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    Obras de Banksy são leiloadas e dinheiro é doado para hospital na Palestina

    O artista anônimo chama a atenção para a crise imigratória que acontece na Europa nos últimos anos

    Nadeem Muaddi, da CNN

    Três pinturas do artista de identidade desconhecida Banksy foram leiloadas e levantaram cerca de US$ 2,9 milhões (cerca de R$ 15 milhões). O dinheiro será doado integralmente para um hospital palestino. 

    O lote, intitulado “Vista do Mar Mediterrâneo em 2017”, é composto por três pinturas a óleo reformadas que representavam paisagens marinhas românticas, nas quais o artista anônimo inseriu coletes e boias salva-vidas para destacar a referência à crise imigratória na Europa. 

    “As novas pinturas… evocam a morte em massa nos mares”, de acordo com a Sotheby’s, que leiloou as peças nesta terça-feira (29) em Londres.

    “Apesar de se assemelharem a pinturas dos século XVIII e XIX que retratam o ‘Natural Sublime’, os novos trabalhos sabotam e subvertem as expectativas de quem as vê ao abordar um assunto contemporâneo”, a empresa de leilões agrega.

    A década de 2010 foi marcada pelas incontáveis tentativas de refugiados de atravessar o Mar Mediterrâneo em botes e pequenas jangadas para fugir de conflitos locais e inquietações sociais. Enquanto alguns chegavam a países como Itália e Grécia, outros milhares morreram no mar. A crise imigratória foi dada como terminada em março de 2019, entretanto alguns refugiados ainda tentam a sorte na jornada perigosa.

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    As pinturas de Banksy, que angariaram muito mais do que o previsto de até US$ 1,5 milhão, foram expostas previamente no lobby do Walled Off Hotel, hotel aberto pelo artista em Belém, na Cisjordânia, no ano de 2017, como forma de chamar atenção para o conflito entre Israel e Palestina.

    As obras foram doadas para a instituição ABCD Bethlehem, uma organização sem fins lucrativos que apoia crianças palestinas com deficiências. As arrecadações do leilão serão investidas na construção de uma unidade hospitalar especializada em acidentes isquêmicos transitórios e na compra de equipamentos de reabilitação para crianças da Sociedade Árabe de Belém para Reabilitação, que fornece serviços médicos, cirúrgicos e de reabilitação em territórios palestinos. 

    O artista referenciou a crise migratória em diversos trabalhos, incluindo um retrato de Steve Jobs, o falecido fundador e CEO da Apple, feito em 2016, segurando um computador da marca em uma mão e um saco preto sobre os ombros na outra. A pintura apareceu em um acampamento de refugiados em Calais, na França.

    Naquela época, Banksy afirmou que a obra servia para desmistificar concepções equivocadas sobre os migrantes. “Muitas vezes somos levados a acreditar que a migração é um ralo nas riquezas das nações, mas Steve Jobs era filho de um imigrante sírio”, afirmou o artista. “A Apple é a companhia mais lucrativa do mundo e paga mais de US$ 7 bilhões em impostos todos os anos — e ela existe somente porque deixaram que um jovem de Homs entrasse”.

    (Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês)

     

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