Relembre as maiores polêmicas do Grammy
Lista tem artistas esnobados, acusações de racismo, falas machistas e insatisfação com os escolhidos da maior premiação do mundo da música
O Grammy 2024 acontece neste domingo (4), com transmissão no canal TNT e na plataforma de streaming HBO Max a partir das 21h30. A premiação é considerada como a mais importante do mundo da música.
A premiação já levantou diversas polêmicas ao longo de seus mais de 60 anos de existência, principalmente quando o público – e os próprios artistas – não parecem concordar com quem foi escolhido pela Recording Academy para levar o gramofone de ouro para casa.
Entre essas polêmicas, estão artistas esnobados, acusações de racismo contra a Academia, falas machistas e insatisfação com os escolhidos da noite.
Relembre algumas polêmicas que já envolveram o Grammy no passado:
The Weeknd esnobado
O cantor The Weeknd foi responsável por um dos álbuns de maior sucesso de 2020 ao lançar “After Hours”, que conta com o super hit “Blinding Lights”. Mesmo assim, ele não foi indicado em nenhuma categoria do Grammy 2021.
Na época, ele tuitou: “O Grammy continua corrupto. Vocês devem transparência a mim, aos meus fãs e à indústria…”
Desde então, o cantor decidiu não submeter mais nenhum lançamento à premiação da Recording Academy.
Kanye West e a foto do prêmio na privada
Em setembro de 2020, Kanye West publicou uma imagem na qual aparece urinando em um de seus gramofones de ouro dentro da privada — o rapper já levou para casa 24 Grammys ao longo de sua carreira.
Ele usou a foto para criticar a indústria musical e os termos das gravadoras. O artista ainda publicou páginas de contratos com gravadoras, alegando que eles seriam injustos e escravizam os artistas.
“O contrato de gravação padrão é uma armadilha para nunca recuperá-lo, e há todos esses custos escondidos como as ‘taxas de distribuição’, que muitas gravadoras colocam em seus contratos para ganhar ainda mais dinheiro em cima do nosso trabalho, mesmo sem tentar”, escreveu Kanye nos posts.
Adele dedica prêmio à Beyoncé
Adele, com seu álbum “25”, e Beyoncé, com “Lemonade” concorriam ao Álbum do Ano durante o Grammy 2017. A escolhida pela Academia foi a cantora britânica, mas durante seu discurso no palco ela disse que o prêmio deveria ter sido entregue à Beyoncé.
“Eu não posso aceitar esse prêmio. Estou muito honrada, muito agradecida, mas a artista da minha vida é a Beyoncé. E esse álbum, para mim, o Lemonade é tão monumental e tão bem pensado e tão lindo e capacitante. Nós pudemos ver um outro lado seu que nem sempre vemos”, disse Adele ao receber o prêmio.
“O jeito que você faz eu e meus amigos se sentirem. O jeito que você fez meus amigos negros se sentirem é empoderador e faz eles não se acomodarem. Eu te amo e sempre te amei”, completou Adele.
Dua Lipa cita falas machistas do presidente da Recording Academy
Em 2018, o então presidente da Recording Academy, Neil Portnow, deu declarações consideradas problemáticas após ser questionado sobre a representatividade feminina na premiação, já que no Grammy daquele ano quase todos os prêmios principais foram entregues a homens.
Portnow disse: “Mulheres que têm criatividade em seus corações e almas, que querem ser músicas, que querem ser engenheiras, produtoras e querem fazer parte da indústria no nível executivo precisam se dedicar mais.”
Durante a cerimônia de 2019, ao receber o prêmio na categoria Artista Revelação, Dua Lipa usou o espaço para ironizar a fala de Portnow.
“Quero começar dizendo o quão honrada estou por ser indicada ao lado de tantas artistas femininas incríveis neste ano. Acho que neste ano nós realmente nos dedicamos, né?”, falou a artista.
Portnow perdeu o cargo em julho de 2019.
Acusações de racismo
As acusações de racismo por parte da Recording Academy ao escolher e premiar os maiores artistas do mundo da música não foram poucas.
Após vencer o prêmio de Melhor Álbum de Rap por “IGOR” no Grammy 2020, Tyler, The Creator falou sobre como as categorias de rap e de música urbana costumam ser as únicas nas quais artistas negros são reconhecidos.
“Por um lado, sou muito grato que algo que eu fiz pôde ser reconhecido em um mundo como esse. Mas, ao mesmo tempo, é ruim que quando nós, e digo caras que se parecem comigo, fazem algo que transcende gêneros, sempre nos colocam na categoria de rap ou música urbana. E eu não gosto dessa palavra ‘urbana’, é só um jeito politicamente correto de dizer a palavra com N pra mim. Então, quando ouço isso penso: ‘Por que nós não podemos estar no pop?'”, disse o artista.
“Para mim, ser indicado na categoria de rap foi como um elogio e um tapa com as costas da mão. Tipo, ‘Ah, meu priminho quer jogar, vamos dar um controle desligado para que ele cale a boca e se sinta bem'”, completou.
Outros artistas também já comentaram sobre o fato de raça parecer ser um critério para definir a categoria.
Em 2017, Drake discordou da indicação de seu hit “Hotline Bling” na categoria de rap ao invés de pop. “A única categoria que conseguem me encaixar é no Rap. Talvez por eu ter feito rap no passado, ou porque sou negro, não consigo descobrir o porquê”, disse ele na época.
Justin Bieber também já falou sobre quando seu álbum “Changes” foi indicado na categoria de pop no Grammy 2021.
“‘Changes’ era e é um álbum de R&B. Ele não é reconhecido como um álbum de R&B e isso é bem estranho para mim. Cresci admirando a música R&B e quis fazer um projeto que abraçasse essa sonoridade. Ele não ser colocado nesta categoria é estranho, considerando os acordes, as melodias, o estilo vocal e a bateria hip-hop que foram escolhidas”, disse Justin em um post nas redes.
