsável por gerar renda e empregos no país.

    Um em cada três criadores de conteúdo (34,6%) tem a influência como única fonte de renda e esse número dobrou em relação a 2021 (16,8%). Por outro lado, 21,3% não ganha nada como criador de conteúdo e 37,3% fazem isso como renda extra.

    Tudo que compõe esse universo – que vai muito além de uma #publi ou stories –, é chamado de “Creators Economy”, em tradução livre, “Economia dos Criadores de Conteúdo”.

    Foi nesse tema que a YOUPIX, plataforma de pesquisas focada no mercado de influência, e a Brunch, agência parceira de mais de 50 criadores de conteúdo e marcas, se debruçaram para lançar uma pesquisa a qual o Popverso CNN teve acesso com exclusividade. Chamado de “Creator e Negócios”, o estudo entrevistou e mapeou o perfil de mais de 300 criadores de conteúdo e analisou questões de geração de receita, formalização, discursos de ódio e inclusão no mercado atual.

    Dá pra viver de criação de conteúdo?
    Dá pra viver de criação de conteúdo? / Brunch e YOUPIX

    Quando pergunto para Bia Granja, cofundadora e CCO da YOUPIX, porque a produção de conteúdo ainda não é vista como um “trabalho”, ela responde que além de ser sim uma profissão, também dá muito trabalho. “Quando pensamos que esse mercado já movimentou 15 bilhões de dólares esse ano, segundo a Business Insider, e é avaliado em 104 bilhões de dólares, segundo a NeoReach, não dá pra dizer que é ‘bagunça’ mais. Quem não se enxergar e estruturar como um negócio, uma empresa, vai ficar pra trás”, comenta Granja.

    O meio

    Com o crescimento do TikTok e o nascimento de novas redes sociais, como o Be Real e o Kwai, por exemplo, muito se falou sobre a diversificação das plataformas para que o conteúdo atinja uma gama maior de pessoas. Além disso, acompanhamos uma série de mudanças que o Instagram adotou para se manter competitivo às outras redes. Como investir nos conteúdos em formato de vídeos curtos na vertical, o reels, que é exatamente igual ao formato do TikTok.

    Estratégias como essa tem como objetivo não perder força entre usuários, marcas e creatros, e parece que isso funcionou bem. Segundo dados da pesquisa, o Instagram continua sendo a plataforma mais utilizada pelos criadores. Com 59,6%, desbanca – com vantagem – o TikTok com apenas 11,9%. O YouTube fica em segundo lugar, sendo escolhido por 12,7% dos creators como principal rede de atuação. E mais, quando falamos de negócios, o Instagram segue sendo o principal canal para isso: 75,2% dos criadores afirmam que é a plataforma em que mais fecham jobs, 9% a mais que no ano passado.

    Principais redes de atuações dos creators
    Principais redes de atuações dos creators / Brunch e YOUPIX

    Diferença salarial

    Olhando pra um recorte de gênero, as mulheres são maioria (63,1%) na força de trabalho da força “Creator Economy”, mas os homens estão ganhando mais com ela. Segundo Ana Paula Passarelli, COO e co-fundadora da Brunch, a pesquisa reflete um problema estrutural do país.

    “No empreendedorismo e nas startups, mulheres fundadoras são as que recebem menos investimentos e nos empregos formais, também recebem salários menores, mesmo executando as mesmas funções e tendo mais escolaridade”, comenta.

    Passarelli também fala sobre o que pensa para um futuro melhor e mais diverso. “Resolver um problema estrutural passa pelo empoderamento das mulheres não apenas nas competências técnicas, mas nas competências comportamentais, além de garantir ambientes de trabalhos diversos e respeitosos”, finaliza.

    De influenciadores a creators

    A Creator Economy traz os influenciadores e as pessoas que trabalham como criadores de conteúdo digital para o centro e com mais possibilidade para além de #publi, englobando outros serviços que estão intimamente ligados ao empreendedorismo. “Estamos tomando cada vez mais consciência da diferença de influenciador e criador, e com isso, novas métricas, mais voltadas ao negócio e menos ao alcance, estão ganhando espaço”, comenta Bia Granja.

    O mercado de influência é bastante volátil e, nos últimos anos, até meses, é possível perceber o quão rápido mudanças acontecem, tanto para marcas quanto para influencers. E essas novas nomenclaturas surgem para enfatizar como essa profissão é multidisciplinar e diversa.

    Entrevista com Camila Coutinho

    No Popverso desta terça-feira (13), a empresária e influenciadora digital, Camila Coutinho, conversa com a jornalista Mari Palma sobre “Creators Economy” e repercute mais dados dessa pesquisa. O Popverso CNN vai ao ar de segunda a sexta, primeiro no Youtube e no TikTok, às 20h, e às 23h30 na TV.

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