Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    #CNNPop

    Queríamos sensação de caos, diz compositor da trilha sonora de “Babilônia” à CNN

    Justin Hurwitz concorre ao Oscar e pode conquistar sua 3ª estatueta; longa chega às plataformas digitais no dia 15 de março

    Margot Robbie como Nellie LaRoy em "Babilônia"
    Margot Robbie como Nellie LaRoy em "Babilônia" Divulgação/Paramount Pictures

    Marina Toledoda CNN

    em São Paulo

    Talvez você não conheça Justin Hurwitz, mas com certeza já ouviu uma de suas composições. Por exemplo, ele é o responsável pela canção “City of Stars”, de “La La Land”, que, inclusive, lhe rendeu um Oscar. Na mesma noite, ele foi premiado por Melhor Trilha Sonora.

    Neste domingo (12), ele retorna ao Teatro Dolby em busca da sua terceira estatueta, dessa vez, pelo seu trabalho em “Babilônia”.

    A produção protagonizada por Margot Robbie, Brad Pitt e Diego Calva é novo filme de Damien Chazelle, diretor de “La La Land” e “Whiplash”, que chega às plataformas digitas para aluguel ou compra no dia 15 de março.

    A trama é ambientada em Los Angeles durante a transição do cinema mudo para os filmes falados e retrata histórias de ambições e excessos desmedidos de estrelas de cinema em uma jovem Hollywood.

    Em entrevista à CNN, Justin Hurwitz contou como foi seu trabalho em Babilôniae revelou algumas curiosidades sobre a produção.

    “Eu estava no set na metade dos dias [de gravação]. Sempre que havia uma parte de uma música ou se estávamos usando a música para ajudar a conduzir uma sequência. Às vezes eu tocava piano no ouvido dos atores como uma companhia enquanto eles cantavam”, disse.

    Ele deu o exemplo da performance de “My Girl P—y”, na festa de abertura, onde Li Jun Li, que dá vida à Lady Fay, está cantando para a câmera e ele está escondido em outra sala tocando piano de forma que chegue à cena. 

    Hurwitz disse que foram usadas mais de 100 instrumentos e diversos vocais para o desenvolvimento das músicas.

    “Queríamos a sensação de caos. Muitas coisas acontecendo na pista. Muitos vocais, como gritos, adicionando energia à faixa. Às vezes 50 camadas de vocais, nem mesmo cantando, apenas vocalização. Às vezes, mais de 100 camadas de percussão adicional no topo da banda. Apenas para adicionar energia e loucura”.

    Uma música que demonstra todos os artifícios usados e gera ainda mais caos é a “Finale”, que toca no fim do filme, e reúne todas as canções tocadas ao longo da produção.

    “Todas as músicas são tocadas ao mesmo tempo, então tivemos que criar essa grande cacofonia de sons. De certa forma, um ataque musical. Foi feito e montado com muito cuidado para que cada música tenha um momento para aparecer, então você tem essa melodia do início do filme aparecendo à esquerda e outra à direita. Foi uma sequência muito desafiadora e divertida de montar”, explicou.

    “Babilônia” é quarta parceria de Hurwitz com o diretor Damien Chazelle, entre elas estão os sucessos: “Whiplash” e “La La Land”. O compositor apontou duas semelhanças entre as três histórias premiadas. 

    “Todos, de alguma forma, exploram a arte e o sacrifício que os artistas fazem. Esses filmes falam com pessoas que não apenas fazem arte em si, mas pessoas que são apaixonadas por qualquer coisa. O que eles também têm em comum é a música e eu sempre tenho muito o que fazer nos filmes dele”, disse.

    O músico diz que ama os filmes do diretor e que seria um fã mesmo que não trabalhasse neles. 

    “O que é muito apreciativo sobre Damien é que ele se preocupa muito com a música, mais do que a maioria dos cineastas. Ele pensa em música desde o início de seu processo. Ele quer que eu comece a trabalhar assim que ele tiver um roteiro”, declarou.

    Por fim, Hurwitz falou que o objetivo dele como compositor e das músicas no filme é que ela seja complementar à cena e que fique na cabeça dos telespectadores.

    “Nós realmente amamos quando uma música fica na cabeça das pessoas depois do filme. Se for possível sair do filme cantarolando alguma trilha, esse é o nosso objetivo. É muito difícil e leva muito tempo para eu encontrar algo que seja bom o suficiente, que seja cativante o suficiente”.

    Assista ao trailer