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    Sobre entender o quão necessários são os recomeços; Phelipe Siani apresenta o novo Popverso CNN

    Apresentador reflete sobre o novo desafio na carreira

    Divulgação

    Phelipe Siani

    Eu tenho uma dificuldade bastante grande em manter a calma absoluta quando meu celular dá pau. E é óbvio que isso acontece quando eu mais preciso dele. Bem no momento, por exemplo, de postar aquele vídeo que eu fiquei os últimos 30 minutos editando dentro do aplicativo e, se der pau, vou perder tudo. Eu entendo esse seu sorriso tímido de canto de boca, você também já passou por isso, né?! Eu sei.

    Nessas horas a gente tenta fechar o aplicativo e começa a rezar pro conteúdo ter ido parar nos rascunhos de postagem. Se não funcionar, a gente tenta reiniciar o sistema operacional. Se o problema acontecer direto, a gente faz um esforço pra trocar de aparelho. Simples assim.
    Mas essa mesma praticidade que a gente usa pra tecnologia a gente nem sempre tem com a nossa vida (principalmente a profissional).

    Todo mundo tem que pagar contas, isso é lógico, ter um emprego é preciso, claro. Mas às vezes o nosso software já tá mais que sobrecarregado, o nosso hardware tá falhando há tempos e, mesmo assim, a gente não faz nada pra tentar resolver o problema. Tudo bem, a gente até tenta resetar o sistema com as nossas férias, mas, muitas vezes, isso não resolve.

    A gente vai no médico, usa antivírus de tudo que é jeito e vira e mexe tem que fazer uma manutenção num hospital ou, pra quem pode pagar, no divã de um terapeuta. Mas não são raros os casos em que a verdadeira causa do problema é o trabalho em si. Muitas vezes porque a empresa pode ser problemática, mas essa nem sempre é uma verdade absoluta.

    Talvez a gente não tenha um perfil que se sinta preenchido emocionalmente com aquela função. Pode ser que você ou alguém que você conhece ache isso besteira, mas, acreditem, não é.
    Se fosse balela, os números de uma pesquisa da consultoria Robert Half teriam sido bem diferentes. Eles conversaram com mais de 1100 pessoas no Brasil todo e descobriram que praticamente a metade da galera (49%) quer trocar de emprego agora em 2023.

    É muita gente querendo recomeçar a vida profissional, ou pelo menos um ciclo dela. E o que mais me assustou é que praticamente 4 em cada 10 (39%) querem trocar de área, de segmento ou até de profissão, quer dizer, querem fazer alguma coisa totalmente diferente do que fazem.

    Acho que ninguém vai querer isso se estiver feliz, né, gente?! Eles querem principalmente, ainda segundo a pesquisa, mais chances de crescer, de ganhar mais e de ter desafios novos. Esse é um ponto importante… novos desafios.

    Eu, com a graça do bom Deus, tô fora dessa estatística. Mas tô aqui pra dizer que a CNN Brasil, nem de longe, é uma empresa perfeita pra se trabalhar, tá?! Sabe porque? Porque nenhuma é. Vai por mim. Eu tenho quase 20 anos de carreira entrevistando pessoas, incluindo CEOs, diretores, fundadores, líderes, mas também funcionários “comuns”, de um nível hierárquico mais baixo das maiores empresas do país.

    Quando a gente olha de perto, todas têm muitos problemas. E não dá pra ser diferente. A vida profissional tem que dar tesão, brilho no olho, vontade de acordar de manhã. Quando a vontade vai embora, ela leva o propósito junto. E no mercado profissional de 2023, propósito tem cada vez mais virado mais importante que aumento de salário.

    Me diz o que adianta ganhar bem e gastar com tarja preta pra problema psiquiátrico?! O que eu tô falando não é chute, é dado do instituto ADP Research, que descobriu que de cada 5 brasileiros, 4 tão considerando mudar de emprego, principalmente pra tentar manter a saúde mental em dia. Entendeu a gravidade do problema?

    Mas as próprias pessoas também não querem mudar por mudar. Tem que ser pra melhor. A Randstad, que é uma das maiores empresas de soluções em recursos humanos no mundo, diz que mais da metade dos funcionários (53%) deixariam o trampo se eles não estivessem conseguindo aproveitar a vida pra além daquela empresa.

    É por isso que eu me considero um cara de muita sorte. Nos últimos 3 anos e pouco, meus recomeços foram sempre dentro da CNN. Tive a oportunidade de começar e recomeçar no Live CNN, CNN Soft Business, Em Alta CNN e, agora, no Popverso CNN. Se você ler um ou outro engenheiro de obra pronta que destila ódio na internet, isso pode ser visto como um sinal de fracasso, de “nada dá certo com ele”.

    Eu acho esse tipo de opinião uma bobagem. Recomeçar e corrigir rotas é o que me move como ser humano. Que gostoso que é poder ter experimentado tantos formatos, tantas habilidades. Como foi importante ter errado tanto, aprendido tanto pra cometer novos erros, mas só erros efetivamente novos. De onde eu venho, a falta do comodismo também é sinal de evolução, sinal de que quem fica parado dizendo pra onde os outros têm que ir é só semáforo… o resto se movimenta.

    O novo Popverso CNN é mais um recomeço. Meu e de uma equipe que não só me acolheu, mas me enche de orgulho todo santo dia. Porque a CNN, como todas as outras empresas do mundo, não é perfeita. E se fosse, eu nem ia querer tá aqui.

    Se perfeição existisse seria o sinal de que não tem nada mais pra ser feito e eu tô muito novo pra me aposentar. Um viva às imperfeições da vida… um viva às oportunidades de recomeçar e de sempre andar pra frente. Vida longa ao Popverso CNN. Que seja eterno enquanto fizer sentido!