Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Os favoritos e os injustiçados do Oscar 2021

    Jornalista avalia quem deve levar a estatueta no domingo e aponta produções que poderiam estar concorrendo

    Produzido por Virgílio Dias e Jorge Fernando Rodrigues,

    Da CNN, em São Paulo

    Com o Oscar se aproximando – a cerimônia acontece neste domingo (25), os palpites sobre os vencedores nas categorias aumentam. E ficam evidentes os injustiçados que, embora também considerados bons filmes, não fizeram parte da lista de indicados. A jornalista e documentarista Flávia Guerra analisa essas questões em entrevista à CNN na madrugada deste sábado (24).

    Para melhor filme, “Nomadland” é favorito. “É um filmão cinematográfico. Um filme de grandes paisagens, contemplação, um filmaço. Uma unanimidade deste ano, ganhou tudo. A direção também acho que vai para ‘Nomadland’. Para ator, gostaria de ver o Anthony Hopkins (por “Meu Pai”) empatando com o Chadwick Boseman (de “A Voz Suprema do Blues”).

    Na categoria de melhor atriz, é mais difícil acertar um palpite. “Está bem complicada. Todas ganharam prêmio, não sei o que arriscar. Adoraria ver Carey Mulligan pelo ‘Bela Vingança’. Ela está muito diferente. Para um ano de pandemia, até que o Oscar e o cinema estão de parabéns”, opina. 

    Nomadland
    Filmes que passaram pelo Festival de Veneza, como Nomadland, também estão no Oscar
    Foto: Guglielmo Mangiapane/Reuters

     

    Entre os menos visados na premiação, Flávia sugere “Destacamento Blood”, que concorre a melhor trilha sonora original e trata de veteranos afroamericanos do Vietnã que voltam ao país depois da guerra para resgatar os restos mortais de um amigo (interpretado por Chadwick Boseman).

    Outro que merece ser visto na opinião da jornalista é o documentário ‘Agente Duplo’, no qual um senhor é contratado por um detetive para fingir que é um interno de um asilo e ver se uma das internas está sendo maltratada. “Mas o que está sendo comentado é  ‘Professor Polvo’, da Netflix, favorito nas listas de apostas”. 

    Oscar 2021
    Funcionários preparam o tapete vermelho do Oscar
    Foto: Mario Anzuoni/Reuters

    Esnobados

    Não é simples entender os critérios da escolha dos indicados a cada ano. “A academia ignora muitos filmes que ganharam prêmios em outros festivais, às vezes porque o tema é mais espinhoso, às vezes por não ter um burburinho em torno. São pouco mais de 8 mil pessoas que votam, nunca dá para prever”. 

    Outro que teria merecido uma chance é ‘Nunca, Raramente, às Vezes, Sempre’, que ganhou indicações no mundo inteiro. “Um filme lindo que fala de companheirismo entre duas jovens, o quão solitário é ser mulher no mundo. A academia esnobou um filmaço, por preconceito ou preguiça”, afirma.

    Foi o caso também de “Pieces of a Woman”. “Estreou direto na Netflix, ficou mais escondido e não conseguiu o buzz. É um filme duro, sobre o luto. É menos palatável. Dramão, drama com D maiúsculo”, elogia.

    O circuito de premiações que antecedem o Oscar serve como termômetro. “Começa em Sundance, continua em Berlim, segue em Cannes, Veneza, Toronto, culmina com o Oscar. Os filmes que venceram Veneza nos últimos anos estavam no Oscar”, recorda Flávia.

    E o Brasil?

    A sonhada estatueta ainda não veio para um filme brasileiro. Flávia enumera os possíveis motivos. “Precisa colocar seu filme num grande festival, ou estrear num circuito que dê um burburinho; que os votantes assistam e, antes da pandemia, colocar o filme em cartaz em Los Angeles por pelo menos uma semana”.

    Mas não é só isso. “Precisa ter mais dinheiro sim, campanha bem feita, estratégica, para que as pessoas vejam, comentem, o burburinho crescer mais, além do filme ser bom. E constância. O Brasil faz um filme bom, fica cinco anos sem fazer. A Coreia está investindo quase um bilhão na sua indústria”, compara.

    Tópicos

    Tópicos