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    Tablo, do Epik High, fala à CNN como é ser referência de idols de k-pop

    Com shows marcados no Brasil, o líder do trio de hip hop se diz surpreso ao descobrir que seus artistas favoritos o veem como modelo a seguir

    Isabela Gadelhada CNN

    O grupo de hip hop sul-coreano Epik High visita o Brasil pela primeira vez, mas seu líder, Tablo, já esteve por aqui antes. É o que ele mesmo contou à CNN em uma conversa por chamada de vídeo.

    “Um tempo atrás estive aí para um projeto de um grupo chamado Anyband com a Samsung e fizemos dois clipes”, explica. “Ficamos por um tempo, já que os clipes eram praticamente filmes, e pudemos conhecer vários lugares”.

    Desde que conheceu o Rio, o rapper prometeu aos membros do grupo que iriam juntos ao Brasil, e agora eles estão com shows marcados na sexta-feira (04), na capital fluminense, e domingo (06), em São Paulo.

    Senhoras e senhores, Epik High

    Além de Tablo, completam o trio Mithra Jin e DJ Tukutz. Juntos, compõem músicas que inspiram pessoas há quase 20 anos – desde o álbum “Map of the Human Soul”, que completará mais um aniversário em 21 de outubro.

    Mas existe toda uma discussão de como rotular o grupo. É K-Pop? K-Hip Hop? Uma banda folk? Para o rapper, podem chamá-los de tudo isso, até mesmo “três caras com microfone”, que está tudo bem.

    “Parece sempre ter um grande debate no Twitter sobre a palavra k-pop. A questão é que eu não entendo isso muito bem”, confessa. “Quando começamos, essa palavra não era muito usada. E então, uma vez nos EUA, toda vez que dávamos entrevistas, diziam ‘k-pop’. Eu pensei: ‘Ok, acho que somos artistas de k-pop’”.

    “Entendo que a mídia quer nos rotular, porque vocês precisam usar palavras, certo?”, reflete. “Vocês precisam dizer algo. Mas do que quer que nos chamem não muda o que somos em essência”.

    Ele admite que também não sabe definir o que fazem: “Se você me pedir para inventar uma palavra para descrever o que é nossa música, eu não conseguiria”, explica.

    Fã dos fãs

    Epik High coleciona muitos admiradores. Entre os High Skool [como os fãs se intitulam], há artistas famosos que veem o trio como um modelo a seguir e não deixam de elogiá-los por aí – alguns até se tornaram seus amigos, como RM e SUGA, membros do grupo de k-pop BTS.

    Tablo contou que se sente lisonjeado e que, até recentemente, não sabia que muitos idols pensam neles como influências: “Muitos artistas estão mencionando que querem trabalhar conosco, o que é realmente chocante porque eu também sou fã deles”.

    Sempre que idols falam do Epik High ou mandam uma mensagem de texto dizendo que querem trabalhar com ele, Tablo diz que vivencia o mesmo sentimento de um fã por um artista.

    “É duplamente especial e surpreendente”, descreve. “Por exemplo, estou ouvindo uma música do Stray Kids e se de repente eles me mencionam em uma entrevista, parece estranho, porque penso: ‘Ei, eu gosto deles também’, sabe? É divertido”.

    Além de comprar muitos álbuns de k-pop, o músico também não economiza em produtos como lightsticks, que são bastões luminosos com modelos personalizados de cada grupo ou solista, utilizados para iluminar seus shows.

    “Logo antes de vir para cá, comprei lightsticks do TXT e do SEVENTEEN. E tenho uma coleção crescente porque, sabe, não é apenas um lightstick, há uma geração deles. Quando sai um novo, tenho que comprar”, relata. Assim como videogames e smartphones, há sempre um modelo mais recente de lighstick sendo lançado e, pelo visto, na casa de Tablo há todos eles.

    Até porque sua esposa, a atriz Kang Hye-jeong – que estrela o filme “Oldboy” – e a filha Haru, de 13 anos, também amam k-pop. Inclusive, ele tem o costume de ir a uma loja da franquia HotTracks, na Coreia do Sul, pelo menos duas vezes por semana para comprar álbuns. “Todo o dinheiro que ganhei com o K-Pop vai direto para o K-Pop”, revela.

    Epik High fazendo dancinha do TikTok?

    Que o Epik High é um modelo a seguir, já é notório. Mas Tablo também aprende com quem veio depois? “A primeira coisa a aprender com os novos artistas é a quantidade de alegria”, responde.

    Há, no entanto, outra coisa que o rapper adora observar: os challenges de TikTok. Hoje em dia, sempre que um artista lança música nova, convida colegas para dançarem a elaborada coreografia em um vídeo.

    Um exemplo é o LE SSERAFIM com o EXO:

    @le_sserafim

    🍹Boom boom boom🧊 with #EXO #엑소 #시우민 #XIUMIN #백현 #BAEKHYUN #찬열 #CHANYEOL #LE_SSERAFIM #르세라핌 #HONGEUNCHAE #홍은채 #UNFORGIVEN #이브_프시케_그리고_푸른수염의아내 #Eve_Psyche_and_The_Bluebeardswife @EXO

    ♬ Eve, Psyche & the Bluebeard’s wife – English Ver. – LE SSERAFIM

    “Houve um tempo em que muitos músicos coreanos apareciam no mesmo programa de música e éramos todos amigos”, conta. “Até chegou a internet, o YouTube e conteúdos feitos por nós mesmos, onde os artistas realmente não conseguiam se encontrar”.

    O músico diz que por muitos anos eles não faziam mais nada juntos, até que essa nova cultura de danças para as redes sociais surgiu e tem trazido combinações inesperadas, como a mistura de grupos de diferentes gerações do k-pop colaborando para promover suas músicas.

    “Todos os artistas estão se apoiando e gostam de dançar músicas um do outro, e eu amo ver isso”, comemora. “Então, respondendo à sua pergunta, isso está nos inspirando a fazer Tukutz aprender a dançar melhor e tentar colocá-lo nesses desafios junto com eles”.

    Ele destaca: “Isso mesmo, estamos sendo inspirados a dançar mais”.

    Seria a hora dos fãs de Epik High encherem as redes sociais pedindo um challenge do Tukutz? Nossa sugestão é ver o DJ dançando “Super Shy” com o girlgroup NewJeans, que tal?

    Por trás das músicas

    Tablo tem 337 músicas creditadas em seu nome na Korea Music Copyright Association (KOMCA). Quando perguntado sobre histórias por trás de algumas delas, como, por exemplo, uma que foi rapidamente escrita e outra que demorou mais tempo, ele menciona um velho amigo: SUGA, do BTS.

    Fãs puderam ver um pouco mais dessa amizade quando o membro introvertido do grupo de k-pop entrevistou o líder do Epik High em seu programa de entrevistas, o “Suchwita”, disponível no YouTube.

    Em um momento, SUGA até revela que quando está passando por um momento difícil e tem pensamentos como “nunca mais vou conseguir compor músicas depois disso”, ele ouve os álbuns do Epik High e os solos de Tablo do início ao fim para se sentir melhor.

    Hoje em dia, eles já colaboraram mais de uma vez. À CNN, Tablo disse que tanto a música que compôs mais rápido, como a que mais demorou para ser finalizada, foram com o membro e produtor do BTS.

    “Eternal Sunshine, do Epik High, eu estava dando um rolê com SUGA, e falei ‘Ei, me dê uma música. Eu preciso de uma faixa. Eu quero fazer algo assim e aí eu tento compor um gancho e vamos tentar’. Eu acho que ele estava em uma turnê ou algo assim”.

    SUGA mandou para ele uma batida e em 15 minutos Tablo fez um gancho. Gravou e mandou de volta no mesmo dia para o membro do BTS, que fez um trabalho extra na faixa e o enviou de volta. “E então ficou pronto. Aconteceu muito rápido”, lembra.

    Já a que mais demorou para ser lançada foi “Song Request”, com a artista Lee Sora, que conta com SUGA como rapper convidado. “Ele escreveu a letra, fez um ótimo verso, mas a música literalmente levou quase dois anos para sair por causa de várias coisas diferentes acontecendo”, recordou.

    Nesse tempo, o rap de SUGA se desenvolveu para um estilo diferente e o modo como ele via o mundo também mudou, por isso sentiu que seu verso precisava ser refeito, e foi o que pediu à Tablo.

    “E eu falei: ‘Não sei se temos tempo para refazê-la, mas, sim, você está certo. Foi há dois anos, SUGA’. Então ele disse ok e regravou a música. A música que todos podem ouvir é a regravação”, esclarece.

    Segundo Tablo, isso mostra que mesmo com as mesmas pessoas pessoas trabalhando, canções podem ser compostas rapidamente ou demorarem uma eternidade.

    “Simplesmente acontece assim”, reflete. “Não é por causa de quem faz, são apenas circunstâncias diferentes, diferentes situações nos bastidores, diferentes inspirações. Então cada música tem seu próprio relógio”.

    Vai aí um shot de cachaça?

    Antes da despedida, Tablo quis saber mais sobre o Brasil.

    “Se fosse meu último dia na terra e eu fosse comer comida brasileira…”, começa. “Eu já comi comida brasileira, mas quero ouvir de alguém que mora aí. Me diz um prato brasileiro que devo comer”, pediu.

    A recomendação foi churrasco brasileiro, com direito a pão de alho e queijo coalho. Além disso, experimentar cachaça de jambu, folha amazônica que dá a sensação de dormência nos lábios.

    “Para sempre?”, se assusta. Mas não, é apenas momentâneo!

    “Ok. Meu gerente está na chamada agora. Ei, anote isso, porque é isso que vamos beber depois do show”.

    Oficialmente, faltam dois dias para o primeiro show do Epik High do Brasil – e o primeiro shot de cachaça deles também.

     

    EPIK HIGH NO RIO DE JANEIRO – ALL TIME HIGH TOUR 2023

    Data: 04/Agosto/2023 (Sexta-Feira) Ingressos: https://bit.ly/EpikHighRJ

    Local: Vivo Rio (Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo)

    Horário de Início do Show: 21h00; Abertura da Casa: 19h00;

    Classificação: Maiores de 14 Anos podem entrar desacompanhados; Menores de 14 Anos somente com os pais ou responsável legal.

     

    EPIK HIGH EM SÃO PAULO – ALL TIME HIGH TOUR 2023

    Data: 06/Agosto/2023 (Domingo) Ingressos: https://bit.ly/EpikHighSP

    Local: Vibra São Paulo (Endereço: Av. das Nações Unidas, 17955 – Vila Almeida)

    Horário de Início do Show: 20h30; Abertura da Casa: 18:30;

    Classificação: Maiores de 14 Anos podem entrar desacompanhados; Menores de 14 Anos somente com os pais ou responsável legal.