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    Paraíso do Tuiuti divulga samba-enredo sobre Xica Manicongo; ouça

    Escola carioca homenageará aquela que é tida como a primeira travesti da história do Brasil

    Flávio Ismerimda CNN

    O Paraíso do Tuiuti divulgou, na sexta-feira (12), o samba-enredo que embalará seu desfile na Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2025. A agremiação do bairro de São Cristóvão, localizado na região central do Rio de Janeiro, terá como enredo a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil.

    A obra foi composta por Claudio Russo e Gustavo Clarão e transforma em música o enredo desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcellos, que foi anunciado em abril. Na época, a notícia foi aplaudida pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), a primeira transexual eleita para o Congresso Nacional ao lado de Duda Salabert (PDT-MG), em 2022.

    A escola é a primeira do Grupo Especial a tornar público seu samba-enredo para 2025 e será a única a não fazer uma eliminatória interna para escolher seu hino para o próximo cortejo. Desde 2018, com exceção de apenas um ano, o Tuiuti tem o costume de encomendar seu samba a um conjunto de compositores escolhidos por ela, que contava, até o ano passado, com a presença do sambista Moacyr Luz.

    A agremiação de São Cristóvão vem de uma nona colocação em 2024, tentará conquistar seu primeiro título da folia carioca e será a segunda escola a desfilar na Marquês de Sapucaí na terça-feira de Carnaval. Seu melhor resultado foi obtido em 2018, quando ficou na segunda colocação com o enredo “Meu Deus! Meu Deus! Está extinta a escravidão?”, também pensado por Jack Vasconcellos.

    Ouça abaixo o samba do Tuiuti para 2025:

    Conheça a história de Xica Manicongo, considerada a primeira travesti do Brasil

    Xica foi trazida do Congo para ser escravizada em Salvador no século 16 e se recusava a vestir trajes ligados ao imaginário do guarda-roupa masculino da época.

    Documentada como um homem homossexual, a africana teve sua história relida e foi classificada como travesti apenas na década de 2000, pela ativista negra Marjorie Marchi. Desde então, Manicongo foi abraçada pela comunidade de travestis e transexuais como símbolo de resistência.

    Ela trabalhou como sapateira na capital baiana e, como suas roupas e modos não eram considerados adequados a um homem, foi acusada de sodomia e de fazer parte de uma quadrilha de feiticeiros sodomitas.

    Após ser denunciada, Xica foi julgada pelo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição, instituição da Igreja Católica responsável por punir crimes de heresia, e condenada à pena de ser queimada viva em praça pública e ter seus descendentes desonrados até a terceira geração.

    Em uma tentativa de escapar da pena imposta pela Igreja, Xica abdicou de sua identidade feminina e passou a se vestir e se comportar como um homem da época.

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