Surto de Covid e gripe afeta novamente a agenda teatral de São Paulo
Diversas produções tiveram de remarcar o início de temporada na capital paulista
O surto de Covid-19 afetou novamente a agenda teatral da capital paulista, que teve cancelamentos e adiamentos de peças marcadas para este mês.
“A Pane”, por exemplo, que tinha estreia para 14 de janeiro, no teatro Faap, foi adiada por causa de resultados positivos para testes de Covid na equipe.
O mesmo aconteceu com “Chroma Key”, produção que estrearia no Sesc Avenida Paulista em 21 de janeiro, e “Com os Bolsos Cheios de Pão”, que ocuparia a agenda do Sesc Pompeia a partir da última sexta (14).
Outras produções também foram afetadas porque atores foram infectados pelo coronavírus. “Estudo Nº1: Morte e Vida” agora terá estreia no dia 28 de janeiro, enquanto “As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão”, do Tuca, foi passada para 21 de janeiro. Já a temporada de “O Bailado do Deus Morto”, que teria início no Oficina, foi cancelada.
Essas mudanças, naturalmente, mexem com o orçamento do setor e preocupam produtores, técnicos, e todos os envolvidos nos espetáculos. A eles, não resta outra alternativa, a não ser pensar em possibilidades.
Foi o que fez o produtor cultural Alexandre Bissoli, que apostou no lançamento do monólogo “Prazer, Hamlet”, peça ameaçada, como todas as outras, pela rápida disseminação da variante Ômicron.
No palco, apenas um ator, Artur Volpi. Na plateia, assistem apenas pessoas vacinadas contra a Covid. A apresentação do comprovante vacinal é obrigatória.
“Um dos desafios do monólogo foi trabalhar com um baixo orçamento, devido às dificuldades financeiras que impactaram o setor cultural neste momento. Diante disso, além de contar com uma equipe enxuta, aproveitei o momento para tentar também um formato de planejamento sustentável, isto é, com a utilização de sobras de tecidos e materiais recicláveis para montar figurinos e cenários”, disse Bissoli.
“Prazer Hamlet” fica em cartaz até 27 de fevereiro no teatro do Giostri Cultural. A proposta da peça é apresentar três abordagens diferentes da obra original de Shakespeare.
A primeira, através de um ator que está se preparando para interpretar Hamlet, a segunda, pelo personagem clássico com trechos e falas vindas do texto original, e a terceira abordagem a partir de um novo Hamlet, que assume a função de comentarista da obra e revela o lado sarcástico da história.