Série “Bebê Rena”, da Netflix, é baseada em história real; entenda
Uma semana após a estreia, produção está entre as mais vistas da plataforma
Pouco mais de uma semana após estrear na Netflix, a série “Bebê Rena” já está entre as mais vistas da plataforma. A trama, escrita e estrelada por Richard Gadd, acompanha a relação entre um comediante e uma mulher que se torna obcecada por ele e passa a persegui-lo.
A história não apenas se baseia na realidade, como aconteceu com Gadd, que teve problemas com uma stalker durante um período de sua vida, e era bombardeado com mensagens da mulher diariamente.
“É uma história verdadeira”, disse ele em entrevista à Netflix.
“De uma forma estranha, comecei a sentir que isso poderia render uma boa história durante a provação em si. Foi um dos períodos mais intensos, quando ouvia essas mensagens de voz [da stalker]. Eu ia dormir à noite e essas mensagens de voz — as palavras saltavam pelas minhas pálpebras. Me lembro de ter pensado: ‘Deus, se algum dia eu falasse sobre isso no palco, eu dispararia essas palavras. Colocaria as mensagens de voz em uma grande cacofonia e dispararia”, falou Gadd.
Justamente por ter passado por isso, Gadd tinha a preocupação de retratar a história de maneira humana, sem classificar os personagens como bons ou ruins.
“Acho que a vida é uma comédia dramática. Em alguns dos lugares mais sombrios em que estive, encontrei risadas de alguma forma. E alguns dos lugares mais engraçados em que estive, inclusive nos bastidores de clubes de comédia com outros comediantes, também podem ser os lugares mais deprimentes. Sempre pensei que a vida é uma mistura de luz e sombra. Então, eu queria que ‘Bebê Rena’ fosse uma mistura dos dois”, contou ele.
Na série, a primeira interação entre os personagens — o comediante Donny Dunn (Richard Gadd) e a mulher que se tornará obcecada por ele, Martha (Jessica Gunning) — é amigável.
Enquanto trabalha como bartender, Donny se mostra gentil com Martha, uma mulher que está aparentemente vulnerável. No entanto, essa gentileza desencadeia uma obsessão doentia, e Martha passa a persegui-lo.
“Stalking na televisão tende a ser muito sensual. Tem uma mística. É alguém que está num beco escuro. É alguém que é muito sexy, muito normal, mas depois fica estranho aos poucos”, contou Gadd. “Mas stalking é uma doença mental. Eu realmente queria mostrar as camadas da perseguição com uma qualidade humana que eu nunca tinha visto na televisão antes. É a história de uma perseguidora que virou de cabeça para baixo. Ela pega uma ideia e vira de cabeça para baixo.”
O roteirista e protagonista da série também deixou claro que não queria retratar seu personagem apenas como uma vítima: “Acho que a arte é bastante interessante quando você não sabe de quem está do lado. Eu queria que [a série] fosse em camadas e capturasse a experiência humana. A experiência humana é que as pessoas são boas, mas também têm algumas coisas ruins e cometem erros.”
A série está disponível na Netflix desde 11 de abril.