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    “Música final” dos Beatles foi feita com IA e será lançada em 2023, diz Paul McCartney

    Faixa foi recebida por Yoko Ono, viúva de Lennon, e poderá ser divulgada ainda em 2023

    Paul McCartney durante leitura de trechos de livro 'Hey Grandude!' a crianças em evento em Londres
    Paul McCartney durante leitura de trechos de livro 'Hey Grandude!' a crianças em evento em Londres Toby Melville - 9.set.2019/Reuters

    Bárbara Carvalhocolaboração para a CNN

    São Paulo

    Uma canção inédita dos Beatles, gravada com o uso da Inteligência Artificial (IA), será lançada ainda neste ano, de acordo com Paul McCartney, ex-integrante do quarteto. A notícia foi revelada durante entrevista ao programa “Today”, da BBC Radio 4 e, de acordo com o astro, está será a “a música final dos Beatles.”

    O músico explicou que a tecnologia foi usada para “extrair” a voz de John Lennon de uma demo antiga para que ele pudesse completar a canção.

    “Acabamos de terminar e será lançada este ano”, revelou o cantor, que completará 81 anos nos próximos dias.

    Paul recebeu a gravação de Yoko Ono, viúva de Lennon. A faixa fazia parte de um compilado de canções em uma fita cassete intitulada “For Paul”. As gravações foram feitas pouco antes de Lennon morrer, em 1980. Inclusive, foram gravadas em um piano, em seu apartamento.

    Embora o nome da faixa não tenha sido revelado, há possibilidade de que seja uma composição de Lennon de 1978, chamada “Now And Then”. Isso porque, em 1995, a composição já havia sido considerada uma possível “música de reunião” dos Beatles, quando eles estavam compilando a série Anthology que abrangia a carreira da banda.

    The Beatles upon arrival from London in 1964. From Left to right: Paul McCartney, Ringo Starr, George Harrison and John Lennon. / Bettmann Archive

    “Now And Then”, a música deixada de lado

    O quarteto já havia tentado gravar “Now And Then”, uma canção romântica, mas os ensaios foram abandonados. “Foi um dia, uma tarde, na verdade, brincando com ela”, lembrou Lynne na entrevista.

    “A música tinha um refrão, mas faltava quase totalmente os versos. Fizemos a faixa de fundo, um trabalho bruto que realmente não terminamos.”

    Paul ainda afirmou que, tempos depois, George Harrison se recusou a trabalhar na música, dizendo que a qualidade do som do vocal de Lennon era “lixo”.

    “George não gostou. Sendo os Beatles uma democracia, nós não fizemos isso”, contou para à “Q Magazine”.

    Em 2009, uma nova versão da faixa, sem ruídos, foi lançada sem autorização, por meio da pirataria.

    Tempos depois, Paul falou sobre seu desejo de terminar a canção. “Aquela ainda está por aí”, disse ele a um documentário da BBC Four sobre Jeff Lynne, em 2012.

    “Vou entrar em contato com Jeff e fazer isso. Terminar um dia desses.”

    Com o documentário “Get Back”, de Peter Jackson, onde o editor conseguiu reconhecer, por meio de computadores, as vozes dos Beatles e separá-las dos ruídos de fundo, a tecnologia poderá, finalmente, realizar o desejo do astro.

    “Ele [Jackson] foi capaz de extrair a voz de John de um pequeno pedaço de fita cassete. Tínhamos a voz de John e um piano, e ele poderia separá-los com IA. Eles dizem à máquina: ‘Essa é a voz. Isso é uma guitarra. Perca a guitarra'”, detalhou.

    “Então, quando decidimos fazer o que será o último álbum dos Beatles, era uma demo que John tinha, [e] fomos capazes de pegar a voz de John e torná-la pura, por meio dessa IA.”

    Para finalizar, o músico contou que não utiliza muito a internet, mas está empolgado com o lançamento. “Eu não fico muito na internet, mas as pessoas vão me dizer: ‘Ah, sim, tem uma faixa em que John está cantando uma das minhas músicas’, e é só IA, sabe? É meio assustador, mas empolgante, porque é o futuro. Teremos apenas ver aonde isso leva”, finalizou.